quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Postinho de ano novo

E tem a história da calcinha do réveillon. Cada cor é um desejo e toda a patacoada que já sabemos. E tem a coisa da roupa branca também. Nem vou mencionar as outras simpatias da data, vou só ficar no que vestimos.

Parece que mais que nunca a indústria tá aproveitando essas superstições brasileiras. Tem um esmalte pra cada desejo, pingentes, roupas, maquiagem, kits com varias calcinhas, velas, dicas e mais dicas de looks com roupas brancas, rosas ou sei lá eu que cor para atrair sei lá eu o quê.

Minha gente, eu acho tudo muito bonitinho, tô morrendo de saudade de ir pra praia de branco pular sete ondinhas com aquela mutidão. Faz anos que não passo o ano novo no Brasil, infelizmente. Mas depois de não cumprir estes rituais por circunstâncias da vida - ano passado, por exemplo, eu estava num lugar frio com um casacão preto no réveillon - eu vi sabem o quê?? Que não acontece nada se você não usar calcinha rosa ou roupa branca!! Não tive mais ou menos merdas no ano por causa disso, não deixei de atrair nada... Pasmem!!

E essa é pras solteiras esperançosas que estão desesperadas porque ainda não têm a calcinha vermelha ou rosa: quando passei o ano novo de calcinha bege velha e vestido cinza, conheci na própria virada um vizinho gato, o que acabou não dando em nada mas valeu pra começar o ano com perspectivas. E menos de um mês depois conheci quem até hoje é meu namorado, não sem antes dar umas bitocas em um colega. As vezes que passei de calcinha rosa ou vermelha, não peguei nem resfriado. Fica aí a dica!

******

Espero que 2011 seja rir até doer a barriga, matar a vontade de comer chocolate, viajar pro lugar que você sonhava conhecer, finalmente beijar o desejado, sair do salão com as unhas bem-feitinhas e o cabelo cortado e escovado, nadar no calor, se enfiar debaixo dos cobertores no frio, abraçar quem se ama, se livrar, se liberar, ser simplesmente feliz.

Paz, amor, saúde, alegria, trabalho, família, amigos, alívios, sucessos, presentes, cheiros, lembranças, planos.

Realizar, conseguir, crescer, aprender, alcançar, imaginar, relaxar, criar, evoluir.

Tudo isso. A todos nós.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Frase do dia

O casamento foi  maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar falatório na vizinhança. (Luís Fernando Veríssimo)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Natalzinho

Este singelo post é pra desejar a todos os meus (poucos) leitores um Natal maravilhoso. Se você for viajar logo depois do Natal e for se desligar da internet (aconselho!), feliz ano novo; se não, colaê que depois eu escrevo um singelo post de réveillon.

E agora vamos às imagens natalinas: a primeira tem meu objeto preferido, essa Barbie da Ferrari, que comprei em Maranello (a cidade da Ferrari, pra quem não sabe) aos (quase) 20 anos. Tem coisas que não mudam mesmo aos (quase) 30, né? Pra me representar e mandar feliz natal pra todo mundo, pus um chapeuzinho nela, olha que graaacinhaaa!


A segunda é de autoria de uma das pessoas que mais amo neste mundo, minha amiga desde os 10 anos de idade - ou seja, há 20 anos (a gente sabe que esta ficando velha quando tem amigas há 20 anos). Além de tuuudo o que ela é, ela ainda por cima é muito criativa e mandou esta foto pra gente lá da Inglaterra. Fofura total!



Espero que todos curtam muito o Natal - seja ele como for!



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Historinhas de mulheres de (quase) 30 - um pai sincero

Ela tinha uns 14 anos e estava se sentindo feia. As curvas ainda não tinham desabrochado, as das amigas já. Aquele sentimento de ser inadequado, típico da adolescência. Ficou um tempão desabafando no ouvido da mãe, que não disse nada.

Uns dias depois, o pai chamou pra conversar.

"Filha, seguinte: não vou te dizer que você é a Brooke Shields, porque você não é. Mas você tem seu jeitinho, fala coisas engraçadinhas, tem uns olhinhos... a Brooke Shields realmente você não é, mas você tem o seu valor!"

E é por coisas assim que, aos quase 30, a moça esbanja auto-estima.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Frase do dia

Quero um homem que seja gentil e compreensivo. Seria pedir demais de um milionário? (Zsa Zsa Gabor, atriz americana)

Teste Capricho - Há quanto tempo você namora?

Este teste é pra você, leitora, saber há quanto tempo você realmente namora. Claro que você sabe a data em que tudo começou de cor e salteado - ah, mulheres e essas datas - mas assim como há pessoas de 30 que parecem de 20 ou de 45, os namoros também nem sempre correspondem às suas "idades cronológicas", por assim dizer. Então finja que você tem 15 anos e está lendo Capricho e faça o teste!

1 - Ele já avisou que está chegando à tua casa. Você está:
A) Maquiada, penteada, perfumada, bem-vestida, depilada, com lingerie sexy, ansiosa, saltitante e sorridente
B) Maquiagem pra quê, se não vamos sair? Penteada, perfumada. Se depilou pela última vez há 9 dias. Roupa e lingerie bonitinhas. Sorridente.
C) Mulambenta, desgrenhada, sem perfume, de moletom da Hard Rock de Miami da viagem de 15 anos, se depilou pela última vez no verão pra botar o biquíni e é agosto. Ansiosa... pra que ele vá embora logo e não encha muito o saco

2 - Você o chama:
A) Pelo nome, no máximo pela primeira silaba do nome (Ju, Fê, Má, etc)
B) Bijuju, pixuxuquito, gatão, gatinho, xixoco, tchutchito ou bizarrices afins
C) de ô. Tipo "ô, para de tomar tanta cerveja!" ou "ô, troca logo a porra da lâmpada da cozinha!"

3 - Quando vocês dizem a palavra "filho":
A) Nunca a disseram para evitar que um dos dois fique com medo e fuja
B) dizem "quem sabe um dia" ou "daqui um ano ou dois"
C) dizem apenas para se chamar de filho(a) da puta

4 - Em relação às necessidades fisiológicas, vocês:
A) Fingem que elas não existem. O que tiver de ser feito é antes do banho, com o barulho (ssshhhh ou ploft ploft) disfarçado com a água do chuveiro
B) Levam com bom-humor mas com discrição. Você fala pra ele ir dar uma volta enquanto faz o que tem que fazer, ele diz que vai ler uma revista no banheiro com uma risadinha sem jeito.
C) Você caga enquanto ele toma banho e vocês fazem a lista do supermercado. Você ri de um peidinho que escapuliu enquanto ele te chama de nojenta.

5 - A melhor invenção dos últimos tempos foi:
A) O smartphone, pra você poder falar com seu gatinho a toda hora, em qualquer lugar, pelo MSN, Facebook, Twitter...
B) O smartphone, pra você poder ler colunas tipo "10 dicas para o namoro durar" ou "Como reacender o fogo da paixão" de onde estiver
C) O smartphone, pra você poder se distrair enquanto ele conta pela enésima vez aquela história do carnaval de 2001 no interior de Minas, quando ele e o Binho ficaram bebaços e...

6 - A sua vida de solteira (sem namorado) é:
A) Recente ou pelo menos parece, você ainda está se acostumando com o fato de ter um macho pra chamar de seu
B) Uma lembrança boa que ficou pra trás, e agora você curte o presente com o mancebo
C) "Ah, eu era feliz e não sabia!"

7 - A família dele é:
A) Desconhecida, você só ouviu falar
B) Pessoas com quem você ainda se relaciona superficialmente, com encontros de vez em quando e papos amistosos sobre o clima, as travessuras da infância dele e outras amenidades
C) Você já brigou com a mãe dele (aquela vaca velha), com o pai (aquele gordo escroto fumante de charuto vagabundo), com o irmão (imprestável de 37 anos morando na casa dos pais e que "trabalha com internet"), com a prima, com a vizinha, com a concunhada do primo de segundo grau... bando de %&£$¨***%!!!

8 - No futuro, você quer que ele:
A) Continue com você
B) Te peça em casamento
C) Peça pra sair e suma da sua vida

Resultados:

Maioria de respostas A - DE UM MÊS A UM ANO - Tudo tem gostinho de novidade, friozinho na barriga, borboletas no estômago e aquela coisa toda. O ideal seria manter isso - não a novidade, mas pelo menos o gostinho. Será que dá? Se faz tempo que vocês estão juntos e ainda rola isso, que beleza! De qualquer maneira, cuidado para não viver o tempo todo no mundo da fantasia, achando que tudo é lindo e perfeito sempre, porque o choque com a realidade, quando vier, poderá ser fatal.

Maioria de respostas B - DE UM A CINCO ANOS - Love is in the air ainda, graças a Deus ou ao que quer que haja lá em cima. Claro que já houve dificuldades, obstáculos, brigas, mas vocês estão juntos e bem e isso é o que importa. Tudo isso pode ter acontecido em pouco ou em muito tempo. Mas tá ótimo. Não deixe o samba morrer!

Maioria de respostas C - DE CINCO A 15 ANOS - Essa relação era pra ter virado outra coisa ou terminado, mas nada disso aconteceu e ficou só uma frustração predadora corroendo o coração.  É daqueles namoros em que a moça queria casar, o moço não, aí eles namoram há 15 anos, não cagam mas não desocupam a moita e nem eles sabem o porquê. E cuidado porque esse processo todo também pode acontecer em poucos meses. Eeeeu, hein! Vamos abrir as janelas e ver o mundo lá fora, minha gente! Ninguém é obrigado a aguentar ninguém como namorado. Pra quê se sujeitar a isso? Termina logo e vai viver!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Historinhas de mulheres de (quase) 30 - uma mãe sincera

Ela era pequena. Estava em um casamento com a mãe. Se abrem as portas da igreja, tocam as cornetas. De braços dados com o pai, a noiva entra. Consternada, lábios trêmulos, lágrimas. Se matando de chorar.

A menina se surpreende. "Mãe, por que ela tá chorando?"

"Olha, filha, das duas, uma: ou ela tá muuuito feliz... ou muito arrependida."

Só agora, aos quase 30, ela realmente entende o que a mãe quis dizer.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Estabilidade?

Tenho percebido que um desejo comum na turminha de (quase) 30 é a estabilidade. Comprar uma casa - a.k.a "ter um lugar pra cair morto", um relacionamento estável - a.k.a "alguém pra chamar de seu" - e ter uma boa posição profissional - a.k.a ganhar pelo menos o suficiente pra viver direitinho.

Mas é aí que eu pergunto: o que é a tal "estabilidade" exatamente? A casa pode se tornar uma grande dor de cabeça em vez de um prazer, caso você se divorcie ou seja transferido pra outro país. É um patrimônio, mas o que garante que você não vai ter que vendê-la pra pagar dívidas, por exemplo? Sabe o "amor da sua vida", aquele na frente do qual você já anda de moletom velho e creme na cara e acha que já sabe todos os pormenores dele? Pois ele pode te meter um belo par de chifres daqui uns anos com a secretária gostosa, ou vocês podem se cansar um do outro tão profundamente que nem dá mais pra conviver. A grande empresa na qual você trabalha hoje pode falir amanhã. Podem descobrir umas maracutaias terríveis, pode vir uma crise daquelas brabas, pode ser que ano que vem você chegue a conclusão de que na verdade você será mais feliz se for vender colarzinho de semente de açaí numa praia na Paraíba e peça demissão.

Nunca se sabe. Nada neste mundo é garantido. Nada.

Outra questão é o preço que estamos dispostos a pagar por essa suposta estabilidade. A casa pode ser uma na qual você não se sinta bem mas é sua, é a que você pôde pagar. Sua, apesar de você estar devendo até as carça por causa dela. O maridão ou a digníssima esposa podem ser um saco, podem não te atrair mais, você pode até não amá-los mais, mas estão com você há tanto tempo que dá do de jogar fora, como aquela calça na que você já não entra mais há anos ou aquele vaso que você nem lembra mais que está na estante. O trabalho pode te impedir de realizar seus verdadeiros sonhos, mas pelo menos paga todo mês sem falta e te permite viver medianamente bem.

Vale a pena tudo isso? Vale a pena se conformar com o "mais ou menos" só pra se sentir mais seguro? Vale a pena fazer de tudo pra conseguir essa tal estabilidade, que na verdade nunca é completa e garantida?

Tudo muda, tudo passa. Não adianta. Acho que, na verdade, a estabilidade é quase como a felicidade: estamos sempre perseguindo mas ela nunca esta inteirinha na nossa mão. O ideal seria a gente aprender a viver bem apesar disso...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Saturno, cadê você, eu vim aqui só pra te ver

Quando coloquei no Facebook um link para o meu post anterior, uma amiga me perguntou se ainda não tinha passado o Retorno de Saturno. Aí lembrei vagamente o que era, que tinha a ver com mudanças e crises e afins. Fui procurar e achei isso. Deveras interessante, né, minha gente?

