segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Se Vira nos (mais de) 30

Acabo de falar com uma das minhas melhores amigas, que está fazendo 31 anos hoje.

A gente brincando sobre nossa velhice, e ela solta: "é... é duro dar o primeiro passo rumo aos 40 anos".

Ainda falta muito, mas né? Nove anos passam voando.

Aliás o nome do post seria um bom nome para o blog daqui uns meses, né?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Desafio "Um ano sem comprar roupa" - resistindo

Ontem, durante um passeio com uma amiga, paramos em uma ponta-de-estoque multimarcas porque ela queria comprar umas camisetas de manga comprida para o inverno.

É um lugar enorme, cheio de roupas de varias marcas boas daqui de onde eu moro e com precinhos medianamente camaradas. Zona de perigo para mim.

Enquanto ela procurava as camisetas, eu fiquei fuçando as araras apesar do alarme que dizia PERIGO, PERIGO na minha cabeça.

Quem procura, acha, e comigo não foi diferente: achei três blusinhas liiindas. Uma delas tocou mais meu coração: era muito da bonitinha, branca com estampas verdes e detalhes na gola, meio hippie chic. Peguei ela, fiquei olhaaando, ela me olhava, piscava pra mim, dizia "me leva, vou ficar linda em você com aquela sua bermudinha jeans". E eu toda derretida por ela. Ficamos flertando por longos minutos.

Mas eu fui forte. Pensei "não preciso, tenho um monte de blusinhas que nem uso, não quero, vou gastar dinheiro à toa". Até lembrei de uma bonita blusinha verde que eu não usava há tempos. Coloquei a blusa de novo na arara sem dó nem piedade. Bom, com dó, mas um pouquinho só. E aproveitei pra usar essa blusa que eu já tinha hoje mesmo para um agradável passeio dominical com o meu respectivo. Eu realmente não precisava de uma blusa nova.

Então continuamos contando: já são quase 5 meses sem comprar roupa!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Os trinta do Trinta

Neste fim-de-semana é o aniversário de 30 anos do meu grande amigo Marcel. "Puxa, e eu com isso?", pensará o(a) leitor(a). Mas vejam vocês que curioso: Marcel, quem eu chamo carinhosamente de Marcelo, sempre viveu sob o signo deste cabalístico número que tanto tememos, já que seu sobrenome é Trinta. Não, ele não é parente do Joãozinho Trinta, pelo menos não que ele saiba.

Marcel é um rapaz divertido, sempre sorridente e fanfarrão - palavra que ele usa desde muito antes de Tropa de Elite. Aliás, compartilhamos o carinho pelas palavras antigas - ele nunca sai no frio sem sua japona, por exemplo. Marcel, que hoje trabalha até de fim de semana, era um rapaz muito dedicado à faculdade - inesquecíveis nossas partidas de Stop durante as aulas de Semiótica ou ele cantando "oi tra la la la la la, oi" mexendo as mãozinhas nas aulas de Cultura Contemporânea. Marcelo também é muito humilde, tanto que definiu sua festa de 30 anos, que será hoje, como "o evento mais esperado desde que o homem pisou na Lua". Ele era meio come-quieto e eu achava que ele seria solteiro pra sempre, mas um dia apareceu acompanhado por uma bonita mocinha numa fotinho do MSN e revelou que estava namorando sério. Marcelo cresceu.

Uma grande figura, esse Marcel. E atrás de toda figura tem sempre uma família de figuras, e assim é a família Trinta. A mãe é a Dona Laís, uma simpática senhora que uma vez, quando fomos à sua casa comer uns quitutes e tomar tubaína, nos mostrou alegremente um potinho de vidro com as pedras que haviam tirado da vesícula dela. O pai, seu Robertinho, de inho não tem nada e é um corajoso sobrevivente de alguns infartos, causados provavelmente pelos altos e baixos do curíntia. O irmão mais velho, Rodolfinho, também é um rapaz sorridente que quase sempre acompanhava o irmão nas nossas baladex. Tinha também a Raina, uma enorme boxer da qual eu morria de medo e que agora está no céu dos bichinhos junto com o Thibaud (meu gato persa, a.k.a Tibolino) e outros bichos que eram praticamente parte da turma, como o Didão, o cachorro de uma querida amiga nossa.

