terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Da série "a gente sabe que está ficando velha quando..." - duas seguidas!

Outro dia minha mãe me ligou e disse "filha, nasceu seu priminho! É menino e chama Leonardo!". E eu fui lá ver ele e não me conformava com o tamanhinho.

Por muito tempo ele foi o meu priminho, já que os outros ou eram mais velhos ou mais novos mas não tanto a ponto de eu lembrar deles recém-nascidos. E eu me encantava com os cachinhos e os olhinhos bem desenhados, e fazia cócegas nele, e morri de rir quando ele pediu uma "bisganinha" para comer no lanche.

Aos 3 anos ele ganhou um irmãozinho e eu lembro da emoção da minha tia ao ver os dois juntos na maternidade, o Leonardo fazendo carinho no Guilherme. Desde então eu passei a ter dois priminhos pra fazer cafuné nos cachinhos e cócegas.

Puts, eu disse "outro dia" no primeiro parágrafo, né? É que parece que foi outro dia. Mas hoje faz 20 anos, é aniversário do Leonardo. O outro "pequenininho" vai fazer 17 em agosto. É assustador.

É... a gente sabe que está ficando velha quando os que continuam sendo pequenos pra você na verdade têm 20 anos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Da série "a gente sabe que está ficando velha quando..."

Eu adoro palavras antigas. Quando o cara é um gato eu digo que ele é "um rapaz garboso", quando é grandão eu chamo de "parrudo". Se alguém está meio down eu digo que está "macambúzio", e se algo é legal eu falo que é "supimpa". Um leitor mais atento talvez note isso nos meus posts. Acho engraçadinho. Como dizia Cazuza, faz parte do meu show.

Mas hoje estava escrevendo um post no Brasil com Z e, sem pensar, escrevi "acho isso um barato!". Parei e pensei. Um barato? Puts, acho que a moçada hoje em dia não diz "um barato", né? Ou diz? Isso não é meio de velha? De vó? No nível de "supimpa"?

O pior foi que eu não consegui achar um substituto mais moderno. Vou botar o que, "irado"? "Nervoooso"? "Sinistro", o que seria ainda mais forçado já que é uma gíria carioca e eu sou paulistanérrima?

Não apaguei a frase. Olá, meu nome é Nadja e eu falo "um barato". E daí?

É... a gente sabe que tá ficando velha quando percebe que está falando como uma velha.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Da fidelidade

Esses dias a Mari Moscou do Melhor de Quatro escreveu um post interessante sobre fidelidade. Eu comentei dizendo que pensava muitas coisas sobre isso e que portanto seria melhor escrever um post que um comentário, então lá vou eu.

Pra mim, eu como pessoa individual a nível de indivíduo pessoal, acho importante sim. Não como imposição, não porque a outra pessoa "pertence" a mim. Mas deveria ser algo natural, de estar tão feliz e satisfeito com o outro que nem precisa botar mais alguém na jogada. Eu acho que, se uma pessoa realmente te preenche - não necessariamente em tudo porque isso é quase impossível, mas o suficiente - nem surge essa necessidade de procurar um terceiro (ou quarto, ou quinto...). Posso estar enganada, quem sabe. Mas na minha cabeça a coisa funciona assim.

Na teoria, acho muito bonito esse discurso mais liberal de ninguém ser de ninguém, que sexo é sexo e amor é amor. Concordo. Desprendimento, desapego. Maravilha. Admiro casais que conseguem isso. Tenho uma conhecida que passou 6 meses na Argentina enquanto o namorado estava na França. Ela teve uns casinhos, ele provavelmente também, mas ela não se importava, dizia que o amor deles era mais forte que isso. Bacana. Eu não sou tão mudérna e evoluída. Comigo não, violão.

Se ambas as partes estão de acordo em relação a sair com outras pessoas, ok. Não é traição, afinal ninguém está descumprindo nenhum compromisso. Acho difícil fazer isso sem se ferir em algum momento, mas como diz a sabedoria popular, passarinho que come pedra sabe o cu que tem. Mas se um casal tem um relacionamento e não se discute nada sobre o tema parte-se do pressuposto de que o negócio é ele e ela (ou ela e ela, ou ele e ele, enfim). E só.

A Mari diz que "não somos naturalmente monogâmicos mas sim por uma convenção social nos forçamos a oprimir desejos, vontades e até mesmo fantasias...". Até aí, não somos naturalmente educados, nem andamos vestidos naturalmente, nem vamos ao supermercado como parte da nossa natureza. Naturalmente somos bichos como um tigre ou um gorila, com um cérebro um pouco melhor. Convenções sociais são necessárias para uma convivência harmoniosa em sociedade. Claro que essa harmonia total é utópica. Mas o que eu digo é: também são convenções sociais usar roupas, dizer por favor e obrigado, respeitar o vizinho, não matar, não roubar, não fazer cocô no meio da rua. "Oprimir" - prefiro "controlar" - desejos, vontades e fantasias faz parte da vida. Até necessidades fisiológicas temos que controlar! Todos esses "controles" são parte das nossas escolhas, parte do que temos que fazer para bens maiores: a convivência, as relações saudáveis, o respeito pelo próximo, o compromisso.