Diz que é uma fase de balanços, mudanças e amadurecimento. Ai, xuuura? Não me diga!

Olha, não sei o de vocês, mas meu Saturno tá é demorando pra retornar, viu. Tô achando que ele foi "comprar cigarro" e me abandonou!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Outro post sobre A crise

Hoje li um texto da Gisela Rao no UOL  que parecia que ela tinha escrito pra mim. Fala da crise dos 30 - ou melhor, que começa ao redor dos 30. É a crise do "ainda não fiz nada na vida", que segundo o texto acomete quem ainda não se realizou profissionalmente, ou não fez algo que sempre quis ou planejou. Ou seja, quase todo mundo na nossa idade.

Aconselho MUITO a leitura.

Eu ando com uma mania besta de pensar que ainda não fiz nada, sendo que o meu anjinho da consciência sabe que é mentira, lorota boa. Só que o safado do diabinho fica gritando MAS NÃO ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA QUANDO ENTROU NA FACULDADE. Mas cazzo, naquela época eu era uma gorduchinha que não pegava ninguém, vidrada em F-1 e com poucos interesses além disso. E desde então eu cresci, estudei, viajei, mudei de país, conheci gente, trabalhei, aprendi, vi que as coisas não eram bem assim, peguei alguns rapazes - ora, vejam só - enfim, MUDEI! Natural, né?

Mas justamente o texto dizia que um dos passos pra sair da crise é rever seus objetivos e se perguntar o que você realmente quer. Aí que está, minha gente: SEI LÁ EU O QUE EU QUERO! A questão é que eu sei que não quero mais o que eu queria naquela época, mas não sei o que eu quero agora. E agora?

Se bem que o que a gente quer hoje pode não querer mais amanhã. E pode ser que amanhã eu descubra - ou perceba, ou sinta, ou veja - o que eu quero pelo menos por enquanto. Hoje ainda vou dormir com essa interrogação. E assim a vida segue.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Multitasking

Adriana quer trabalhar 8 horas por dia, fazer aula de francês, meditação, yoga, dança de salão, manter as unhas sempre bem cuidadas, fazer pós-graduação, cozinhar mais, ver suas séries favoritas na TV, sair mais com as amigas sem descuidar do marido.

Carolina quer ter um filho, fazer um MBA, redecorar a casa, viajar mais, fazer um curso de auto-maquiagem, se dedicar ao trabalho para ser promovida e dar mais atenção à família.

Julieta quer dar mais aulas de idioma, fazer mais traduções, caminhar mais, escrever mais e fazer cursos de línguas e de artesanato. Quer estar sempre antenada com o que rola na cidade e ir a diferentes eventos, manifestações culturais e exposições.

Nadja não sabe se quer ser apresentadora de TV, escrever colunas ou roteiros, ser uma executiva de TV ou trabalhar com Fórmula 1. Queria ler mais, escrever mais em 3 blogs diferentes, fazer um quarto blog, fazer mais bijuterias (seu hobby), se dedicar mais à academia, voltar a estudar alemão e terminar o MBA. Não sabe se passa as próximas férias no Catar, nos EUA ou na Amazônia. Não sabe se vai ou se fica.

Nesses (quase) 30, tem tanta opção do que fazer na nossa vida que a gente fica até meio zureta só de pensar. Tem muita coisa pra escolher e fazer, o que é fantástico - acho que nunca antes na história deste mundo teve tanto curso, profissão, hobby e coisa do gênero disponíveis pra quem quiser (e puder pagar, claro). A gente tende a achar que a vida é que nem o computador, que dá pra fazer várias coisas  ao mesmo tempo em diferentes solapas.

Pena que, mesmo com tantos avanços tecnológicos, científicos e sociais, mesmo com tantas opções, interesses e especialidades, no fim das contas o dia continua tendo só 24 horas, né?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Das palavras esquecidas

Hoje, não sei por que, brotou na minha cabeça aquela música "no escurinho do cineema/ Chupando um drops de anis". Aí me dei conta de uma coisa: ninguém mais fala drops, né? Me deu uma certa melancolia.

Comecei a lembrar de palavras ou expressões que a gente usava nem faz tanto tempo assim e agora já quase ninguém usa. Não se diz mais que uma menina é levada, ou que não usa creme rinse, ou que sabe datilografar. Ninguém revela um filme ou bipa um amigo. Já não se trabalha na firma nem se ganha um ordenado. Pobres palavras sumidas!

As palavras ganham acentos, perdem letras, mudam de sentido, de uso. Surgem, mudam e desaparecem. Como tudo nesse mundão de Deus...

Da série "a gente sabe que está ficando velha quando..."

Quando você começou a se dar por gente, chamava todo mundo de tia. Qualquer mulher adulta segundo os seus padrões na época - nem precisava ser adulta mesmo - era "tia", e não só as irmãs dos seus pais. As professoras, as mães dos amiguinhos, vendedoras, babás alheias, animadoras de buffet infantil, todas entravam nesta carinhosa e familiar denominação.

Ai você foi crescendo. Na adolescência ainda usava o tia em alguns casos; não mais pras professoras, mas de repente pras mães dos amigos mais íntimos. Até no começo da faculdade ainda escapava um tia, mas era incômodo, porque você sabia que era grande demais pra chamar a pessoa em questão de tia mas jovem demais pra tratar de igual pra igual chamando pelo nome. Então ficava aquela coisa indefinida, você até tentava evitar vocativos nessas duvidosas situações.

O tempo passou e você chegou aos (quase) 30. Agora realmente não dá pra chamar ninguém que não seja sua tia de "tia", afinal você inevitavelmente já é uma adulta. Pior: você é a "tia" de crianças e adolescentes.

É... a gente sabe que esta ficando velha quando a gente é que é a "tia".

*****

Estamos trabalhado para melhor atendê-lo! O layout do blog está mudando. Ainda está um adolescente desengonçado mas já já vai ficar gatinho.

sábado, 27 de novembro de 2010

Frase do dia

 "Marido é aquela pessoa que nos ajuda a resolver todos os problemas: aqueles que não teríamos se fôssemos solteiras". - Membro não-identificado da minha família, no Facebook

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

(Mais) historinhas de mulheres de (quase) 30 - a de hoje

Eles tinham dado umas bitocas umas duas vezes. Nada demais.

Se encontraram numa festa de amigos em comum. Ela veio toda florida pra cima dele.

E ele: "sabe o que que é, Adriana? Imagina que cê ta chegando numa festa e vê aquele monte de bandeja cheias de docinhos. Você vai querer provar todos: o brigadeiro, o cajuzinho, o quindim... não vai querer ficar comendo só um a festa inteira, entendeu?"

Ela entendeu.

Nunca mais ficaram.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Historinhas de mulheres de (quase) 30 - uma que ouvi hoje

A moça, uns 25 anos, tinha se casado nova com o namoradinho de desde sempre. Ele tinha sido o único tudo dela, e as coisas iam bem até  que começaram a não ir tão bem.

Ela começou a se engraçar com um colega de trabalho. Ficaram de paquerinha um tempo, troca de olhares, gracinhas. Na festa de fim de ano da empresa - o Carnaval dos casados - finalmente se pegaram. O marido da moça tinha ido viajar pra pescar, mas parece que foi ela que acabou mordendo iscas alheias. Descobriu um outro mundo - "outra pica, imaginem!", disse ela pras amigas. Estava maravilhada.

Mas no dia seguinte o marido voltou. Cheirando a peixe, cansado. Foi tomar um banho, mas antes disse para a moça, com piscadelas traquinas: "ô mulher, depois do banho, eu e você, aquela coisa toda, hein, hein?". Sorriso amarelo.

Enquanto via o marido de cueca indo para o banheiro, o pensamento começou a fervilhar na cabeça dela. Ai meu Deus, não gosto disso, não gosto dele, não quero, não quero mais, não quero. Desespero. Ela pegou uma mala, colocou umas roupas. Foi ao banheiro e vomitou as palavras ao marido: "vou embora!"

O que? Como assim, aonde você vai?

Não, não, eu vou embora daqui, embora de vez.

E se foi.

Na esquina de casa, ligou pro moço do trabalho: "me separei!"

...

...

Ele desligou na cara dela.

Frase do dia

"Me pergunto se a vida moderna não estará tendo mais de moderna que de vida." - Quino, cartunista argentino

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Da série "a gente sabe que esta ficando velha quando..." - 3 em 1

Esses dias, numa festa, tocou "Total Eclipse of the Heart" da Nicki French. É uma musica da década de 90, versão dance de uma musica mais velha ainda. Mas você, leitor(a) de quase 30, seguramente já chacoalhou o esqueleto cantando "tuuuuurn aroooound" nas baladinhas em 1995 e comprou o CD das 7 melhores Jovem Pan que tinha essa bonita cançao. Lembra?

Então.

Quando ela começou (Uoooo oh ooooh ohhhhh), eu rapidamente pus as maozinhas para cima, dei um gritinho e disse "ai, essa é da minha época!". Meu primo, 17 anos: "nossa, nem conheço essa musica".

É...

1 - a gente sabe que esta ficando velha quando as musicas da nossa adolescência já são flashback;

2 - a gente sabe que esta ficando velha quando ouve uma musica e diz "ai, essa é da minha época!";

3 - a gente sabe que esta ficando velha quando ve que um adolescente nao conhece uma musica de quando a gente era adolescente.

 Desculpem a acentuaçao zoada, tô apanhando de um teclado desconfigurado!

domingo, 21 de novembro de 2010

White is beautiful

Hoje em dia, além de ter que ser tudo o que dizem que a gente tem que ser - bem-sucedida, magra, culta, saudável, cheirosa, malhada, bem-comida, bem-vestida, eficiente, pós-graduada, jovem, informada, etc etc etc - a gente também tem que ser bronzeada.

Não importa se é inverno, não importa se você não tem tempo de ficar lagartixando no sol, não importa se você é branquela de nascença. Ser ou estar branca é o horror, o horror. As pessoas te olham feio, as mais chatinhas comentam "nossa, você tá branca, né? Precisa tomar um solzinho!". Você é quase uma pária na sociedade.

Recursos para estar bronzeada mesmo sem sol não faltam. Bronzeamento artificial - que dá câncer, mas quem se importa?, auto-bronzeadores, bronzeamento em spray, bases e pós com efeito bronzeante e por aí vai. Só é branca quem quer, e quem vai querer ser branca, né? Afinal o bonito é ser bronzeada. E só.

Essa mania já virou até doença, a tanorexia, que é a obsessão por bronzear-se. Claro que isso é um extremo, mas é bem comum gente que tem uma leve paranóia com isso. A mulherada acha lindo parecer que esfregou um tijolo nas bochechas, ficar laranja como uma cenoura ou ter diferentes cores em diferentes partes do corpo. Fora aquelas que, depois de décadas torrando no sol, parecem uma cobra descamada - e parecem 10 anos mais velhas do que são.

Agora começa o meu manifesto: pra quê tudo isso, minha gente? Há tantas belezas diferentes nesse mundo, por que temos que seguir mais esse padrão? Claro que uma pele bem-cuidada e bronzeada é bonita, mas uma branquinha também tem seu valor. Belezas morenas, belezas clarinhas. Cada um com seu cada um.

Não vou me embadurnar de auto-bronzeante e sujar todo o meu banheiro. Não vou sair por aí parecendo uma escultura de barro. Não vou me arriscar a desenvolver um câncer de pele pra ser algo que dizem que eu deveria ser. Prefiro ser branquinha mas ter cor de gente, não uma cor artificial. Meus genes eslavos me deram olhos verdes mas não me deram morenice alguma, fazer o quê? Me enfiar numa claustrofóbica cama solar que mais parece um caixão pra sair dela com cor de terra e mais rugas? Não, obrigada.

Sou branquela e sou feliz!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Dó de usar

Como auto-presente pelos meus 30 aninhos eu comprei um estojo de maquiagem de viagem da Lancôme. Foi duro pro meu bolso que ganha em pesos argentinos, mas 1 - presente de 30 anos e 2 - vivo viajando e o estojinho é bem menor e mais prático que uma nécessaire. Vou usar bastante!

Na verdade, aí que está o problema: usá-lo. O estojinho é uma coisa tão delicadinha, tão completinha, tão bonitinha, que tô com dó de usar. Tenho vontade de deixá-lo aberto em alguma prateleira, como um enfeite, só pra ficar olhando. Não queria violá-lo com minhas brutas mãos, deixar aqueles pozinhos nos seus cantos, sujar horrivelmente a esponjinha e os pincéis. Coitado do estojinho!