A família morava em Lauzane Paulista, bairro definido por Marcel como "a Suíça brasileira". Agora já não mais mas continuam na Zona Norte de São Paulo, que sempre foi motivo de orgulho para ele - "sou da ZN, mano", ele dizia estufando o peito. A Suíça de verdade Marcelo só veio a conhecer há pouco tempo, aos quase 30. Ele chegou à conclusão de que Lausanne em nada lembrava Lauzane Paulista. Foi um baque.

Pois é, os trinta chegaram para o meu amigo Trinta.  A gente aqui preocupada em se virar nos (quase) 30 e Marcelo fazendo isso a vida inteira! Que trocadalhos do carilho, hein? Ok, ok, parei com os trocadilhos infames. Termino aqui meu post-presente. Vamos todos desejar feliz aniversário pro Marcel!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Propagandas do Futuro

Um homem dos seus 35 anos, boa pinta, recebe uma mulher em seu apartamento. Há um clima de flerte no ar. Ele, pra fazer uma graça, a pega pela cintura enquanto segura uma taça de vinho e dá um rodopio como se estivessem dançando valsa. Ao tentar se desvencilhar graciosamente, a moça bate no braço dele, derrubando o vinho em sua camisa branca. Ele sorri, corta. Ele aparece novamente colocando a camisa para lavar, dizendo "desde que descobri o Vanishex Plus O2, já não me preocupo mais com manchas. As micropartículas de Vanishex Plus O2 penetram no tecido, retirando completamente qualquer tipo de mancha, até as mais difíceis, em uma só lavagem". Corta. Volta pra ele com a moça, ele sorri e diz "Manchas, agora, só no meu passado". Ela olha pra ele entre surpreendida e divertida e da risada.

*****

Um homem de seus 40 anos está sentado à mesa pela manhã, lendo seu Ipad. Chega outro homem com uma cestinha de torradas, a coloca na mesa, abraça o primeiro homem com carinho. Fica óbvio que são parceiros. O primeiro pega a margarina Doana e passa em uma torrada enquanto olha carinhosamente para o outro. O locutor diz: "Comece seu dia com amor. Comece seu dia com Doana".

*****

Seria legal se um dia coisas assim fossem consideradas normais, né?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Muuu

Sejamos realistas: sempre vai ter pelo menos uma vaca perto do seu namorado/marido/misto de ambos/rolo. É algo que foge do seu controle, que está fora do seu alcance. Inevitável. Tem que se conformar: sempre vai ter uma vaca perto do seu namorado. Conviva com isso.

Pode ser uma colega de trabalho, uma vizinha, uma amiga, uma ex, a dentista dele, qualquer uma. A vaca vai deixar mensagenzinha falsamente fofa no Facebook dele, vai falar com ele e te ignorar quando você estiver ao lado dele, vai passar rebolando na frente dele, vai ficar toda florida e sorridente pegando no braço dele enquanto fala ou vai simplesmente existir - pior, existir perto do seu namorado. Ah, que ódio das vacas.

Não adianta querer aprisionar o eleito em uma grande bolha de vidro (às vezes você tem vontade de fazer isso, né, sua louca? Admita), nem amarrar no pé da mesa (é, isso seria mais fácil que a bolha), nem colar um localizador com GPS no pobrezinho (hummm não seria uma má ideia). Não adianta ligar 257 vezes por dia para o moço tentando controlar onde ele está, como, quando, com quem, com que roupa. Qualquer esforço para manter o seu namorado longe de uma vaca é inútil. Quer dizer, você pode até conseguir afastá-lo de uma vaca especifica, mas nunca de todas. Não adianta: sempre vai ter uma vaca perto do seu namorado.