Claro que quem tá namorando, noivo, casado ou tico-tico no fubá, como diria o Silvio Santos, não deixa de olhar pra outras pessoas e até sentir desejo por elas. "Tô casado mas não tô morto", "não é porque tô de dieta que não posso olhar o menu". Daí a concretizar o impulso... ás vezes a gente tem vontade de comer algo que não deve e não come, de comprar algo nada a ver e não compramos, até um pensamentinho de matar alguém e não matamos. Será tão difícil não ficar com alguém em nome de algo maior que um simples desejo? Tá, momentos de fraqueza ou de crise existem, errar é humano, mas se se pode evitar, melhor, né?

Volto ao "sexo é uma coisa, amor é outra". Desconfio de relações "só sexo". Em algum momento vai dar merda pra um dos dois, porque o problema é que pessoas não são máquinas. Pessoas não são um pipi ou um popô (haha). Pessoas são pessoas. Com cabeça, coração, alma, história. E quando você transa com alguém, isso tudo tá lá, quer queira ou quer não. Ok, na hora ali do vuco-vuco é aquela coisa, mas e depois? Sempre tem um depois. Ás vezes um depois insignificante, ás vezes um depois maior. Mas ele vai estar lá.

Hoje em dia tudo parece tão fácil. Ah, você não quer? Não gosta? Não é como eu quero que seja? Tem outro. Outras. Tá todo mundo facinho, pra quê vou me contentar com uma pessoa só? Putaria tá na moda, swing tá em todas as revistas femininas, tudo é festa. As pessoas querem tudo ao mesmo tempo agora: querem ter alguém lá, um amorzinho seguro, esperando bonitinho, mas também querem altas aventuras sexuais. O melhor dos dois mundos. Mas ninguém fala dos efeitos colaterais de toda essa balbúrdia (haha, desenterrei a palavra). E ninguém quer renunciar a nada, só que a gente tem que fazer renúncias sim se quiser conseguir algo, o que quer que seja.

A Mari conclui dizendo que "A partir do momento em que ele diz, em se tratando do senso-comum, que quer que o outro indivíduo seja "namorado", ele na verdade quer dizer que quer que o outro indivíduo assuma um compromisso não só com a pessoa (pois este já existe) mas com a FIDELIDADE. Como ninguém é dono de ninguém, é óbvio que isto simplesmente não funciona. Quer dizer, nunca dá certo mudar um relacionamento por algo que você quer que o outro faça (em oposição a algo que você quer fazer)." Hummm...

Eu não acho que os relacionamentos não dão certo por causa da fidelidade. Acho que falta amor, tolerância, paciência, consideração, respeito ao próximo. Sobra individualismo, egoísmo, hedonismo, carpe diem, tudo é aqui e agora. Não importa o que o meu parceiro pode chegar a sentir se souber que eu disse que vou fazer compras com a Maria, mas na verdade vou é dar pro João. O que importa é que eu tenho vontade de dar pro João porque ele tem uma barriga tanquinho. Será que tá certo isso?

Também não acho que fidelidade esteja tão ligada à propiedade como ela diz. Realmente ninguém é dono de ninguém. A gente não pode controlar o outro e nem deve tentar, isso só faz mal. Mas ambos os envolvidos em uma relação mais séria podem muito bem ser fiéis por livre e espontânea vontade. E a coisa pode dar certo ou não, mas não necessariamente por causa da suposta "pressão" de se manter fiel.

Além disso, uma relação não deveria ser uma prisão sufocante, da qual a gente tem que sair de vez em quando ficando com outra pessoa. Um relacionamento tem que ser algo que faça bem, que faça os dois crescerem, que faça a gente ficar levinho e sorridente quando pensa na pessoa querida. Que faça os dois construírem algo, mesmo que depois tudo acabe. E se pra que tudo isso aconteça os dois acham necessário ser fiel... ótimo! Que isso seja respeitado então.

Todo mundo tem direito de fazer o que quiser com a própria vida, desde que não prejudique ninguém. Quer dar pra todo mundo? Quer passar o rodo na mulherada? Vai lá, seja feliz. Mas não deixe um(a) babaca te esperando achando que sua boquinha é só dele(a). Se achar alguém que tope um relacionamente aberto, beleza. Se não, fica solteiro e soltinho na marola, sem trair, nem machucar ninguém. É melhor pra todo mundo, né?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Homens...