Também comprei uma Melissa. Aí ontem pensei em colocar pra ir trabalhar mas deu uma coisinha, pensei "será que não deveria deixar pra estrear em um dia mais importante, pra sair, sei lá?" Ela é tão cheirosinha e coloridinha, como vou enfiar meus pés nela e ainda ficar esfregando a coitada no chão sujo com os meus passos? Não dá...

Por que a gente tem essa dó de usar algumas coisas? Que besteira, né? Elas foram feitas justamente para cumprir uma função, ou seja, para serem usadas! Além disso, a maquiagem vai ficar velha de qualquer jeito, a Melissa vai ser substituída por outros sapatos-xodó, e o tempo passa, a vida passa, então por que ficamos com essa firula toda em vez de usar e pronto? 

Uma vez li uma frase em francês que dizia "dans la vie tout passe, tout casse et tout se replace". Sei lá se tá escrito certinho, mas quer dizer que na vida tudo passa, tudo quebra e tudo se substitui. O negócio é curtir as nossas coisinhas, mesmo porque as compramos pra isso...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

E aí, já casou?

A pergunta do título é a coisa que mais tenho escutado nos últimos tempos. Ou essa ou algumas variações, como "e aí, quando você casa?" ou "você é a próxima, né?". Uns me perguntam pelo meu "marido" - sendo que nem morar com o meu namorado eu moro - outros, mais espírito de porco, dizem "nossa, 30 anos e não está nem pensando em casar?"

Mereço?

As pessoas sempre encontram uma razão para te encher o saco. Quando você está sozinha, é "quando você vai arrumar um namorado?". Aí você arruma um e passam a te pressionar pelo casamento. Você casa, e o povo logo começa com "e aí, já fizeram a encomenda pra cegonha?". Você tem um filho, e logo os sorridentes perguntam "e aí, o próximo é pra quando?"

Merecemos?

Acho que essa encheção não é por mal, mesmo porque em geral vem de pessoas que gostam de você. Por isso sempre levo na boa e dou uma resposta engraçadinha. Mas depois de 356 respostas engraçadinhas, o negócio começa a irritar até a mais zen das mortais, né?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Why worry?

Tava remexendo nas minhas tralhas do passado, separando o que jogar fora e o que continuar guardando. Depois escrevo um post sobre isso; o que vou colocar aqui agora é um texto que, que eu me lembre, estava pendurado no armário de uma amiga (com certeza ela vai lembrar se ler isso). Eu achei legal, escrevi em um pedaço de papel e ele ficou uns 13 anos lá esquecido. Aí ontem o encontrei e achei legalzinho de novo, então aqui está:

There are only two things to worry about: either you are well or you are sick.

If you are well, then there is nothing to worry about. But if you´re sick there are only two things to worry about: whether you will get well, or whether you will die.

If get well, then there´s nothing to worry about. But if you die, there are only two things to worry about: whether you go to heaven or hell.

If you go to heaven, then there´s nothing to worry about. 

And if you go to hell you will be so busy shaking hands with old friends, you won´t have time to worry.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Casamento bom

O que faz com que um casamento seja bom, feliz e duradouro? Sei lá. Sou solteira e não pretendo me casar tão cedo. O post na verdade é sobre festas de casamento. O que faz com que uma cerimônia dessas seja boa, mas boa mesmo?

Primeiro eu acho que tem que ter gente jovem e/ou bem disposta. Parece óbvio, mas não é: já fui a casamento cheio de velhos, onde não havia ninguém que você olhava e pensava "ah, essa é amiga da novia, esse do noivo". Nada contra, mas esse povo quer mais é encher a pança e ir pra casa. Não vão ficar na pista dançando até as 6 da manhã, a não ser aquele tio que sempre foi mais alegrinho. Não anima.

Tem que ter música que a gente reconheça, goste e cante junto gritando. Se ficar só aquelas musiquinhas que o DJ adora mas ninguém conhece, nem rola. Tem que ter gente pulando abraçada, mulherada sem sapato, homens que perderam a gravata - e se o casamento for muito, muito bom, perdem até o paletó.

Casamento bom tem que fazer o povo chorar em algum momento. Ou com aqueles vídeozinhos cheios de fotos, ou uma música especial, discursos, ou com a entrada dos noivos, sei lá. Tem que ser emocionante, mesmo que a gente nem saiba direito por quê exatamente está chorando.

Alguém tem que dar vexame pra festa ser boa. A mãe da noiva bêbada dançando com a molecada, algum primo que cai na pista, uma solteira se estabacando ao tentar pegar o buquê jogado pela noiva, até um peito pra fora do tomara-que-caia. Se todo mundo se comportar muito direitinho, é porque o casamento não tá bom. 

A festa tem que ter alguma coisa brega. Pode ser uma Gretchen, pode ser os amigos do noivo cantando o hino do Bragantino, pode ser um funk daqueles quando todo mundo já estiver trilili. O cara mais enjoadinho e que só curte música cool a essa altura tem que estar no meio da pista com a gravata amarrada na cabeça cantando é bailão, é rodeio, festa de peão também tô no meio - aos gritos e dançando freneticamente. Aquela prima chatinha tem que estar no meio do trenzinho com as mãos na cintura de uma tia bem gorda e com um tio bem suado atrás, todos cantando a semana inteira fiquei esperando pra te ver sorrindo pra te ver cantando. Casamento sem um pingo de cafonice nem é bom.

Mas mesmo o casamento sendo muito, muito bom, não adianta: alguém sempre vai falar mal de alguma coisa. Se é simples, é porque é muito simples. Se é muito cheio das coisas, é porque é exagerado. Sempre tem alguma coisa pra falar mal: desde a maquiagem da noiva até a quantidade de sal no molho madeira, passando pelo volume da música ou pela desfeita de algum familiar. Não tem jeito...

sábado, 6 de novembro de 2010

Chegou

Pois é. Estou fazendo 30 anos hoje.

Meus 30 começaram como eu sei que ainda vou passar muitos momentos na vida: no aeroporto, chegando de viagem. A primeira pessoa a me dar parabéns foi a minha irmã, por telefone, depois meu namorado e meu pai, que foi me buscar.

Meu presente pra mim mesma foi um estojinho de maquiagem pra viagem da Lancôme (é da Lacombe, né, filha?, disse meu pai quando eu mostrei pra ele.). Cansei de ficar carregando nécessaire de um lado pro outro. Tô velha pra ficar carregando peso!

Não notei nenhuma ruga nova, não morri, não mudei de ontem para hoje. Aliás, me sinto muito bem!

Agora vou lá me arrumar pra comemoração. Se vira nos 30, Nadjones!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Quase...

"Eles estão chegando. Falta pouco. Muito pouco. O tempo passa. Rápido. Impiedoso. Um dia, uma dia que está chegando, você vai acordar, receber os parabéns, se olhar no espelho e pensar: 30 ANOS!"

Já leram isso em algum lugar, né? Então. É que esse dia está chegando MESMO pra mim. É sábado, dia 6.

Medo!

Já me perguntaram se o blog vai mudar de nome. Também já me perguntei. Acho melhor não. Primeiro porque é um saco mudar tudo, e que as pessoas tenham que mudar seus links e etc. Além disso, vai que o Faustão me processa se eu tiro o "quase". Não seria nada bom.

Também é melhor manter o nome porque eu, do alto dos 30, posso falar ao público que ainda não chegou nesta avançada idade. Dos 30 posso orientar quem tem quase 30 - quem sou eu pra orientar alguém em alguma coisa, mas enfim.

E na verdade eu não vou fazer 30. Vou fazer 28. É o que vou dizer quando perguntarem a minha idade. Aliás, pelos próximos cinco anos eu vou fazer 28, e só em 2015 vou fazer 30. Então o Se Vira nos Quase 30 continua assim mesmo, quem sabe até 2015!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Duas coisas ás que as mulheres não resistem

Antes se dizia que as mulheres eram o "sexo frágil". Nem preciso dizer que a expressão caiu em desuso e que a mulherada tá com tudo e não tá prosa - opa, taí outra expressão que não se usa mais. Mulheres lideram famílias, empresas, partidos, países. Mulheres são fortes.

Mas toda fortaleza tem seu ponto fraco. Não gosto de generalizar, mas há duas coisas às que a mulherada não resiste, por mais inteligente e determinada e forte e durona que seja: loja de coisinhas coloridas e palavras bonitas.

"Loja de coisinhas coloridas" que eu digo é lojinha de acessórios, sapatos, enfim, coisas pequenas mas bonitinhas. Entra numa Acessorize pra você ver: a mulherada passa longos minutos zanzando entre uma infinidade de brinquinhos, pulseiras, bolsas, coisinhas brilhantes. Não necessariamente pra comprar, mas é que ficar vendo essas coisinhas é gostoso, distrai. Eu diria até que é quase hipnotizante. Quer atrair um monte de mulher? Pendura um moooonte de brinquinho e colar em qualquer lugar. A gente vai dar pelo menos uma olhadinha.

Adoro observar a mulherada em loja de sapato tipo Shoestock, essas em que os sapatos ficam expostos em estantes conforme o número e os preços costumam ser bons. As mulheres ficam andando de um lado pro outro em frente ao número que corresponde, pegam 28 modelos pra experimentar, calçam um por vez e ficam mancando pela loja e se olhando num espelho baixinho que só reflete os pés. Elas se trombam mas nem percebem, fuçam em outras prateleiras mesmo que não seja do número delas, dão palpite nos sapatos que a amiga está experimentando, fazem um monte de coisa mas nada que não tenha a ver com o momento todo especial de estar rodeada de sapatos. É como homem vendo a rodada de futebol do domingo: não adianta entrar pelada na frente da TV, ele não só não vai te olhar como vai te xingar.

E as palavras bonitas. Que mulher não se desmancha quando escuta um "que linda que você está" de um rapazinho mais falastrão? Por mais que se faça de gostosa e faça aquela cara de "é, eu sei", no fundo a mulher se derreeeete feito sorvete no microondas ao ouvir este tipo de coisa. Aliás esse é um dos grandes problemas das mulheres: damos tanta importância ao que nos dizem que ás vezes esquecemos de checar se os fatos correspondem ás palavras.

Mas nem precisa ser de homem. A gente fica toda pimpona se nos elogiam, independente de quem seja. Ou se nos dizem coisas bonitas como "obrigado por tal coisa", "graças a você eu pude lá lá lá". E a gente chora, e a gente ri, é uma beleza. Quer deixar um monte de mulher feliz? Um elogio - de preferência sincero - pra cada uma.

É ou não é?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Na academia

Vamos lá, vai. Esteira. Gostoooso não é, mas vai lá, você sabe que dá resultado. Da última vez você queimou 510 calorias! Três vezes por semana queimando isso e é quase como se você não tivesse comido por um dia. Vamos lá! Exercício emagrece, endurece e libera endorfinas que geram uma sensação de bem-estar, como você já leu em tantas revistas. Força!

Botãozinho verde, quick start. Primeiro devagar, isso. Vamos lá. Afffff. Que saco, viu. Queria estar em casa. Na cama. Comendo uma trufa de chocolate daquelas de padaria mesmo, bem enorme. O problema é que essas trufas deixam a gente bem enorme também. Foda. Vamos lá, Nadjones, força! Gordurinha, gordurão, vai saindo de montão! Gordurinha, gordurão, vai saindo de montão!

Aumenta um pouco a velocidade. O que está passando na TV? Friends. Ah, mas já vi esse episódio umas quinze vezes, o da camisa rosa do Ross. Friends é o novo Chaves, que a gente já sabe os diálogos de cor e salteado. Mas pelo menos distrai um pouco. It´s not pink, it´s salmon. Vamos lá! Já aumentou a frequência cardíaca. Já perdi, vamos ver... 101 calorias. Já é alguma coisa! Força!! Exercício emagrece, endurece e libera endorfinas que geram uma sensação de bem-estar. Tem que repetir isso como um mantra!

Nossa, como aquela lá tá correndo rápido. Que raivinha. E essa, se alongando desse jeito aí, bem pra onde todo mundo que tá fazendo esteira tem que olhar? Ok, você pode pôr o pé atrás da orelha, parabéns! Já colocou isso no seu currículo? É tão importante! E essa magrelinha se esguelando? Provável vítima de distúrbio alimentar. Nossa, que cara peludo. Se fosse no Brasil a turma já estaria chamando ele de Tony Ramos. Falaê, Tony, beleza? Engraçado que a maioria dos peludos é careca, diz que é por causa do excesso de testosterona, né? Mas se cresce pelo no corpo todo, por que o cabelo, que é o mais importante, cai? Sei lá. Ufffff preciso respirar um pouco. Mais devagar. Pronto, pronto. Mas não pára, força! Exercício emagrece, endurece e aquela coisa toda. Endorfinas.