Pior é que homem adora uma vaca. Por mais bacana e sensível e diferente do resto que ele seja, ele ainda é um homem, e as vacas exercem um grande fascínio sobre os homens - se não nem seriam vacas. Elas fazem eles se sentirem desejados, mais machos, o que massageia o frágil ego deles. Elas os deleitam com suas calças enfiadas nas nádegas (não, ela não se sentou em um varal, é de propósito mesmo), com seus risinhos delicados, femininos e idiotas, com seu jeitinho de pin-up malfeita. Eles não necessariamente vão ter alguma coisa concreta com as vacas, mas só a existência delas já é o suficiente pra fazer a gente querer chutar o pau da barraca e sair dando uns cascudos por ai.

Ah, que ódio das vacas.

A situação parece desesperadora, mas há maneiras de lidar com as vacas e sua irritante existência.  Aqui vão alguns sábios conselhos da tia Nadja para isso:

1) Nunca destaque pra ele o fato de que a vaca é uma vaca - evite dizer coisas do tipo "você viu a foto que aquela vaca colocou no Facebook?" ou "Nossa, odeio aquela vaca".  Talvez ele, tão desligado, nem tenha percebido a vaquice da vaca. Essa é a melhor das hipóteses. Talvez ele tenha percebido mas não se importe, é algo com o qual você tem paranoia se preocupa e ele nem tchum. Se você disser que ela é uma vaca, ele provavelmente vai pensar "nossa, é mesmo, ela é vaca. Delícia!" E vai passar a reparar mais na vaca, estabelecer aquele flertezinho inocente com a vaca... ou seja, você que chamou a atenção dele para o fato de ela ser uma vaca! Feitiço contra o feiticeiro. Não é isso que você quer, né? Então evite referências à vaca, principalmente usando o termo "vaca" ou similar (piranha, vagabunda, galinha, sirigaita, lambisgoia, etc etc.)

2) Nunca demonstre ter ciúme da vaca - essa é difícil. Haja sangue de barata pra engolir seco diante de alguma vaquice. Mas evite frases do tipo "o que aquela vaca tanto tem pra falar com você?" ou "quem é essa vaca curtindo a sua foto?". Tente não demostrar ciúme porque o homem, no fundo, gosta de saber que você tem ciúme dele, é outra massagem no ego: oh, sou desejado, as mulheres me querem, vejam só como eu sou gostoso. Se bobear ele sutilmente vai provocar alguma situaçãozinha que envolva a vaca, só pra fazer você subir nas tamancas e soltar seu lado loca loca loca enquanto ele é puro júbilo. Tente não cair nesta armadilha!

3) Seja mais você - é um conselho meio Ana Maria Braga, mas é sério. Pense com a tia Nadja: com quem o seu rapaz passa as noites de sábado, é com a vaca? Não. Com quem o moço faz planos para o futuro como viajar, mudar de país ou ir no Habib`s sexta à noite, é com a vaca? Não, é com você. Se a vaca fosse tão legal assim, ele estaria lá com ela, e não com você. Então pra que ficar com caraminholas na cabeça? A vaca que fique lá com as suas vaquices, quem tá com o moçoilo é você. Aproveita, boba! Agora, se ele realmente estiver fazendo essas coisas com a vaca... você está com problemas, amiga.

Viram? Dá pra lidar medianamente bem com o fato inexorável de que sempre vai ter uma vaca perto do seu namorado. Você pode acabar perdendo ele pra ela? Pode, mas também pode acabar perdendo pra vizinha nerd da qual você nunca desconfiou, ou ele pode acabar te perdendo pro seu professor careca e gorducho mas com uma lábia infalível. Nunca se sabe, são coisas que não podemos controlar. Fazer o quê?

Ah, que ódio das vacas.

