segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Da série "a gente sabe que está ficando velha quando..."

Acho incrível como os velhos não têm pudor. Falam o que querem pra quem querem, não costumam perder tempo com picuinhas, saem de casa do jeito que eles bem entenderem. Acho isso fantástico.

Quando será que começa este processo, desde a vergonha que faz a gente se esconder atrás da saia das nossas mães até sair pra jogar o lixo coçando a bunda, descabelado e de pijama com pantufas?

Eu não sei exatamente, mas acho que aos quase 30 essa perda gradual das papas na língua ou de vergonha na cara já começou.

Dou um exemplo pessoal: estava eu linda e majestosa em uma bela tarde de sol na Capadócia... - ok, vou reformular a frase. Eu estava na Capadócia, mas não estava linda e majestosa. A última vez que eu tinha tomado banho tinha sido na manhã do dia anterior e eu tinha passeado pelas ruas de Istambul o dia inteiro e depois viajado umas 14 horas à noite de ônibus pelo interior da Turquia com o vestido sujo de manteiga desde o café da manhã. Ainda bem que meu desodorante era potente. Coisas de viajante.

Mas como eu ia dizendo, eu estava subindo uma escadinha íngreme para entrar em uma espécie de capela cavada nas pedras há muuuu(e bota uuuuuu)itos séculos atrás. Eu estava com o vestido supracitado. Bateu um vento. Escadinha íngreme + vestido esvoaçante + vento + pessoas esperando pra subir na escadinha = imaginem só. Minha bunda deu o ar da graça e eu, involuntariamente, ofereci um pequeno peep show para o povo da excursão. Espero que eles não tenham comparado minhas brancas nádegas com as ruínas locais.

Nem liguei. Só fiquei um pouco brava quando nos disseram que um dos caras da excursão tinha tirado uma foto do bonito momento. Aí já não gostei, porque uma coisa é um grupo de desconhecidos ver a minha bunda por uns poucos e gloriosos segundos, outra coisa é nego documentar o fato e depois botar no facebook com algum comentário engraçadinho, essas coisas. Vai saber. Mas depois fizemos amizade com o suspeito e ele disse que não tinha feito isso. Era uma bicha australiana gente boa, criadora de dinossauros e monstros para filmes e TV (tipo de gente que você só conhece viajando, né), que disse "I´m gay, I have a boyfriend, why would I take a picture of your ass?" Respondi "because it´s gorgeous!", só de zueira. Um uruguaio que estava lá também confirmou que tinha visto muito mais que o meu lindo rostinho, ao que eu respondi: "você já tinha visto uma bunda feminina antes? Imagino que sim. A minha tem algo de anormal ou de muito diferente em relação ás que você já viu? Não. Então deixa pra lá, né?"

Acho que, se isso tivesse acontecido anos atrás, eu teria ficado toda constrangida, não poderia olhar pra cara de ninguém pelos próximos dias em que estivesse lá. Acho que apertei o "foda-se" com força também porque eu sabia que provavelmente nunca mais veria aquelas pessoas. Se fossem meus colegas de trabalho, por exemplo, aí sim eu ficaria com vergonha, não poderia nem cumprimentar as testemunhas da baleia-branca involuntária sem pensar "oi, você já viu a minha bunda, como vai? Tudo bem?". Mesmo assim, achei ótima minha reação. Todo um desprendimento.

É... a gente sabe que está ficando velha quando começa a perder alguns pudores.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pelo menos...

Agora há pouco eu estava vendo um vídeo no youtube feito por uma amiga querida na adolescência. Quer dizer, a amiga é querida agora, a adolescência era a dela, mais de dez anos atrás.

Me fez refletir.

A grande vantagem de ter quase 30 é que você não é mais adolescente, e faz tempo. Graças a Deus ou ao que quer que haja lá em cima, você já deixou aquele cabelo e a deficiência no senso de ridículo pra trás. E faz tempo.

Agora você é um ser maduro e evoluído. É... ou não. Mas pelo menos você tira a sobrancelha.

domingo, 15 de novembro de 2009

Air guitar e limites

Sabem, ás vezes vejo mulheres suportando coisas de seus respectivos que eu não suportaria. O porquê disso é assunto pra um outro post, e dos grandes. Mas acho que por isso demorei tanto pra ter um macho pra chamar de meu, o que no caso é um pensamento positivo. Tem coisas que simplesmente não dá pra aguentar.