E nego diz que se sente bem melhor depois de fazer exercício. "Nossa, me relaxa tanto!". Diz até que as tais endorfinas viciam. Sei, sei. Eu me sinto mesmo é cansada depois da academia. Muito. Nossa, e esse cheirinho azedo de suor coletivo pairando pelo ar? Misturado com produto de limpeza e Rexona. Argh. Mas tem que aguentar, aguenta firme! Força, Nadjones! Aumenta a velocidade de novo. Gordurinha, gordurão, vai saindo de montão! 283 calorias já, olha só que beleza. Já gastou o seu café da manhã! Nem é tão ruim assim, vai. Você se sente melhor mesmo, só não sei se pelas endorfinas ou pela consciência. Acho que é a segunda opção. Isso de que exercício relaxa... o que me relaxa é deitar na cama e dormir, cazzo. Isso sim é relaxante, e não ficar que nem um hamster confinado, andando numa maquininha sem sair do lugar.

Quantos minutos? Ah, tá. Falta pouco. Falta pouco!! Yes, we can! Gordurinha, gordurão, vai saindo de montão! Tá terminando! O Friends também. A magrelinha foi embora. Deve ter ido vomitar. Hummm olha esse na natação, que belezinha. Gosto de corpo de nadador. Ué, não é porque tô de dieta que não posso olhar o cardápio, né? Affff canseeeeeeei socoooooooooooorro me tira daquiiiiii! Calma, Nadja, falta muito pouquinho! Dois minutos, o que são dois minutos na vida do ser humano? Na história da humanidade? No universo? Olha lá a TV, começou Two and a Half Man! Man man man maman maman man man haha adoro essa musiquinha. Vou terminar de ver em casa.

Terminando, terminando! Contagem regressiva! 3, 2, 1... Aaah pronto! Terminou! Viu, você sobreviveu. Nem é tão ruim assim. Exercício emagrece, endurece e... como era mesmo o negócio das endorfinas?

domingo, 31 de outubro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Máquina de Autismo

Cena mais do que comum atualmente: você está conversando alegremente com alguém. A pessoa tira um aparelhinho do bolso, começa a olhá-lo, a apertar botõezinhos e pronto, você perdeu seu interlocutor. Pode ser que haja um curto período em que ele divida a atenção entre você e a maquininha olhando pra você e pra baixo alternadamente, enquanto diz "arrã" conforme você vai falando. Mas não se iluda: você já o perdeu.

Outra: reunião. Diretores, gerentes, subordinados. Discussões, problemas, possíveis soluções. Mas 3 ou 4, independente do nível hierárquico, estão ali mas na verdade não estão. Estão com o aparelhinho. Respondendo ou vendo e-mails que poderiam ser respondidos ou vistos em outro momento. Fazendo várias coisas ao mesmo tempo mas não fazendo nenhuma direito.

Tudo culpa de blackberrys, Iphones e coisas do gênero. Quando usam alguns destes aparelhos, as pessoas entram em um mundo paralelo, só delas, sem relação com o mundo exterior. Quase como um autista. Por isso o título do post. Autismo instantâneo e momentâneo.

Não sou contra o uso desses aparelhos, óbvio. Em breve terei um. Mas tem um limite, né? Por que é melhor ver o facebook do que conversar com as pessoas que estão com você? Por que tudo é sempre tão urgente? E a educação, onde fica? Ou é bonito deixar alguém falando com cara de bobo enquanto você claramente está com a cabeça em outro lugar?

Esses dias uma amiga escreveu no facebook dela - ela não disse isso, e olha que ela trabalha perto de mim -
que a internet aproxima os que estão longe e afasta os que estão perto. Verdade.

Termino o post com um vídeo do Jerry Seinfeld falando desses malditos e benditos aparelhinhos. Disse tudo, o Seinfeld.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Os bregas também viajam - II

Falando com as amigas viajantes como a Carol, lembramos de mais coisas que são bregas nas viagens. É que a viagem tem fim, mas a breguice não, minha gente! E o povo sempre dá um jeito de exibir sua breguice pelo mundo. Então vamos lá:

 - Tirar foto ao lado de carrões - ah, já fiz isso na vida porque eu era apenas uma adolescente fanática por carros. Mas nego que tira foto do lado de um Ferrari que estava estacionada na rua e coloca a foto no orkut dizendo algo do tipo "meu carrinho rsrsrsrs"... é de doer. Tanto quanto...

- Usar os brindes dados pela agência de viagens - aquela malinha branca da CVC rodando na esteira de bagagens é uma imagem triste. Um grupo de pessoas das mais diversas idades de camiseta e boné laranja seguindo uma senhora segurando uma bandeirinha ou um guarda-chuva como se fosse uma tocha, também. Você compra um pacote, com sorte ganha algum brindezinho brega. Tá. Mas não precisa usá-lo, né? Assim como não precisa mais...

- Comprar moletom da Hard Rock - era legal até a metade da década de 90, quando a Stella Barros levava hordas de adolescentes pra Orlando e Miami. Ou você foi ou conhece alguém que foi e te trouxe. Você tinha, né? Eu sei. Ah, e tinha o do Planet Hollywood também.  Mas hoje em dia, quem compra -  e usa - isso? Os bregas, claro. Os mesmo que adoram...

- Posar pra foto com o monumento "na mão" - é aquele babaca que tira foto "segurando" a torre de Pisa ou com a torre Eiffel "na palma da mão", aproveitando-se dos efeitos ópticos que a distância entre os elementos causa. Pior é presenciar alguém posando pra uma foto dessa, enquanto o fotógrafo fica gritando "mais pra direeeeita! Pouquinho maaaais! Aí, aí!!! Ah não, outra! Vai". E o babaca tentando manter o sorriso. Mas o sorriso dele vai ser mais sincero quando ele...

- Se deslumbrar com o free shop - Brega adooora um free shop. Esses dias uma amiga minha tava contando que uma vez ouviu uma menina ao celular falando assim: "mãããeee, você não tá entendendo, tô numa loja no aeroporto chamada frichópi, cheeeeeia de perfume, bebida...". O free shop tem um aura mágica pro povo, principalmente pra mulherada. É olhar pra um e elas ficam praticamente hipnotizadas, saem correndo, ás vezes até deixam a mala lá rodando na esteira só pra encher o carrinho de sombra colorida da MAC e body splash de baunilha da Victoria Secret´s. Eu sei, você curte um free shop. Eu também. Mas quem não é (tão) brega já não entra em polvorosa cada vez que vai a um. E já não compra mais tanto body splash da Victoria Secret´s!

sábado, 23 de outubro de 2010

Os bregas também viajam

Antigamente viajar ao exterior era para poucos. Era coisa de janota, gente fina, artistas, empresários, escritores,  gente importante em geral - e importante naquela época era importante mesmo, nada de Paris Hilton ou ex-Big Brother. A pessoa que ia viajar era o orgulho da família, que fazia questão de divulgar que fulano tava indo "pro estrangeiro". Viajar era chique.

Hoje, com a popularização do transporte áereo, o real valorizado e outras facilidades, a coisa já não é bem assim. Pode comprar passagem pela internet ou até no supermercado, pegar pacote da CVC em 24 vezes sem juros, ficar em albergue ralé, pegar as milhas do tio mais rico, enfim, viajar ao exterior já não exige necessariamente ter muito dinheiro. O que é bom pra você, é bom pra todos e bom pra mim.

Mas isto faz com que os bregas também possam viajar. Ok, todo mundo tem direito de viajar independente de seus gostos, mas que é divertido observá-los em terras estrangeiras, ah, isso é. Então fiz uma pequena lista das coisas que os bregas fazem quando viajam, porque vocês sabem que adoro um post-lista de vez em quando. Vamos lá:

- Viajar de avião de salto (muito) alto - As brasileiras adoram um saltão. Puxa, que bonito. Mas é o seguinte: pra enfrentar 12 horas de viagem, por exemplo, os saltos escalafobéticos não são a melhor opção. Antes mesmo de todas essas horas você tem que andar pra dedéu pra fazer o check-in, passar pela imigração, achar o portão de embarque, pegar o ônibusinho pra chegar ao avião, subir as escadas para entrar nele. Ufa! Cansou só de ler, né? Imagina fazer tudo isso com sandálias meia-pata salto 15. Além disso, o pé incha no voo por causa da pressurização da cabine. Imagine o desconforto, aquelas tiras penetrando na pele, isso se você conseguir colocar o sapato de volta caso tenha tirado. Aposte no tênis ou na sapatilhinha que você não vai errar. Dê férias para os seus pés, como dizia o slogan do Rider. Então vamos pra próxima, outra de avião:

- Levar objetos estranhos no avião e não despachá-los - Já vi nega na fila do check-in com um travesseiro enorme e colorido na mão. E de saltão, mas isso eu já falei no item anterior. Existem travesseiros especialmente pra isso, sem contar os que as próprias companhias aéreas dão. Serve também para aquelas pessoas de mais de 15 anos de idade voltando de Miami com um urso de pelúcia gigantesco, que quase deveria pagar outra passagem pra poder viajar. Quando for viajar, menos é mais! Outra coisa terrível é:

Usar camisa do time ou do Brasil - Ok, somos brasileiros com muito orgulho e com muito amor, mas não precisa fazer essa propaganda toda. Tudo o que você vai conseguir é ouvir piadinhas sobre futebol e ter de aguentar algum gringo babaca falando "Pelé, Ronaldinho, Kaká...". Se for mulher, vão te cantar ou pedir pra você sambar. Pior que isso, só camiseta de time: nego tirando foto com a camisa do curíntia ou do parmera na frente da Torre Eiffel e ainda por cima apontando pro símbolo do time no peito... o horror, o horror. Falando em fotos, é péssimo...

- Posar em pontos turísticos com a bandeira do Brasil - Então, é que ir à Disney não é a mesma coisa que chegar ao topo do Everest ou pisar na Lua, né? Muitos outros brasileiros já estiveram lá antes de você e até mesmo no mesmo momento que você. As pessoas que vão ver a sua foto sabem que você é brasileiro. Então pra quê? De novo, precisa fazer tanta propaganda? Também há os que posam com a bandeira do time, o que é igualmente brega. E falando em foto, é o fim da picada...

- Tirar foto naqueles painéis pintados e com espaço pra cara - Esse negócio é tão brega que nem nome tem. Em geral as pinturas são de pessoas em trajes supostamente típicos do lugar, como bailarinos de tango em Buenos Aires. Aí os babacas vão lá, botam a cara de turista sorridente no buraco e tiram a foto achando o maior barato. Até pus uma fotinho abaixo para ilustrar:




Incluiria neste item tirar foto com gente que fica em pontos turísticos especialmente pra isso como homens vestidos de romanos no Coliseu ou neguinho que se pinta todo de cinza ou dourado e finge que é uma estátua, ás vezes se mexendo bruscamente pra assustar turistas desavisados. Vergonha. Outra coisa breguérrima é...

- Falar português devagarinho com estrangeiros - Pode até funcionar em países vizinhos que falam espanhol. Ainda assim, com limites. Se você falar "eu aa-choo iraaado, maaa-no, é nóóó-is na fita eee os boooy no D-V-Deee" pra um colombiano, ele não vai entender. Essa mania que brasileiro tem de falar português devagarinho quando está em outro país é ridícula. Faz gesto, desenha, ou paga uma porra de um cursinho de inglês básico antes de ficar saracoteando pelo mundo. Mas português devagar é pooor-tuuu-guêêêss doo meees-mo jeeeei-too, en-teeen-deeeu? E não é tanta gente assim no mundo que fala o idioma de Camões. E falando em falar, muitos brasileiros têm o péssimo costume de...

- Gritar pra falar com o companheiro de viagem - Nunca vi ninguém gritando em alemão pra chamar a mãe que tá lá do outro lado. Nem falando merda bem alto em hindi. A brasileirada é que tem mania de gritar. "Ô CLEIDÊÊÊÊ, VAMULÁ QUE A GUIA TÁ CHAMANU NÓIS!" é um exemplo. "VALDIREEENE, FICA AÍ QUE EU VOU LÁ COMPRAR O PRESENTINHO PU CARRRRLOS!" é outro. "NOSSA, MAS ESSA MONALISA NÃO TEM NADA DEMAIS, NÉ, ADALBERTO?" Foda. Dá vergonha de ser brasileiro até. Tanta vergonha quanto comprar...