Still alive

Faz tempo que não escrevo nada mas tô aqui. É que tive uma semana difícil que me deixou uma lição que eu gostaria de compartilhar com meus leitores.

Sábado à tarde, sozinha em casa, vontade de comer chocolate. Desci e comprei um grande no mercadinho. Abri, vi que estava meio estranho. Chequei a data de validade, só vencia em outubro. "Deve estar assim por causa do calor", pensei. E mandei pra dentro.

Foi um erro. E paguei caro por ele.

Passei mal a semana inteira, com todos os agradáveis sintomas de uma intoxicação alimentar. Cada dia era um que me torturava. acho que meu corpo se rebelou contra mim. "Quer comer chocolate a qualquer preço, gorducha? Não importa se tá ruim e nem nada?? Tá pensando o quê? Agora tooooma!"

Hoje, mais de uma semana depois, ainda não estou 100%.

Moral da história: se um chocolate parece não estar bom, ele realmente não está. E isso serve pra muitas outras coisas na vida.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Momentos de tensão na vida da mulher

É tenso ser mulher. Além de TPM, parto, depilação e aquela patacoada toda, sempre vivemos pequenos momentos de tensão no nosso dia-a-dia. Vamos a alguns deles:

- quando o chefe liga - "Fulana, você pode vir aqui um minutinho?" Fo-deu. Vou ser demitida. Você começa a fazer uma lista mental de tudo o que você fez ultimamente, pensando se pode ter feito uma gigantesca cagada. Pensa em quem pode te indicar pra algum trabalho, pra onde mandar o currículo. Fodeu. Você nunca pensa "é hoje que ele reconheceu que sou um gênio! Vou ser a primeira a passar de assistente a vice-presidente em dois anos!". Só pensa "fodeu!". No caminho pra sala do chefe... momento de tensão! Aí você chega na sala do chefe e nem era nada demais. Ufa! Ou era. Fodeu...

- quando a sombra cai no chão - você está se maquiando, caras e bocas na frente do espelho, faz até o V de vitória igual a Gisele. Aí você vai pegar o corretivo e, num gesto desastrado, deixa cair a sombra MAC coleção da Barbie que a sua amiga trouxe dos Estados Unidos há alguns meses. Seu coração para. Momento de tensão. E não volta a funcionar até você pegar a sombra do chão e ver se ela quebrou ou não. Se não quebrou, é aquele alivio. Se quebrou... primeiro o desespero, depois a tristeza, depois a resignação. Um pequeno luto.

- quando você conhece um cara e no dia seguinte toca o telefone - você foi pra balada e usou três sombras da MAC, corretivo, pó, blush, gloss, rímel, roupitcha nova e sensual, salto alto, escova, chapinha, ufa! Mas todo o esforço deu certo: você conheceu um rapaz! Deus seja louvado, Ele ouviu as preces da sua avó! Bateram aquele papinho espada, trocaram umas bitocas, os números de telefone. Você se faz de desencanada, "se ele ligar, ótimo, se não ligar, beleza" mas no fundo tá rezando pro moço dar sinal de vida -  e rápido. No dia seguinte, tlin tlin! Mensagem. Será que é dele?? Momento de tensão. É dele! Festa! Ou não é dele, é de outro homem. Seu pai.

- experimentar roupa - isso sempre é tenso, principalmente se você se apaixonou pela peça mas ainda não sabe se a paixão foi correspondida. Você começa a passar a calça pelas pernas ou a blusa pelos braços... momento de tensão. A tensão é maior no caso de roupas com ziper e/ou botões e com tecidos que não esticam. Entrou! Fechou! Ficou lindo! Festa! Ou não entrou. Entrou mas não fechou. Entrou, fechou mas ficou ridículo. Bosta.

- barulho em casa - Você vai dormir e, quando está pegando no sono, escuta uns estalos. Momento de tensão. Pronto, morri. Me mataram. É um malfeitor com uma serra elétrica que veio me atacar. Não, são dois. São quatro ninjas que escalaram meu prédio até o 15o andar pra me sequestrar. Só quando você não escuta mais nada depois é que percebe que era só a geladeira.