Um exemplo: casamento de uma grande amiga minha. Faz tempo, mas nunca esqueci. Uma prima dela chega com o novo namorado. Eu não o pegaria, mas até aí eu não pegaria praticamente nenhum dos namorados das minhas amigas e conhecidas em geral (digo, não pegaria nenhum mesmo porque não sou mulher de pegar homem de amiga, mas quis dizer se eles não estivessem com elas, entenderam?).

Ele parecia normal, até que começou a festa. Aquelas músicas de sempre, a negadinha dançando freneticamente, foi numa festa gelo e cuba-libre, a mulherada descalça, quem fez chapinha com o pixaim voltando à ativa, quem fez baby-liss ficando com os cabelos escorridos de novo (meu caso), é a vida, é bonita e é bonita, os homens com a gravata amarrada na cabeça - aquela coisa meio Rambo -, a camisa aberta, todo mundo suado, e quando você vai ver está ensinando a coreografia de poeeeiraaa le-van-tou poeiraaaa pro pai da noiva. Aquela alegria.

Aí eu olho e o tal namorado da prima estava fazendo air guitar. Air guitar, pra quem não sabe, é aquele gesto de imitar alguém tocando guitarra, mas sem a guitarra. Você só mexe as mãos e faz uma cara de quem está tocando. Já ouvir dizer que nos EUA tem até campeonato disso. Ai, esses gringos.

Mas o fato é que lá estava ele, logo depois de ser apresentado pra toda a família dela, tios, primos, avó, agregados, logo depois de ter ficado com aquele sorriso forçado, agüentando as piadinhas bobas de um tio mais brincalhão, respondendo as perguntas de um primo mais folgado, lá estava ele fazendo air guitar na frente de todo mundo. E não era discretamente, não era um leve air guitar de alguém que está só acompanhando a música de algum jeito. No meio da pista, ele mexia muito as mãos, abaixava, levantava, se ajoelhava, fazia caras e bocas, cantava, pulava, parecia estar em transe, ou possuído pelo espírito de algum Jimi Hendrix da vida. E nem era uma música que pedia tanto, devia ser Chiclete, ou Skank, ou Ivete, não lembro. A imagem me chocou tanto que só lembro das mãos frenéticas dele e da cara de possuído, não lembro a trilha sonora da cena.

Ela ao lado, estóica, dançando como se estivesse tudo normal. Pelo menos ela não começou a fazer o mesmo.

Eu não poderia. Eu não su-po-ta-ria. Terminaria tudo ali mesmo. Olha, querido, você é um cara legal. Eu estava gostando de você, mas meu senso do ridículo é mais forte que eu! Eu aguento piadinha sem-graça, um a nível de de vez em quando, um sapato feio, até pochete eu poderia agüentar. Mas air guitar é demais para mim. Com certeza você vai encontrar uma mulher que ache air guitar lindo. Eu não. Boa sorte. Viraria as costas, ia perseguir o garçom com as coxinhas e su-mia.

Se bem que uma garota que apresenta o novo namorado pra toda a família dizendo "tio, este é meu homem" também faz por merecer.

E como diria a minha vó...

Quando for casar, tem que ser com um cara muito bom, pra ele ficar mais ou menos depois de casar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Random thoughts from 25-35 year olds‏

Minha amiga que mora nos estrangero me mandou este e-mail. Achei engraçadinho (uns mais engraçadinhos que outros, na verdade)! É pra quem tá com o ingreise afiado.

- More often than not, when someone is telling me a story all I can think about is that I can't wait for them to finish so that I can tell my ownstory that's not only better, but also more directly involves me.

- Nothing sucks more than that moment during an argument when you realise you're wrong.

- I don't understand the purpose of the line, "I don't need to drink to havefun." Great, no one does. But why start a fire with flint and sticks whenthey've invented the lighter?

- Have you ever been walking down the street and realised that you're going in the complete opposite direction of where you are supposed to be going? But instead of just turning a 180 and walking back in the direction from which you came, you have to first do something like check your watch or phone or make a grand arm gesture and mutter to yourself to ensure that no one in the surrounding area thinks you're crazy by randomly switching directions on the sidewalk.

- I totally take back all those times I didn't want to nap when I was younger.

- Is it just me, or are 80% of the people in the "people you may know"feature on Facebook people that I do know, but I deliberately choose not to be friends with?