- Souvenires - Eu compro, tu compras, ele compra. Pode ser algo pequeno, como um chaveirinho, mas a gente compra, não tem jeito. Há uns mais bregas que outros, mas no geral souvenir é um negócio cafona. Ou você já viu decorador dizendo "olha, essa sala tá óóótima, falta só uma estátua da liberdade que fica mudando de cor na estante!". Ou você já viu em revista de decoração uma suíte chiquérrima com um globo de vidro escrito Bariloche dentro, desses que você chacoalha e caem floquinhos como se fosse neve? Ou você já viu alguma modelo em um desfile da Dior usando uma camiseta escrito "my boyfriend went to London and all I got was this lousy t-shirt"? Essa, além de brega, já é muito batida, tem em qualquer cidade turística e nos mais diferentes idiomas. Fora que hoje em dia é tudo Made in China, então de local o souvenir tem é pouco. E por falar em local, é ridículo...

Não saber onde está - é ok se você tem mais de 70 anos e já está meio coroca. Mas se você for viajar, informe-se antes, leia na internet sobre as atrações do lugar, clima, situação, compre um guia ou um mapinha pelo menos. Por exemplo, uma vez em Londres uma mulher veio falar com a gente: "oi, vocês são brasileiros também? Escuta, o que é aquele prédio lá?" Era o parlamento com o Big Ben. "Aaaah, esse é o Big Ben?". Cacete!  Quer coisa mais famosa e óbvia que o Big Ben? Ainda mais pra alguém que está em Londres? Me poupe. Outra coisa relacionada isso é levar roupas erradas pro clima: já vi muita nega chegando no inverno em Buenos Aires de shortinho, regata decotada e sandalinha. Imagino a cara delas quando, antes de pousar, o piloto diz: "temperatura em Buenos Aires, quatro graus". Se liga, minha gente!! Esse povo merece até palmas, tantas como gente que adora...

- Aplaudir quando o avião pousa - Meu Deus. Acho umas das coisas mais bregas da face da Terra. Sabe, andar de avião pode ser raro pra você, e que o avião pouse pode parecer um milagre - ou pelo menos um alívio. Mas é normal, é habitual, é o esperado. O piloto já fez isso milhares de vezes, talvez várias só naquele dia. Ele não fez mais que a obrigação. Ou você aplaude quando o garçom traz a sua comida? Quando o cabeleireiro corta seu cabelo? Então por que aplaudir isso?? Não entendo.

Com certeza você, leitor (a), já fez pelo menos alguma coisa da lista. Admita! Não dê uma de gostoso. A gente é brega mas é feliz, né? Aliás, quem sou eu pra falar alguma coisa? Eu que sou a brega da foto!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Passa rápido...

Hoje vi este vídeo em uma palestra que não tinha nada a ver com o que vou falar, mas é que gostei do vídeo.

Me fez pensar que a vida passa praticamente assim...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Truquezinho

Hoje meu pai, de 62 anos, disse a uma intrometida vendedora que tinha mais ou menos a mesma idade dele que ele tinha 72. Ela ficou impressionada, disse que ele estava muito bonito para 72 anos. E ele botando banca, dizendo "é, sabe como é... eu corro, piloto karts..." 

O melhor foi a frase que ele usou depois ao me contar o sucedido: "pras tigrinha, eu falo que tenho 55. Pras véia eu falo que tenho 72, assim elas acham que eu tô inteiro". Papai é um pândego, não é mesmo?

Mas fiquei pensando que o mesmo princípio pode se aplicar a nós, mulheres de (quase) 30. Acho que vou começar a divulgar que tenho 39, só pra ver a cara de espanto do povo dizendo "nuuooossa, mas você está óóóóótiiimaa!", ou "geeeente, mas que pele in-crí-vel! Botox? Ácido hialurônico? Natura Chronos?". E eu sorriria triunfante, dizendo "naaada, mal lavo o rosto... é genética meeeesmo!" 

Não é um a boa?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Das férias

Viajar nas férias é coisa divina. É apertar o "pause" da vida e ir pra outra dimensão, na qual casa e trabalho e picuinhas estão há anos-luz de distância, mesmo que estejam só a umas centenas de quilômetros. Quando você voltar aperta o play de novo e pronto. Se a vaca foi pro brejo, depois nóis desatola ela, como dizia aquela antiga propaganda de Maracujina.

Se é esse tipo de viagem em que se passeia muito, o corpo cansa mas a cabeça descansa, o que é ótimo. Lugares novos, palavras novas, dificuldades novas. Passear, relaxar, tirar foto, fazer compras, comer como se não houvesse amanhã. Você até lembra da sua vidinha normal de vez em quando mas pensa nela como se fosse a de uma outra pessoa. Talvez aquela que ficou lá enquanto você mesmo foi viajar.

Mas nem tudo são flores. Como sempre. O grande problema das férias é que elas acabam. Abruptamente. Quer dizer, nem tão abruptamente assim porque você sabe que elas acabam e quando. Você falou com seu chefe, você avisou a empregada, você comprou passagem. Mas é sempre um sustinho, porque estava tudo tão bem, né? Passear, relaxar, tirar foto, fazer compras, comer como se não houvesse amanhã. Mas casa e trabalho e picuinhas ainda estão lá, naquela outra dimensão, te esperando. Longínquas, mas firmes e fortes. Não tem jeito.

E então acontece a volta das férias. A gente se sente como deve se sentir um bebê que acabou de nascer. Meio assustado, deslocado, incomodado. Inclusive, quando entro no avião pra voltar, tenho vontade de chorar como um. Mas realmente não tem jeito.

Você finalmente chega em casa. Essa parte até que é boa. Só que aí você volta a trabalhar. Essa parte é a que dói. Esqueceu senhas, não lembra de cabeça o que deixou pendente, sofre por causa do jetlag, tem que se atualizar sobre o que está rolando mesmo que não esteja afim. Fica pensando que dois dias atrás estava numa praia paradisíaca, ou passeando pelos alpes suíços, ou fazendo compras em NY, ou simplesmente descansando em um cenário mais ajeitado ao que está acostumado e agora está lá, fechado num escritório ou de olho no blackberry. Bem-vindo de volta!

Dureza, minha gente. Dureza.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Frase do dia

Aos 20 anos a mulher é instável como a Ásia. Aos 30 é ardente como a África. Aos 40 é pragmática como a América. Aos 50 está fora do circuito, como a Austrália. Aos 60 ela se debruça sobre o seu passado e lamenta não ter aproveitado a vida, como a Europa. (Clément Vauteil)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Olha, não sei

Aos quase 30, a gente já sabe bem quais são as coisas que definitivamente não sabemos fazer. Bom, não sei se "definitivamente", já que algumas até podemos aprender ainda; para outras já é tarde demais, não tem muito jeito. Como de vez em quando eu adoro um post com listinha, aqui vai uma listinha de coisas que eu realmente não sei fazer:
- Tocar algum instrumento - Nunca me interessei muito. Nunca tive nem uma aula sequer. Mas acho lindo quem toca.

- Virar estrela - uma grande frustração da infância. Via as meninas virando estrela com a maior facilidade e eu, nada. O máximo que posso fazer é plantar bananeira e dar cambalhota. Na piscina, claro, porque fora d´água eu já faço muito em me manter em pé.

- Ser simpática com quem eu não suporto - tem gente que consegue. Eu não. Não chego a ser má ou mal-educada, mas sei que sou antipática com as poucas pessoas de quem eu não gosto nem um pouco. Vai ver isso é sinceridade, né?

- Processar números - não nasci com o chip pra processar números. Me ensina chinês mas não tente me ensinar contabilidade. Sempre foi assim: minhas notas no colégio eram tipo "Inglês: 9,5; Português: 9; História: 8,5; Física: 3,75; Matemática: 4,5". Não adianta.

- Dobrar lençol com elástico - admiro quem consegue. Já tentei e não consigo de jeito nenhum. Sempre que preciso fazer isso acabo dobrando de qualquer jeito e jogando no armário pra esquecer que aquilo existe.

- Jogar baralho - quando eu era criança jogava Cacheta mas nem lembro direito como era. Tinha também aquele jogo que chamava Porco ou Burro, que tinha que ir passando as cartas e... não lembro. Pois é, não sei jogar baralho. Truco? Não tenho idéia. Buraco? Desconheço. Não sei o que vou fazer com as amigas quando ficar velhinha.

- Falar todas as línguas que eu gostaria de falar - eu sempre dizia que ia chegar aos 30 anos falando inglês, francês, alemão, italiano e espanhol. Mas os 30 já estão batendo na porta e eu não atingi o objetivo. Inglês, espanhol e italiano estão todos OK, só o italiano um pouquinho enferrujado por falta de uso. Alemão básico, apesar dos anos de estudo. E francês bem pouquinho, dá pra não morrer de fome (porque sei pedir um sanduíche de jambon avec fromage). Até que não tá tão mal assim, né?

Se bem, que no fundo, é como disse o filósofo: só sei que nada sei!

domingo, 10 de outubro de 2010

Frase do dia

Entre os 25 e os 35 anos, você é muito jovem para fazer alguma coisa direito. Depois dos 35, já é muito velho. (Fritz Kreisler, músico)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Frase do dia

Toda mulher deve amar um ou dois cretinos para dar valor a um bom sujeito que encontrar. (Marjorie Kinnan Rawlings, escritora)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Falta pouco. Muito pouco.

Eles estão chegando. Já mandaram os primeiros fios de cabelo branco como um sinal. Já causaram umas quase-rugas nos olhos, só pra te deixar esperta. Falta pouco. Muito pouco. O tempo passa. Rápido. Impiedoso. Um dia, uma dia que está chegando, você vai acordar, receber os parabéns, se olhar no espelho e pensar: 30 ANOS!

Ah é, já escrevi isso lá em cima, né? Então. É que hoje tudo isso faz ainda mais sentido: daqui um mês faço 30 anos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Frase do dia

A tragédia do casamento é que, enquanto todas as mulheres se casam pensando que seu homem irá mudar, todos os homens se casam pensando que sua mulher nunca mudará. Ambos invariavelmente se desapontam. (Len Deighton, escritor)

domingo, 3 de outubro de 2010

Frase do dia

A primeira metade de nossas vidas é arruinada por nossos pais e a segunda, por nossos filhos. (Clarence Darrow, advogado)

sábado, 2 de outubro de 2010

Banheiro público

Nada mais natural que necessidades fisiológicas. Me refiro às excretoras, os famigerados xixi e cocô. Você faz, eu faço, a Gisele Bündchen, o Barack Obama, todo mundo faz.  Mas o que mais me incomoda nesta história na verdade são os banheiros públicos.

“Público” que eu digo é qualquer um que não seja o da sua casa ou de qualquer outra casa. Não precisa ser os beeeem públicos, tipo de rodoviária ou de shopping. Pode ser o do local de trabalho, também, que não é qualquer um que vai, mas mesmo assim é bastante frequentado.

Eu acho muito estranho todo o conceito de banheiros públicos. Obviamente são necessários, essenciais, afinal o ser humano caga e mija. É nojento, mas como disse antes, nada mais natural que fazer sissi e totô.

Claro que eu uso essas casas de banho, como diriam em Portugal. Afinal sou um ser humano, embora ás vezes não pareça. Mas acho chato. É desagradável você ouvir o “ssssssshhhhhh” que faz o xixi alheio ao seu lado. Quer dizer, geralmente é “ssssshhh”, mas ás vezes há barulhos estranhos que você não sabe a origem – ou preferiria não saber. Quer algo mais constrangedor do que aquele peidinho que sai sem querer enquanto a pessoa está lá fazendo xixi???? Geralmente é bem fraquinho, quase imperceptível, mas é audível. É quase um sopro, mas dá pra perceber que não saiu pela boca. Muito constrangedor.


Há inumeráveis fontes de constrangimento em banheiros públicos. Alguns você vive só você com você mesma: quando acabou o papel e você não viu, quando comeu algo que não caiu bem e faz aquele estrago, quando encontra um pentelho na tampa da privada...

Mas na verdade eu acho tudo chato. Desde você entrar, e saber o motivo de aquelas pessoas estarem lá e elas saberem por que você também está, até ver as calças e calcinhas arriadas por baixo da porta (por que as portas nunca chegam até o chão????).

Banheiros de discoteca geralmente são os piores. Conforme a noite avança, o banheiro piora. No começo está até razoavelmente limpo. Depois os papéis transbordam dos cestos de lixo, a descarga não funciona, sempre há OVNIS dentro da privada, vômitos, o horror, o horror. Fora o monte de menina suada se amontoando para se olhar no espelho, as bêbadas caídas...