Eu tenho uma teoria: a de que, para os homens, o tempo não passa.

Segócio é o neguinte: amigo, se uma mina não te ligou em seis meses, esquece. Ela não vai ligar nunca mais. O mundo gira, a Lusitana roda, ela pode estar na rua da amargura sozinha e abandonada, mas se passou tanto tempo, é porque ela prefere estar assim a estar com você. Pode dar a dita cuja por desaparecida porque não rola mais.

Mas, amiga, se um rapaz não te ligou em seis meses, ele pode muito bem ligar (ou mandar mensagem, ou e-mail, etc etc) um belo dia do absoluto nada e ainda por cima todo florido pra cima de você. E "seis meses" é um tempo qualquer que estou dizendo, porque pode ser muito mais. Até anos. Vai justificar o período de desaparecimento dizendo que teve "problemas", que estava "enrolado", "confuso" ou "trabalhando muito".

Como eles têm a cara-de-pau de fazer isso?? O tempo passa, sim! Eles não se dão conta?

Quando a coisa com um rapaz esfria, nós, mulheres, em geral o apagamos da nossa vida e partimos pra outra, ou pelo menos tentamos. Já os homens, boa parte das vezes, nos deixam na reserva. Se eles não gostam da gente o suficiente para algo mais sério, ou se surge algo que eles consideram melhor, enfim, se no momento não rola mais, eles não nos esquecem, simplesmente nos guardam em uma caixa no maleiro do armário, pra se qualquer dia precisar. Se bater aquela necessidade de muié e não houver ninguém à vista, se quiserem variar o arroz-e-feijão, eles acham que lá estaremos lindas, sedosas e sentadinhas à disposição, a esperar pela boa-vontade deles.

Irritante, né?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Eu, você, ela...

Agora sou uma pessoa que vai à academia - tema para outro post. Hoje fui fazer aquele exame médico básico na própria academia. A médica era uma morena bonita que fez várias perguntas sobre a minha saúde, como idade (29), altura (1,60m) e peso (prefiro não saber, mas acho que entre x e y). Durante o exame batemos um papo. Credo, a frase anterior pareceu meio paquera lésbica, não? Mas não foi isso, não.

No fim do exame perguntei se estava tudo bem. Ela disse "ah sim, você é superjovem..." Eu dei uma risadinha e disse "superjovem numas, quase 3o, sabe como é..." Ela abriu um sorriso: "é, eu sei, semana que vem eu faço 30 e já veio a crise de 'como estou velha!'. Mas somos superjovens ainda!"

Pensei em mencionar o blog, mas desencanei. Falei que a alternativa pra não passar pela crise dos 30 é morrer antes, e essa não é uma boa idéia, né? E a gente ainda vai fazer 40, 50, 60, se for ficar em crise a cada década... aliás já tinha dito isso neste blog.

Mas vocês vêem que realmente é meio generalizada a coisa, né??

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Os quase 30 e a fertilidade

Semana passada vi no G1 uma matéria dizendo que estudos comprovaram que a fertilidade da mulher cai 90% depois dos 30 anos.

Quase 30. Sem planos de ter filhos nos próximos anos. A coisa tá só no "quem sabe um dia". Algumas não teriam nem com quem, pelo menos no momento. Ok, ok pense nas mulheres que você conhece que engravidaram depois dos 30 e foi tudo bem. Várias. Algumas até depois dos 40. Mesmo assim, inevitável pensar "ih, fodeu!", né?

Li alguns comentários da matéria dizendo que atualmente é difícil ter filho antes dos 30, que primeiro tem que se estabilizar e não sei o quê. É, pode ser. Mas é um baque saber que a natureza ainda não acompanha as mudanças sociais dos últimos tempos e que pode ser que, quando você resolva gerar um rebento, seu corpo coloque algumas barreiras e que, talvez, você não possa superá-las.

A grande maioria das minhas amigas ou conhecidas tem quase 30, 30 ou um pouco mais. Conto nos dedos as que já têm filho. Em menos dedos as que têm mais de um. Na minha família, só agora alguém da minha geração, minha prima, está grávida. Ela tem 31. Então é um "ih, fodeu" pra muitas e muitas mulheres, não?

Será que é tão assim mesmo? Óbvio que o tempo passa, que o tal relógio biológico das mulheres não pode ser ignorado, mas será que os 30 realmente são o começo tão abrupto dessa queda de fertilidade? E, se forem, a gente faz o quê? Passa por cima de tudo o que contribui para não querer ou poder ter filhos agora, só porque talvez daqui uns anos seja tarde demais? Não dá, né... mas é um assunto pra se pensar!.