- Do you remember when you were a kid, playing Nintendo and it wouldn't work? You take the cartridge out, blow in it and that would magically fix the problem. Every kid did that, but how did we all know how to fix the problem? There was no internet or message boards or FAQ's. We just figured it out. Today's kids are soft.

- There is a great need for sarcasm font.

- Sometimes, I'll watch a movie that I watched when I was younger and suddenly realise I had no idea what the f*** was going on when I first saw it.

- I think everyone has a movie that they love so much, it actually becomes stressful to watch it with other people. I'll end up wasting 90 minutes shiftily glancing around to confirm that everyone's laughing at the right parts, then making sure I laugh just a little bit harder (and a millisecond earlier) to prove that I'm still the only one who really, really gets it.

- How the hell are you supposed to fold a fitted sheet?

- I would rather try to carry 10 plastic grocery bags in each hand than take 2 trips to bring my groceries in.

- I think part of a best friend's job should be to immediately clear your computer history if you die.

- LOL has gone from meaning, "laugh out loud" to "I have nothing else to say".

- I have a hard time deciphering the fine line between boredom and hunger.

- Whenever someone says "I'm not book smart, but I'm street smart", all I hear is "I'm not real smart, but I'm imaginary smart".

- How many times is it appropriate to say "What?" before you just nod and smile because you still didn't hear what they said?

- I love the sense of camaraderie when an entire line of cars teams up to prevent a dick from cutting in at the front. Stay strong, brothers!

- Every time I have to spell a word over the phone using 'as in' examples, I will undoubtedly draw a blank and sound like a complete idiot. Today I had to spell my boss's last name to an attorney and said "Yes that's G as in...(10 second lapse)..ummm...Goonies".

- What would happen if I hired two private investigators to follow each other?

- While driving yesterday I saw a banana peel in the road and instinctively swerved to avoid it...thanks Mario Kart.

- Obituaries would be a lot more interesting if they told you how the person died.

- I find it hard to believe there are actually people who get in the shower first and THEN turn on the water.

- Shirts get dirty. Underwear gets dirty. Pants? Pants never get dirty, and you can wear them forever.

- I can't remember the last time I wasn't at least kind of tired.

- Bad decisions make good stories.

- Whenever I'm Facebook stalking someone and I find out that their profile is public, I feel like a kid on Christmas morning that just got the RedRyder BB gun that I always wanted. 546 pictures? Don't mind if I do!

- Is it just me or do high school girls get sluttier & sluttier every year?

- If Carmen San Diego and Waldo ever got together, their offspring would probably just be completely invisible.

- Why is it that during an ice-breaker, when the whole room has to go around and say their name and where they are from, I get so incredibly nervous?Like I know my name, I know where I'm from, this shouldn't be a problem.

- You never know when it will strike, but there comes a moment at work when you've made up your mind that you just aren't doing anything productive for the rest of the day.

- Can we all just agree to ignore whatever comes after DVDs? I don't want to have to restart my collection.

- There's no worse feeling than that millisecond you're sure you are going to die after leaning your chair back a little too far.

- I'm always slightly terrified when I exit out of Word and it asks me if I want to save any changes to my ten page research paper that I swear I did not make any changes to.

- "Do not machine wash or tumble dry" means I will never wash this ever.

- I hate being the one with the remote in a room full of people watching TV. There's so much pressure. 'I love this show, but will they judge me if Ikeep it on? I bet everyone is wishing we weren't watching this. It's only a matter of time before they all get up and leave the room. Will we still be friends after this?'

- I hate when I just miss a call by the last ring (Hello? Hello? Dammit!), but when I immediately call back, it rings nine times and goes to voicemail. What'd you do after I didn't answer? Drop the phone and run away?

- I hate leaving my house confident and looking good and then not seeing anyone of importance the entire day. What a waste.

- When I meet a new girl, I'm terrified of mentioning something she hasn't already told me but that I have learned from some light internet stalking.

- I like all of the music in my iTunes, except when it's on shuffle, then I like about one in every fifteen songs in my iTunes.

- Why is a school zone 25 km/h? That seems like the optimal cruising speed for paedophiles...

- As a driver I hate pedestrians and as a pedestrian I hate drivers, but no matter what the mode of transportation, I always hate cyclists.

- Sometimes I'll look down at my watch 3 consecutive times and still not know what time it is.

- I keep some people's phone numbers in my phone just so I know not to answer when they call.