Nuuuuooossaa, já ia me esquecendo!! Banheiros químicos!!!!! Não há nada pior no universo que banheiros químicos! Quando estou em um lugar onde só há esses banheiros, eu não vou. Posso ter de fazer transplante de rim por segurar tanto a vontade, mas não vou. O cheiro é algo absurdo, indescritível. Há melecas não-identificáveis – ou lamentavelmente bastante identificáveis – por todos os lados. Não dá pra fazer de pé, nem sonhar em forrar a tampa com papel (quando há tampa e quando há papel), nem lavar a mão, nada. Eu não sei o que as pessoas fazem nesses banheiros que eles ficam nesse estado. Parece que ninguém faz as coisas normalmente. Não entendo como podem espalhar xixi por todos os lados, ou até coisa pior. Dá a impressão de que a pessoa mijou dando passinhos em círculos lá dentro, ou que cagou pendurada do teto. Simplesmente bizarro.

Pior que não tem alternativa alguma pra evitar banheiros, né?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Da série: "diálogos incríveis pelo MSN"

Contexto: era um dia, anos atrás, em que eu e a pessoa com quem eu conversava tivemos pequenas decepções amorosas.


N - coloquei uma frase em nossa homenagem (nota: coloquei na frase do MSN “el día de los corazones partidos”)

L – hehe. Eu vi. É consolador...

N - saber que tem mais gente no mesmo barco

N - o barco dos rejeitados haha bom, se bem que vc não foi rejeitado, né

L - se juntar muita gente dá pra fazer uma festona no barco!! hahaha

N – hahahaha aí seria a suruba dos rejeitados

L - não, mas eu tava começando a gostar mesmo dessa mina

L - hahahaha

L - pronto mudei minha mensagem tb. Algo mais positivo (nota: ele colocou “suruba dos rejeitados”)

N - hahahahahahahaha

L - vou criar um evento no facebook

N – HAHAHAHAHAHAHAHA ótimo

L - Suruba dos Rejeitados - Garanta já a sua entrada

L - hahahaha

N - hahahahahahaaha

N - melhor que "dia dos solteiros", né

L - claro, eu prefiro mil vezes ir a uma suruba dos rejeitados

N - mais divertido pelo menos

N - a gente pode até fazer um jingle

N - em vez de dizer "eu tô na lanterna dos afogados" a gente diz "eu vou pra suruba dos rejeitados". Canta pra ver, cabe direitinho

L – hahaha versão axé

(...)

Passa um tempo. Uns cinco minutos. E eu:

N – Meeeeu, agora que me toquei que "garanta já a sua entrada" tem duplo sentido hahahahaha

*******

Contexto: um rapaz fedendo a suor com talco estava perto de mim

N - tô sentindo o aroma

B - viu só... a vó dele ficou com o estoque de talco desfalcado

N - vale lembrar que ele tem namorada

B - outra fedida ou então tem tara por gente que cheira mal

B - afinal aquele outro lá da outra sala vem fedendo todos os dias e é casado

N - o amor, além de cego, não tem olfato

B - e não toma banho

B- imagina as partes íntimas

N - dá-lhe queijinho

B- que nojooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

N - talvez elas gostem

N - comam com pão

B - ecaaaaaaaaaaaaa

B - o do meu ex tinha cheirinho de sabonete hehehe

N - cheirinho de PAUmolive HAHAHAHA

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Frase do dia

Casar-se é como comprar uma coisa que se passou anos admirando na vitrine. Você pode adorar a compra e só então descobrir que ela não combina com o resto da casa. (Jean Kerr, escritora)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Olhos de turista

Uma das coisas que mais amo nessa vida é viajar. Adoro mudar de ambiente, ver como as pessoas vivem em outros lugares, aprender sobre a cultura, a língua e a história e sentir que não pertenço àquele lugar, mas que a partir do momento em que estive lá ele vai fazer parte de mim de alguma maneira. Tirar fotos, ficar olhando a paisagem e pensando na vida, ler as placas e não entender direito, fazer comprinhas, ficar fascinada com a arquitetura ou com a natureza, reparar nas pessoas, não ter horários fixos, passear... amo muito tudo isso, como diria o filósofo Mc Donald´s!

Só que nem sempre dá pra viajar quando a gente quer, e menos ainda pra outros países. Viajar demanda tempo e dinheiro, e não é tão fácil ter os dois na mesma oportunidade. Então será que estamos condenados a viver nossa vidinha mais ou menos só na rotina e nos lugares de sempre até que todos os fatores se alinhem a nosso favor e possamos nos libertar?

Não, minha gente! O bom é que também dá pra curtir bastante sem sair da nossa própria cidade. Quando foi a última vez que você foi a um ponto turístico da sua cidade, se é que já foi alguma vez? Você já saiu por aí com uma máquina fotográfica na mão registrando belezas, feiúras, detalhes e curiosidades de lugares próximos a você, ou até pelos quais você passa todos os dias? Você já saiu de casa pelo simples gosto de passear, sem um objetivo definido como ir ao supermercado ou ir visitar a tia?

Todos nós de vez em quando deveríamos sair pela cidade onde moramos com olhar de turista. É como o marido que já quase nem olha pra mulher com quem se casou há mais de 20 anos e de repente, em um momento especial, a vê com outros olhos, lembra quais são suas belezas e volta a se sentir apaixonado. Renova e reanima!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Voltamos já já, depois dos comerciais

Hoje estou saindo de férias. Programei uns postinhos pra não deixar o blog abandonado, então não me deixem só. Vocês vão ter que me engolir, como diria o grande filósofo Zagallo.

Espero voltar feliz e contente, cheia de histórias pra contar, fotos lindíssimas, recordações maravilhosas e, claro, comprinhas, que eu também sou filha de Deus.

Delícia!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

No vestiário da academia

Muito bem, dona Nadja! Venceu a preguiça e veio pra academia. Chegou a inventar várias desculpas, como sempre, mas não aceitou nenhuma e veio. Boa! Agora vai lá se trocar.

É, vestiário de academia é uma coisa engraçada. É divertido ver a variedade de corpos femininos: mais branquinhos, mais escurinhos, magrinhos, gorduchos, velhos, novos, com plástica, naturais. Esses com certeza são silicone. Esses não, mas um siliconinho ajudaria. Nossa, que calcinha feia. Que coxa torneada, olha só... quanto tempo mais pra minha coxa ficar assim? Uns 10, 15 anos? Merda. E essa magrinha, que magriiiinha... e essa gorducha, deve estar aqui pelo mesmo motivo que eu. É duro, né, amiga?

Também é curiosa a variedade de pudores: algumas não fazem nada sem se cobrir com uma toalha e só a tiram quando já estão pelo menos de lingerie e camiseta. Ou fazem malabarismos pra colocar o maiô sem tirar toda a roupa de uma vez. Em compensação olha aquela lá, batendo mó papo com a colega só de calcinha. Bom, ela deve ter pago caro por esses peitos, talvez por isso queira mais é mostrá-los mesmo. Ai meu Deusinho, esta senhora está totalmente pelada e parece que vai se agachar pra pegar os chinelos. Sim, ela está se agachando, ai ai ai, olha pro outro lado, Nadja... tarde demais. Tudo bem que todas nós temos cu, mas precisa mostrar ele pro mundo assim sem mais?? Poxa, minha senhora! Nem o seu marido deve ver com frequência o que eu acabei de ver.

Cara, eu sou uma coisinha estranha. Passo um tempão escolhendo a roupa do dia, vendo o que combina com o quê mas sem que seja tudo "combinandinho", que nem uma colega que bota sombra rosa, camiseta rosa e tênis preto com a meia rosa. Ai, que irritante. Mas na academia ligo um foda-se, né? Não faço tanta questão de estar gatinha, mesmo porque eu sempre saio suada, descabelada e com a cara muito vermelha, parecendo uma cereja superdesenvolvida. Não há roupa que me deixe bonita nessas condições, então pra quê o esforço? Nem tô paquerando mesmo... até aí não tô paquerando em lugar nenhum e tento estar sempre bonitinha. Sei lá. Hoje vai ser camiseta preta da Fórmula 1, bermuda azul e... tênis preto com meia rosa. Quem mandou falar mal da coleguinha?

Falando em meia, foi legal aquele dia em que eu esquci de trazer meia. "Foda-se" com fé, agora já tô aqui mesmo, e lá foi dona Nadja G. fazer ginástica com meias 3/4 cor-da-pele, enfiando-as por baixo da barra da calça pescador. Não sei o que é pior, alguém ter visto e achar que eu estava sem meia ou ver que era dessas meias finas. O horror, o horror. Bom, vamos lá, acaba de se trocar.

Camiseta, monitor cardíaco, tênis. Taí uma coisa que não sei fazer: amarrar cadarço. E saber se é "cadarço" ou "cardaço" ou sei lá. No meu boletim do prézinho veio que eu não sabia amarrar. Eu lembro. Vinte e seis anos se passaram desde que eu era uma linda criancinha de bochechas rosadas e eu ainda não aprendi. E também continuo tendo as bochechas rosadas. Meu amor por pizzas também não mudou desde aquela época, quando o grande pavor da minha vida era a manicure da minha mãe roubar a minha pizza como ela ameaçava. Desgraçada. Aliás, se a gente for pensar talvez tenha sido essa minha íntima relação com a pizza e outros carboidratos que me trouxe a esta academia, né? Se não fosse isso, quem sabe eu seria mais magra. Mas não. Então vamos lá.

Oi, tudo bem? São essas as minhas coisas. Como chama onde a gente deixa as bolsas na academia? Chapelaria? Sei lá. Meu numerinho. Cuidado pra não perder como naquele dia.

Prender os cabelos. Cacete, desde que cortei o cabelo curto tá difícil de prender, ficam caindo mechinhas por todos os lados. Fivelinha aqui, fivelinha aq... não. Mais pra cima. Pronto, vamos lá.

Força!!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Qual é a sua relação com a moda?

Não seria um exagero dizer que hoje em dia a moda é um dos pilares da nossa sociedade. Além de ser uma indústria que move bilhões e bilhões em todo o mundo, essa "entidade" - tão entidade como "a mídia" ou "a Globo" - dita comportamentos, modos de pensar e influi de alguma maneira na vida de todo mundo.

Comida gourmet, carros crossover, prédios neoclássicos, IPad, ir pra Turquia nas férias, twitter, facebook, meninas beijando meninas na balada, ser emo, calças fosforescentes, esmalte verde-água, vuvuzelas... a lista do que está ou esteve recentemente na moda continua, mas pode estar desatualizada quando você acabar de ler este post.  A moda é efêmera e ás vezes você só fica sabendo da existência de uma quando ela já passou, como uma estrela cadente.

Mas neste post vamos nos ater à moda no sentido de o que a gente coloca sobre o corpo antes de sair na rua pra pelo menos cobrir as partes pudendas e, dizem, mandar alguma mensagem pro mundo, desde "ei, estou alegre, coloquei uma camiseta colorida" até "uso preto e coturno, não quero falar com ninguém".

Você se liga no que está na moda pra se vestir? Vê revistas, dicas, blogs sobre isso? Já tá usando seu clog, pintou sua unha de azul cueca fosco, comprou sua legging florida e sua camiseta navy? Ou tá feito cavalo na parada de 7 de Setembro - cagando e andando - pra tudo isso?

Particularmente, eu até gosto de ver coisas sobre moda ás vezes e vitrines. Me distrai. Gosto de design, de coisas coloridas, de ver as combinações. Daí a usar o que dizem que eu tenho que usar... não quero ser igual a todo mundo. Não que eu seja "a diferente", mesmo porque ser diferente hoje em dia na verdade é ser igual a outros "diferentes". Mas não faço questão de seguir tendências, uso o que acho bonito e que fica bem no meu curvilíneo corpinho. Posso até me inspirar em algo que vi, em alguma pessoa que acho estilosa, mas tento fazer o meu próprio estilo e não seguir o dos outros.

E você?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Da época que eu era solteira

Fuçando meus arquivos, achei um texto engraçadinho que veio lááá do passado em um email que mandei pra uma amiga . Resolvi publicar aqui com pequenas modificações porque muitas solteiras de quase 30 vão se identificar com a situação com certeza! Lá vai:

"Deus ou o que quer que haja lá em cima ouviu minhas preces, mas ou ele as levou muito ao pé da letra ou ele está sendo bem irônico comigo, deve estar lá em cima rindo e falando 'ué, não era isso que você queria?'

Resolvi sair com um rapaz do meu inglês que dava em cima de mim. Ele nunca me atraiu em absolutamente nada, muito pelo contrário, mas resolvi dar uma chance porque todo mundo sempre disse que eu era exigente e nunca dava chance pra ninguém, o que não era mentira, então vamos ver. Ele é bacaninha, poxa.

Saímos uma vez. Bonzinho o moço, um amor, me levou no cinema. Depois fomos comer pizza. Bonzinho o moço, um amor. Nem tentou me beijar, apesar de se insinuar o tempo todo. Puxa, que respeitador, bonzinho o moço, um amor.