É tenso ser mulher...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Historinhas de mulheres de quase 30 - uma avó sincera

Esta aconteceu comigo há um tempo.

Minha avó adora meu cabelo. Um dia, durante o cafuné, ela começa a elogiá-lo:

 - Ai, que lindo que é o seu cabelo... brilhante... macio...

Eu agradeço. Ela continua:

- Mas é muito lindo o seu cabelo mesmo! Ah... se você fosse tão linda como é o seu cabelo! Você seria uma miss!

E até hoje ela jura que isso foi um elogio.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Perguntas

Vivendo o meu relacionamento e vendo os alheios, às vezes me vejo sem resposta a um monte de perguntas que surgem em alguns momentos.

Até que ponto é apostar em uma relação e não se iludir inutilmente? 

Qual é o limite entre ter paciência e ter sangue de barata?

O que é característica suportável ou defeito irremediável?

Onde acaba a dúvida e começa a decisão?

O que é perdoar e o que é ser otária?

Qual a diferença entre acreditar e dar murro em ponta de faca?

O que é natural e o que é anormal?

O que levar a sério e o que deixar passar?

O que é passageiro e o que vai se repetir?

Complicado.




terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desafio "Um ano sem comprar roupa" - um pequeno deslize?

Aqui onde eu moro o Dia dos Namorados é na próxima segunda, dia 14, e se chama "Día de San Valentín", uma sulamericanização do Valentine`s Day.

Como não tô podendo comprar roupa por causa do meu auto-imposto desafio, pedi ao meu respectivo uma roupitcha de presente, afinal eu não sou boba nem nada e, como já disse, presente não tem problema. (Eu que fiz o desafio, eu imponho as regras, dá licença?)

Acontece que meu querido não é lá muito craque em escolher roupas, menos ainda para mulheres e menos menos ainda para uma mulher fresca e com um corpinho difícil de vestir como eu. Esta atividade tampouco consta entre as favoritas do grandalhão. Ele prefere ver documentários da National Geographic, jogar no computador (aguardem meu post "os nerds são os melhores"), jogar vôlei e cafunés em tardes chuvosas. Se bobear acho que ele prefere morrer a perder uma tarde escolhendo roupas femininas nessas lojas cheias de frufrus que a gente adora.

Então eu, do alto da minha infinita bondade, me dispus a poupá-lo deste apuro e fazer o sacrifício de acompanhá-lo ao shopping mais próximo para escolher um presentinho para mim. Não sou um amor?

Combinamos um preço máximo para o presente, não sem antes deixar o romantismo em casa. Então me pus a experimentar roupas que coubessem em mim e no orçamento. Calças, saias. Entrava e saia de lojas, ele começava a se irritar - como as mulheres são difíceis! - mas não adiantava. Eu não encontrava nada de que eu gostasse.

Vi uma calça que custava quase 70% mais do que o valor estipulado. Eu já vinha namorando ela antes e ela estava em liquidação, mas ainda assim não era nenhuma pechincha. Surgiu o dilema: compramos e eu pago estes 70% que faltariam? Mas isso não seria praticamente comprar a calça? E se eu jogasse esse valor no cartão de crédito da minha mãe? Não, seria errado usar os serviços do Banco Mamãe pra isso e eu estaria enganando a mim mesma, tipo "ah, não comprei, do meu bolso não saiu nada". Melhor não.

A essa altura ele já tinha desistido. Irritado, me deu o valor em dinheiro e disse "vamos embora, depois você compra o que você quiser". Me deu o dinheiro, cash, que nem avó no Natal, sabem? De um romantismo ímpar. Mas eu não estava disposta a sair de lá sem meu presentinho.