- Even under ideal conditions people have trouble locating their car keys in a pocket, hitting the G-spot, and Pinning the Tail on the Donkey - but I'd bet my ass everyone can find and push the Snooze button from 3 feet away, in about 1.7 seconds, eyes closed, first time every time...

- My 4-year old son asked me in the car the other day "Dad, what would happen if you ran over a ninja?" How the hell do I respond to that?

- I wonder if cops ever get pissed off at the fact that everyone they drive behind obeys the speed limit.

- I think the freezer deserves a light as well.

- The other night I ordered take away and when I looked in the bag, saw they had included four sets of plastic cutlery. In other words, someone at the restaurant packed my order, took a second to think about it, and then estimated that there must be at least four people eating to require such alarge amount of food. Too bad I was eating by myself. There's nothing like being made to feel like a fat bastard before dinner.

Não faço idéia de quem seja Carmen San Diego e na verdade sou das que dizem "you don´t have to drink to have fun", mas vale o conjunto da obra!

Vou pensar em uma versão brasileira (Herbert Richers haha). Sugestões?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Unibandalheira

Geeente, comoção mundial essa da moça do vestidinho curto. BBC, Clarín, Corriere della Sera, CNN, todo mundo divulgou a notícia sobre a pobre Geisy. Tava entre as mais lidas no site da CNN, aliás.

Se não fosse a internet, tenho quase certeza de que o caso não teria tomado essa dimensão. Se não fossem os vídeos que pipocaram rapidinho na internet, a bagunça toda não teria saído das paredes da faculdade.

Ninguém pediu, mas a internet tá aí e todo mundo dá o seu pitaco, então lá vai o meu:

Talvez ela não tenha seguido um código social. Por exemplo, ninguém vai trabalhar em um escritório de biquíni, não se entra em uma mesquita com os ombros descobertos. Então talvez uma microssaia não seja a roupa mais adequada pra ir pra faculdade. Mas daí a um prédio enorme daquele jeito parar por causa disso, com milhares de pessoas gritando “puta”… não tem sentido. No máximo a coitada é meio brega e sem noção, mas “puta” não, né?

Se é que a faculdade tem regras em relação ás roupas, elas deveriam estar claras em algum lugar. Se com isso a menina insistisse, que chamassem ela para conversar, que alguém responsável pelos alunos desse um toque nela. Disciplina é algo necessário, chato mas necessário para a convivência em sociedade. Ok. Mas centenas de babacas gritando, a polícia tendo que ir lá pra tirar a coitada da sala… o fim da picada. Não é assim que se educa, não é assim que se convive, não é assim que se aprende.

Falando em regras da faculdade, será que não tem nenhuma sobre convivência e respeito ao próximo? Com os imbecis que começaram o rebuliço não vão fazer nada, só expulsaram ela? É, dá menos prejuízo expulsar uma que expulsar 30 (ou 300, sei lá) que pagam a mensalidade, né?Se a Uniban achava que fazendo isso ia “preservar a sua marca”, o efeito foi justamente o contrário. Agora readmitiram a menina mas a merda foi feita, eles já falaram o que não tinham que falar pra justificar o que estavam fazendo. Já vi que, se lá tem curso de marketing, não deve ser grandes coisas.

Mas que bafafá, hein?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Das desculpas para comer

Hoje fui ao McDonald´s com duas colegas na hora do almoço. Uma delas não se sentia muito bem por causa do vinho compartilhado com um rapaz e pela noite mal dormida de ontem. Estava com azia.

Depois de comer uma saladinha, a moça disse "vou pegar um sundae. É geladinho, acho que vai fazer bem pra azia". Quê?

Comecei a rir. "Ah sim, com o monte de gordura que o sundae deve ter, vai te fazer um bem danado!" E continuei, sob o olhar divertido de uma velhinha na mesa ao lado: "se você quer comer o sundae, inventa outra desculpa, porque essa é muito furada! Come porque é segunda, por exemplo!"

O episódio me fez pensar sobre as desculpas que usamos para comer o que não se deve ou quando não se deve. Supostamente comemos porque temos fome, comemos porque precisamos nos alimentar pra sobreviver. Óbvio. Mas dizer que comemos só pela fome é o mesmo que dizer que só transamos para a reprodução. Tem toda uma psicologia envolvida aí, nossa relação com o prazer e muitos outros blábláblas.