Saímos uma segunda vez, depois que o rapaz falou todo santo dia comigo no MSN. Fomos comer e depois fomos tomar sorvete. Bonzinho o moço, um amor. Me deu uns selinhos no carro quando deixei ele em casa e só. Puxa, que respeitador, bonzinho o moço, um amor, mas podia ter dado um beijo decente, né? Já não me atraaai - e de camiseta laranja, menos ainda - e ainda não me pega de jeito... sendo que o "de jeito" que eu digo é apenas um prosaico beijo, um beijo anatomicamente correto, lábios, língua, coração acelerado e aquela coisa toda.

Desanimei.

'Dá mais uma chance', diziam as amigas. 'Dá mais uma chance', dizia a mamãe. 'Dá mais uma chance', dizia o mundo. E o rapaz, coitado, MSN todo dia, todo fofo, poxa, preciso de alguém que me trate bem, eu que andava me sentindo um par de peitos ambulante.

Terceira vez.

Foi a última.

Meu, bonzinho o moço, um amor, mas pelo amooor de Deus ou o que quer que haja lá em cima, quem aos 29 anos não sabe beijar??? Beijar! Não digo atingir o ponto G, fazer a gente ter orgasmos múltiplos ou o canguru perneta, mas apenas BEIJAR!

A gente foi em um barzinho, e ele passou a porra da noite inteira me dando selinhos e beijos na mão e selinhos e beijos na mão e selinhos e beijos na mão. 'Ok, vai ver que é porque estamos em público'. E ele é tão bonzinho o moço, um amor. Mas entramos no carro e selinhos selinhos selinhos... pra você ter uma idéia, eu virei pra ele e disse 'por que você não me dá um beijo BEIJO?' hahaha jurooo pra você ver como estava a coisa!

Cara, aí ele até tentou mas o que ele entende por beijo BEIJO eu entendi como ... papel em branco. Vazio. Nem tesão, nem carinho, nem vontade, nem nojo, NADA. Bonzinho o moço, um amor, mas não dá. Eu tentei, juro que tentei. Porque ele é realmente bacana, trabalhador, inteligente, culto, atencioso. Só que não adianta ele ter todas essas qualidades, ser bonzinho, um amor, mas eu não ter a menor vontade de ficar com ele, certo? A menor. Eu penso em dar mais uma chance, mas já me sinto tão mal só com a idéia que não vale a pena. Não?'

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O preço da paixão

Ontem saiu uma matéria no site da Folha de São Paulo dizendo que se apaixonar "custa" dois amigos próximos, ou seja, que quando você começa um relacionamento você acaba se afastando de pelo menos dois amigos. Se você leu estas frases e não pensou "ah é? Foda-se", leia a matéria aqui

Não sou nenhuma pesquisadora de Oxford ou expert em comportamento, mas li a matéria e pensei "taí uma verdade, né, Folha?". A gente passa mais sábados enfurnadas com o eleito, deixa de fazer programas que antes fazia com a turminha, e isso aos poucos inevitavelmente afasta os amigos, principalmente os solteiros que ainda estão curtindo a balada.

Eu fui encalhada  solteira a minha vida toda, e só há relativamente pouco tempo tenho um mancebo pra chamar de meu. Realmente senti que amigas próximas se afastaram um pouco. Não de propósito, mas porque eu já não tinha mais a mesma disponibilidade e, quer queira ou quer não, estamos em sintonias diferentes. Também acho que deixei de aprofundar amizades novas por preferir ficar com meu gatão. Você rejeita um convite, rejeita dois, e quando percebe o povo nem te chama mais porque já imagina que você não vai. E isso afasta.

Não acho essa situação o máximo, mas é natural. Fico meio assim ao pensar nisso porque sempre dei muito valor às amizades e faço muita questão de manter contato com pessoas queridas. Mas não se pode ter tudo ao mesmo tempo...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mães e filhas

Esses dias eu estava em uma loja dessas grandonas de materiais de construção, móveis, objetos, enfim, coisas pra casa.

Vi uma mãe com uma filhinha de uns 3 ou 4 anos. A menina estava com alguma coisa da Disney na mão que eu não pude identificar, só vi que tinha a Branca de Neve e a Bela. Acho que era desses adesivos pra parede, mas não sei bem. Só vi que não era nada muito útil.

A mãe tentava continuar com as suas compras enquanto a menina chorava e fazia birra pedindo o negócio. A mulher mal olhava pra fedelha, só dizia que não e continuava empurrando seu carrinho com aquele ar blasé. E a menina xingando a mãe. Sua feia! Malvada! E a mãe, nem aí. E foi isso que me incomodou.

Pra mãe, pode não ser nada um cotoco de gente dizendo palavras que mal deve saber o que significam. Mas pra filhota era importante, ela estava ali querendo chamar a atenção, enfrentando a mãe do alto dos seus 3 ou 4 anos. E a mãe não reagia, não falava pra pequena que não, ela não pode dizer que a mãe é feia e malvada porque não vai fazer algo que ela quer.

Talvez a mãe já estivesse tão anestesiada pelo cansaço de um dia de trabalho que nem percebia o real significado daquele momento. Talvez já estivesse acostumada com as birras da garotinha, aquela era apenas uma mais.

Sei lá.

Mas fiquei pensando que provavelmente essa menininha vai crescer achando que é ok xingar a mãe e que não tem problema, porque ninguém falou pra ela que é errado e que ela tem que respeitar a mãe ou quem quer que seja. Vai ser daquelas adolescentes sem limite algum e que acham que o mundo gira ao redor delas, como tantas da geração atual. E a mãe vai chorar pensando onde foi que ela errou.

Coitadas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Que fase!

Tenho um amigo que sempre diz "que fase!", frase esta que serve tanto para quando os momentos bons se acumulam quanto para os ruins. É só mudar a entonação. "Nossa, tá tudo ótimo! Que fase!" ou "nossa, tá tudo uma merda. Que fase!"

Falei isso esses dias para outro amigo que em poucos meses perdeu namorada e emprego. Que fase!

Ás vezes parece que acontecimentos positivos ou negativos se acumulam na vida. Há épocas em que tudo dá certo e a vida sorri um sorriso Colgate pra você. Tudo se encaixa e você anda por aí saltitante e cumprimentando as florzinhas pelo caminho. Mas há fases que estão mais pra sensibilidade nos dentes, aquela coisa incômoda e dolorida. Tudo dá errado, você perde certezas, seguranças e as estribeiras. Complicado!

Mas o melhor das fases é que elas, como tudo nessa vida, não duram pra sempre. Se fossem só fases maravilhosas, ai, que chatice. Se fossem só fases horríveis, tá louco, que dureza!!

Seja lá em que fase estivermos, nunca podemos esquecer de uma coisa: tudo passa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O que toda mulher inteligente deve saber

Esses dias eu fui a uma livraria e fiquei chocada com a quantidade de livros de autoajuda nas prateleiras. A maioria era sobre como ter sucesso no amor - esses mais dirigidos às mulheres - ou como ficar rico - imagino que os homens comprem mais desses que as mulheres. Também há centenas sobre dietas, ou sobre auto-estima, o poder da mente, enfim, toda uma gama de temas relacionados com melhorar a vida das pessoas.

Não vou dizer que esses livros não servem pra nada porque quem sou eu pra falar isso, né? Ainda mais sem ter lido nenhum - pelo menos não completo. Mas é engraçado como eles dão a impressão de que tudo é tão fácil, que é só comprar um livro que tenha mais a ver com o desespero do momento - emagrecer, subir na carreira, arranjar um namorado - e pronto, seus problemas acabaram. Muitas revistas também são assim: dicas infalíveis pra ser uma deusa do sexo, pra ter a barriga dos sonhos em um mês, pra ter o trabalho que sempre quis. A felicidade está ao alcance, é só pagar algumas dezenas de reais e seguir as receitas que alguém que nem te conhece está te dando. Ridículo de fácil! Só não é feliz quem não quer.

Um dos títulos que me chamou a atenção foi "O Que Toda Mulher Inteligente Deve Saber". Obviamente falava de homens, porque o que mais uma mulher inteligente precisa saber que não tenha a ver com isso, né? Dei uma olhada no livro e é uma coisa mais ou menos no estilo "por que ele não ligou no dia seguinte", tema explorado por 10 entre 10 artigos, livros, revistas e afins que dão dicas pras moçoilas.

Pois sabem o que toda mulher inteligente deve saber mesmo? Que nenhum livro, revista, blog ou guru vai resolver as coisas por você. Nada é assim tão fácil. Eles podem até ajudar, fazer pensar, apontar uns caminhos. Ou podem prestar um desserviço e te confundir ainda mais. Vai depender de você mesma discernir entre um e outro (gostaram do "discernir"?). E só de você mesma.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Casaco roxo

Granada, Espanha. Inverno. Eu andando feliz pelas ruas com uma sacola que continha um casaco que eu tinha acabado de comprar numa lojinha qualquer. Roxo, um modelo meio diferentinho, um preço óóóótimo.

Sorridente e saltitante, eu já estava imaginando várias combinações de roupas pra colocar com o casaco, como eu ficaria européia com ele e meus olhos claros e como tudo seria mais lindo com ele e como eu ficaria moderna e estilosa com ele. Modernérrima e estilosíssima!

Quando fui atravessar a rua, a cor do casaco de uma velhinha chamou a minha atenção. Roxo. Era uma velhinha baixinha e gorducha, os cabelos curtos tingidos de acaju. Com um casaco IGUAL ao meu. Não era da mesma cor, não era parecido, era O MESMO casaco. Uma velhinha! E eu me achando A MODERNA E ESTILOSA... tontinha.

Moral da história: antes de se achar a fodona, veja bem quem é que está nas mesmas condições que você. E outra, que poderia ser da série "a gente sabe que está ficando velha quando...": quando vê uma velha com a roupa igual à nossa.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pelos, por que tê-los?

Amiga minha me mandou um link pra uma notícia intrigante: a de que um movimento feminista "pró-excesso de pelos" chegou ao Brasil. Leiam aqui.

Segundo o texto, uma das integrantes do movimento disse que "a intenção é mostrar para as mulheres que a mídia é a culpada por mostrarem sempre como normais as mulheres sem pelos nas pernas, nas axilas e no rosto". Já deu o que tinha que dar essa história de culpar a mídia por tudo, não? Agora a gente ter que depilar é culpa da mídia? Não seria questão de gosto pessoal e, principalmente, higiene? Daqui a pouco vão se rebelar contra escovar os dentes e tomar banho. Afinal, a mídia é culpada por mostrar como normais pessoas limpas. Ora, faça-me o favor.

A bobagem ganhou o nome de "Hairy Awarey", que foi traduzido como "peludas conscientes". Espero que este nome se refira ao fato de que elas estão conscientes de que o sovaco vai feder mais se elas não se depilarem, o suor vai causar mais desconforto, as pessoas vão falar mal e esteticamente não é lá muito bacana - isso porque estou falando só das axilas. Não quero nem pensar como fica a situação nas partes pudendas... argh!!

Na verdade acho que essa neura com depilação é coisa de país latino. Alguém já pediu informação nas ruas de Roma pra alguma italiana, por exemplo? Dê preferência a uma que estiver de regata e você vai ver: quando ela disser "é por ali" e apontar com o braço, você vai achar que o sovaco da moça sofreu uma mutação repentina e virou a Maria Bethânia. Puro luxo italiano!

Eu achei o movimento uma besteira, mas acho que cada um faz do seu sovaco e da sua cachufleta (fantástica palavra argentina para isso aí mesmo que vocês estão pensando) o que bem entender. Cada um no seu cada um... só não vá estender essa pelaiada toda na minha cara no metrô!

sábado, 4 de setembro de 2010

Da série "a gente sabe que está ficando velha quando..."

Sempre tem aquela amiga, vizinha ou colega de trabalho que vende produtos da Natura.

E uma vez por mês elas vêm com aquela revistinha cheia de tentações: hidratantes, perfumes, colônias, óleos de banho e outras coisinhas cheirosas. Sem falar nas várias linhas de maquiagem com trocentas cores de sombras, batons, lápis de olho e outras coisinhas coloridas.

Só que você tem quase 30, minha filha. E em meio a tudo isso, qual é a primeira coisa que você quer ver? Em qual página você abre avidamente a revistinha, louca pra ver como é que tá, o que mudou, quanto custa??

Nova linha Natura Chronos. Nomes estranhos como passiflora, flavonóides, bio-firmador, bio-regenerador. Cremes antissinais para mulheres a partir dos 25 anos. E você fica de olho mesmo na linha "30+", cujo nome já se explica.