Uma clássica é a do dia da semana: para comer alguma coisa gostosinha que supostamente é dispensável para a nossa nutrição adequada, todo dia é dia ("de pomarola/ pomarooola" - olha eu aí lembrando de comida de novo). Aposto que você se reconhece em alguma dessas frases:

"Ai, geeente, ninguém merece uma segunda-feira, vou me alegrar um pouco com um sundae."

"Puts, terça, que dia mais nada a ver... vou comer um bombom pra dar um gostinho pra mim mesma.". Essa pode ser usada na quinta também.

Quarta, meio da semana. Você já está estressada e ainda tem vááários dias antes do fim de semana. "Uma trufa de chocolate bem gordinha pra relaxar."

Sexta. Já chega o fim de semana! Bora pro boteco com as amizades! "Vamos pedir provolone à milanesa, pastéizinhos de carne, fritas com queijo e bacon..."

Fim de semana. Jantares com amigos, almoços de família, aquela orgia gastronômica. A pizza, a festinha de aniversário. Quando você acha que não cabe mais nada na pança, vem a sua tia com o pavê, e enquanto alguém invariavelmente faz a piadinha do "pavê o pacomê", lá está você com o pratinho na mão e um sorrisinho amarelo, dizendo "ah, hoje é domingo, né? Amanhã eu fico só na saladinha!"

Este papo me lembra a piadinha do gordo que estava deitado na cama, calças abertas, passando mal por ter comido demais. Alguém sugere que ele coloque o dedo na garganta para vomitar e se sentir melhor. E ele: "porra, se coubesse um dedo, eu comia era mais uma banana!" É... é mais engraçadinha contada pelo meu tio fanfarrão que escrita.

Mas voltando ao tema das desculpas para comer. O clima também é uma boa. Calor é sorvete; frio é chocolate, fondue para os mais refinados (ou metidos a). Outra muito usada é o estado de espírito: você come pra comemorar que está feliz, para se consolar se está triste, para festejar, para chorar as pitangas. Come besteira se está cansada demais pra cozinhar, come muito porque estava disposta e preparou um monte de coisa boa.

Com tantos argumentos "pró-comida", quais seriam as desculpas para não comer? Manter a forma, adquirir uma forma mais magra que essa sua de pão francês, caber naquela calça de cinco anos atrás, não ter mais aquela banhinha nas costas que o namorado insiste em beliscar só pra te irritar, se sentir melhor...

É, pensando bem, na verdade tem várias desculpas - ou seriam motivos? - pra resistir bravamente à tentação de um gostinho bom na boca por alguns instantes. Mas na guerra que se trava entre o anjinho e o diabinho da sua consciência quando você vê uma vitrine da Amor aos Pedaços, quem ganha? O diabinho é safado, viu...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Mais quase 30 ainda

É, não tem jeito. Amanhã - quer dizer, daqui horas para ser mais exata - faço 29 anos. O último ano dos 20 e poucos. Mais "quase 30" que nunca.

O começo do post foi um pouco dramático, mas na verdade eu tô feliz. Adoro fazer aniversário. Sempre gostei. Sempre tem alguma surpresa boa, algum cumprimento inesperado. É um dia que concentra todo o carinho que as pessoas ao seu redor sentem por você. Sempre se come coisas gostosas, sempre tem presentes, sempre tem aquelas gracinhas bobas sobre a sua idade. Também nunca faltam os que esquecem, os que dizem que vão na sua festa e dão o cano, mas isso é o de menos.

Acho que parte do meu medo dos 30 vem da sensação de que o futuro chegou. Sabe quando você pensava o que ser quando crescer? Então, com essa idade você já cresceu. E muito provavelmente a vida não está como você imaginava. O que não significa que esteja ruim, né?

Por exemplo, quando eu era criança, achava que nessa idade tão longínqua eu estaria casada e com filhos, como a minha mãe. Achava que seria uma jornalista e trabalharia com automobilismo, de preferência cobrindo a Fórmula 1. Mas a vida foi me levando pra outros lados, eu fui fazendo outras escolhas, e aqui estou. Não é como eu tinha imaginado, mas é bom de qualquer maneira. Poderia estar melhor? Talvez. Pior? Sem dúvida. No momento, é isso.

E sou bem feliz.

O que é a idade, afinal? Um número. Pode indicar algumas características, pode apontar tendências, pode pesar em alguns aspectos. E daí? É um número.

29. Quase 30.

É... por via das dúvidas, para o mundo vou dizer "tô fazendo 29" nos meus próximos cinco aniversários (ou até onde der pra enganar)!