É... a gente sabe que está ficando velha quando, em meio a centenas de opções de cosméticos, vai ver antes de tudo os cremes anti-rugas.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Maçã não é brigadeiro

Minha amiga Carol tem um twitter, o @sabeoqueirrita, no qual ela escreve sobre essas pequenas coisas que nos irritam no nosso cotidiano. Esses dias ela escreveu que "irrita quando você diz para um médico que você não consegue ficar sem comer doce e ele te sugere comer uma fruta no lugar". Aí eu escrevi pra ela com uma resposta imaginária pra esse doutor: "senhor médico, maçã não é brigadeiro". E fiquei pensando nas coisas que a gente tenta fazer que substituam outras coisas mas que, na verdade, não substituem.

Pois é, uma maçã não é um brigadeiro. Assim como uma barra de cereal não é um pãozinho com requeijão. Uma hora na esteira não é uma hora andando num parque lindo. Ver as ruas de Paris no Google Earth em 3D não é caminhar pelas ruas de Paris. Um Gleid de jasmim não é um ramo de jasmins. Um peguete não é um namorado, o twitter não é um amigo, um poodle não é um filho. E por aí vai.

Ás vezes a gente tem que se virar com os substitutos-que-não-substituem porque es lo que hay. Mas, como diz o grande filósofo Alejandro Sanz, nooo eeees lo mismo!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ah, a carência

Todo mundo é carente. Uns mais, outros menos. O ser humano precisa basicamente de alimento, água e amor, quase como aquele feijãozinho que a gente plantava no algodão molhado em um pote de danoninho quando era criança.

Tem gente que se sujeita a coisas inimagináveis por carência. Tem gente que faz das tripas coração pra tentar agradar todo mundo. Tem quem tente suprir a carência com animais de estimação. Com compras. Com comida. Com sexo. Com bebida. Ou querendo chamar a atenção seja como for.

Mas o pior é que não adianta: a gente sempre vai estar carente de alguma coisa. Nunca vai estar tudo completo. Se você não tem namorado mas curte muito os amigos, vai sentir falta de ter um namorado. Se tiver o namorado, vai sentir falta de estar mais com os amigos. Se tiver os dois, de repente vai pensar que faz tempo que não passa bons momentos com a família. E se tiver tudo isso, não se preocupe, de alguma coisa você vai estar carente.

Maldita carência que não deixa a gente ficar totalmente satisfeito nunca, viu!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Crise dos 33

Esses dias dois amigos meus indicaram um post do Antonio Prata, que tem um blog no site do Estadão e é filho do escritor Mário Prata. Meu amigo Túlio foi um deles, e também escreveu sobre esse post no blog dele.

Publicado no dia 22 de agosto, o texto fala do balanço da vida que ele está fazendo aos 33 anos. Bom, não só ele como todos nessa faixa etária - inclusive nós de quase 30.

O texto todo é fantástico, mas a frase que mais me tocou foi a última do penúltimo parágrafo: "Se tudo der certo, você não está nem na metade do caminho.". Taí uma verdade, né, Antonio? A gente ainda tem tanto pra viver... por que ficar achando que já deveria estar tudo encaminhado e definido? Por que achar que não dá pra mudar? É tarde demais pra quê?

Eu amei o post, até deixei um comentário. É o tipo de texto que gostaria de ter escrito. Vão lá ler!

sábado, 28 de agosto de 2010

Duas alternativas

Sábado, 22:30 da noite. Sozinha em casa. O tempo está agradável, embora tenham anunciado que vai ter um temporal daqueles nas próximas horas. Estava eu com os meus afazeres - vendo TV e fazendo pulseirinha de miçanga - quando começo a ouvir uma música. Parecia tocada ao vivo. Ué...

Saio na varanda e vejo de onde vem a música. Tá rolando uma festa em um apartamento em frente ao meu. Com mariachis. Num apartamento que não deve ser muito maior que o meu - que é pequeno - enfiaram um monte de gente, um cachorro enorme, uma mesa de bebidas com garçom e mariachis. Mariachis!

"Era só o que me faltava", pensei. Aí fiquei vendo e até que comecei a curtir. "Aaaayy aaaaay ay ay caaaaantaaa y no llooooreeees..." "Solameeeeeente una veeeeez améééé en la viiiiida...". Voltei pra dentro, mas deixei o vidro aberto e fiquei aqui escrevendo e curtindo a música.

Isso tudo me fez lembrar de algo que venho pensando há algum tempo. É que a gente sempre tem duas alternativas em situações sobre as quais a gente não tem muito controle: sofrer ou curtir.

Sempre penso nisso quando entro em um avião. Avião é um troço complicado, né? Não é a coisa mais confortável do mundo - pelo menos não pra nós, pobres mortais que viajam na classe econômica - e a gente não entende bem como funciona. É difícil dar merda, mas quando dá é uma merda enorme. Então, aí quando eu estou em um, eu penso: "Você pode passar as próximas horas com medo, sofrendo por algo que tem uma chance muito mínima de acontecer, suando frio. Ou pode curtir as cores do céu, as belezas da Terra vista de cima, aproveitar o tempo pra tirar uma soneca ou ler revistas."

E em geral a vida é assim, pode reparar. Na maioria das situações, você pode se estressar e se irritar e xingar e sentir o coração acelerado e falta de ar e a longo prazo ter uma úlcera ou um enfarto. Ou pode curtir, relaxar, respirar fundo e tentar tirar algo de bom do que quer que esteja vivendo, desde um congestionamento até uma situação difícil na família.

Claro que nem sempre dá. Pode ser que a gente não esteja de bom-humor mesmo, pode ser que tudo seja uma merda mesmo. Por exemplo, acho que se eu estivesse tentando dormir e escutasse os mariachis, ia ficar bem brava. Mas é um bom exercício pra tentarmos fazer, esse de sempre tentar ver o que podemos tirar de positivo das coisas. Só temos a ganhar!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Como chegar aos 30

Hoje minha melhor amiga, uma japinha muito figura que mora na Inglaterra, chegou aos 30 em grande estilo: ela se deu de presente uma viagem ao Japão. Foi ontem pra lá. Delícia, né? Adorei a atitude e o lugar escolhido! Um dia ainda vou pra lá.

Aí fiquei pensando nas formas de comemorar a chegada dos 30. É, comemorar, porque lamentar não dá, né? Algumas nem ligam muito. Outras fazem algo num barzinho pros mais próximos, e em geral nem todo mundo vai porque nessa idade o povo anda tão ocupado e cansado com as suas vidinhas, né? Tem o churrasco, tem a balada, tem não fazer nada, tem festejar com a família e o namorado (ou marido, ou namorido, ou mulher). São tantos jeitos...

Eu tô pensando no que vou fazer. Meu aniversário cai num sábado, eu muito provavelmente vou estar no Brasil... minha idéia mais desvairada seria fazer uma festona e chamar gente que não vejo há muito tempo, tipo o moleque que eu gostava aos 11 anos e outros personagens do passado, amigos do colégio, das viagens, da faculdade, da vida... Seria bem legal, né? Ver como está o povo a esta altura do campeonato. Será que devo?

Mas sei lá... de repente faço algo mais discreto, só pros mais próximos. Mesmo porque festona = dinheirão, né? E todo o trabalho de organizar, convidar... Bom, tenho uns meses pra pensar ainda.

E você, como quer chegar aos 30? E se tem mais de 30, como chegou? Post interativo no Se Vira nos (Quase) 30!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Coisinhas muito pequenininhas que me deixam felizinha

Tava tomando banho agora e aconteceu uma coisa daquelas que você pensa "isso dá um post". Uma pequena epifania, um fugaz momento de beleza que me inspirou, então aqui estou. Nossa, falei bunito e ainda rimou!

Eu apertei o frasco de shampoo e, junto com ele, saíram voando pequenas bolhas. Adoro quando isso acontece! Me faz lembrar de quando eu tinha uns 4 anos e passava horas com meus primos no quintal da minha avó soltando bolhas de sabão. Não precisava de bonecas que falam 562 frases e fazem xixi, nem de videogames 3-D, nem do MP3 da Hannah Montana. Era só um copinho de detergente com água e um canudinho. Era tudo tão simples. Minhas maiores preocupações naqueles momentos era não engolir o detergente e se as bonecas iriam gostar da sopa de terra e folhas que a gente faria depois.

Acho que é pelas boas lembranças que eu adoro quando acontece o que aconteceu agora há pouco, mas vai ver que é só porque é bonitinho. Ás vezes rola com o sabonete líquido, ás vezes até quando você fala enquanto escova os dentes. Aí fiquei pensando em outras coisinhas mínimas e detalhes tão pequenos de nós dois que me fazem feliz. Escolhi dez:

- Um cheiro bom inesperado: andando pela rua, de repente você vira a esquina e suas narinas são tomadas por um cheiro de doce. Ou de pipoca. Ou de pipoca doce. Pode ser também que você entre em uma loja e venha um cheiro gostosinho - não de incenso. Odeio incenso. Abomino incenso!! Mas uma essência, vela, sei lá que cazzo eles colocam. Delícia!

- O sol ou a lua bem grandões: sabe quando eles estão enooormes, aquela bolona mesmo? Não importa se é em uma paisagem linda ou no meio da cidade. Coisa boa!

- Atender o telefone com voz de recepcionista: de novo, pode ser algo da minha infância, quando passava horas passando trote, fazendo vozes diferentes e morrendo de rir. Ou pode ser que meu sonho secreto seja ser recepcionista e passar o dia atendendo o telefone dizendo a mesma coisa, na mesma ordem, no mesmo ritmo, de preferência com a voz anasalada. Algo como: "Pereira Santos e Associados, Rosicleidy, boa tarde, em que posso ajudá-lo?" Como não pude seguir esta vocação, dou asas ao meu talento atendendo o telefone mais ou menos assim quando algum coleguinha mais próximo me liga no trabalho. Também gosto de ligar pros amigos fazendo vozes diferentes antes de dizer quem sou ou fazer pequenas pegadinhas telefônicas com a família. Não me julguem!

- Identificar lugares quando estou no avião: adoro quando estou no avião e reconheço lugares que estou vendo lá de cima. Já vi os Alpes, os Pirineus, as geleiras da Antártida, o autódromo de Interlagos, a Av. Paulista, o La Bombonera, Puerto Madero, a parte do Rio de la Plata que abre e dá pra ver a Argentina e o Uruguai ao mesmo tempo, o Mar Negro, umas ilhas gregas. Lindo!

- Quando o queijo vem torradinho: um prato gratinado, uma pizza com aquela sobra de queijo na borda, aquele queijinho que caiu do misto quente e torrou. Prazer total!

- Um chocolate na hora certa: você está trabalhando e bate aquela vontade de comer um chocolatinho. Mas você não tem nenhum. Parece que ninguém em volta tem. Mas de repente aparece aquela alma caridosa, com quem você nem fala muito, e te dá aquele bombonzinho que estava esquecido na gaveta dela - ela nem é tão chegada em doce. Também aprecio muito brigadeiro roubado antes do parabéns, principalmente em festa de criança. Emociona!

- Homem com criança: ver um pai conversando com a filha de 3 anos. Um tio brincando com o sobrinho. Um grandão com um bebezinho mínimo no colo. O olhar babão, o sorriso orgulhoso. Pode ser em foto, pode ser no restaurante. Ternura instantânea!

- Estar no carro e acenar pra desconhecidos: essa eu fazia mais aos 20 anos, agora nem lembro a última vez que fiz. Mas deveria fazer, porque é um baratinho! É melhor em grupo, porque aí a tchurminha do barulho se diverte com as reações dos pobres transeuntes. Bi-bi, um sorrisinho e um tchauzinho, aí é só observar as reações: alguns cumprimentam de volta, a maioria fica com cara de "quem é você?", outros xingam. É divertido, juro!

- E-mail com notícias dos amigos: hoje em dia quase ninguém mais escreve e-mails contando da vida, como andam as coisas, como foi a viagem ou o encontro de ontem. O povo fala da vida no blog (oi!), no twitter, no facebook. É assim que você fica sabendo da vida dos outros, ainda mais se mora longe. Por isso adoro quando recebo e-mails com novidades bacanas, ou fofoquinhas, ou divagações sobre a vida. É raro, e talvez por isso mesmo seja tão bom!

- A piada certa no instante certo: pode ser que você que solte a tirada, se estiver inspirado. É bom quando isso acontece. Mas pode ser aquele amigo figura, pode ser a amiga da amiga que você acabou de conhecer. Mas não é uma benção quando alguém solta aquela frase que desencadeia uma sessão de gargalhadas daquelas de doer a barriga? Amo!

Lembrei de um blog gringo que descobri há pouco tempo, o 1000 Awesome Things, que até já virou livro. A cada dia o autor posta sobre alguma dessas coisas bonitinhas da vida. Admito que ás vezes não tenho muito saco de ler os posts inteiros, mas é bom pra ver e dar aquele sorrisinho no meio do expediente. Quem sabe este meu post não tem o mesmo efeito, né?