Um pouco antes de irmos embora, no caminho pra saída, entrei na loja da calça. Ele suspirou. Tinha acabado a do meu número e a maior que eles tinham não passou pelas minhas coxas. Então vi uma sainha muito da bonitinha na manequim. Pedi, experimentei e oba! Ficou uma belezinha! Mas custava 27% mais que o combinado. Não era tanto dinheiro, ele já estava por aqui comigo, eu também já queria ir embora, adorei a saia, então quer saber? Compramos. Usei o dinheiro que ele me deu e completei o pouco que faltava.

Aí veio a crise de consciência: comprei a saia? Isso foi burlar as regras do desafio? E como eu mesma fiz o desafio, eu mesma digo que não: foi um presente do meu respectivo, eu apenas dei um leve empurrãozinho para que ele fosse meu. Nao saí de casa "apenas pra dar uma passeada" e voltei com uma roupa como costumava fazer antes, que é justamente o que estou querendo evitar. Foi um presente. Então continuo contando: já são quase 4 meses sem comprar roupa. Vamos que podemos!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mais um sobre solteiras - esclarecendo

Vi que meu post sobre as solteiras gerou certa polêmica nos comentários. Queria esclarecer uma coisinha: na verdade eu não quis dizer que solteiras não devem ir pra balada, ou que quem vai pra balada é vagabunda, ou que em baladas você não conhece ninguém decente, mesmo porque A) conheci meu namorado na balada B) minha irmã conheceu o marido na balada C) minha prima conheceu o marido na balada D) minha mãe conheceu os dois maridos na balada.

Todo lugar é lugar pro cupido agir e na noite tem de tudo: bonz rapazes, cafajestes, etc etc. Assim como no seu trabalho, no supermercado, no mestrado. Tem gente que vai pra caçar mesmo, tem gente que vai pra dançar, pra festejar um aniversário... cada um com seu cada um. Além disso, podemos muito bem sair com o intuito de se divertir apenas. Paquerinhas podem fazer parte do pacote mas não necessariamente são o pacote completo. E se são, não tem problema, mas isso pode gerar frustrações desnecessárias ou ações baseadas no desespero.

A Paulistana disse tudo: "O que a gente tem que ter em mente é que mensagem queremos passar, porque todas as nossas atitudes falam algo sobre a gente: a roupa que vestimos, como dançamos, o quanto bebemos, o que falamos para os homens, como reagimos ao que eles falam para nós, o que admitimos e o que não, o que topamos e o que recusamos."

Isso não quer dizer que a solteira em busca de um macho pra chamar de seu tenha que ficar o tempo todo pensando em cada gesto, em cada expressão, mesmo porque fazer isso seria paranoia. Mas tem que pensar que, se o objetivo é apenas encontrar alguém legalzinho que te valorize pelo que você é a nível de ser humano enquanto pessoa individual, talvez não seja a melhor ideia sair com os mamilos quase pulando do decote e beber até cair sentada, descabelada e vomitada depois de beijar oito rapazes e duas meninas. Pode até ser que de repente você esteja na sarjeta semi-desmaiada, chega um mocinho, te ajuda a se levantar, te leva pro hospital e é o início de uma bonita história de amor pra contar pros netos. Mas é pouco provável.

Uma grande amiga uma vez comentou sobre uma amiga dela que sempre foi muito saidinha mas que agora estava louca pra arranjar um namorado. Aí ela botava foto no Facebook tomando um monte de cerveja em belas praias, ou de biquíni fazendo pose de sereia - não sem antes dar aquela photoshopada. Atraiu muita atenção masculina, mas não a que ela queria. Continuou sozinha.

Cada um faz o que bem entender da vida, mas tem que ter consciência de que certas escolhas trazem certas consequências. Não é uma ciência exata, a vida é meio maluquete, mas se pudermos fazer a nossa parte e ajudar as probabilidades, melhor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Síndrome de Susana Vieira

Terminei o post anterior falando da síndrome de Susana Vieira, agora vou explicar o que é e como se manifesta.

Você tem uma necessidade de mostrar o tempo todo que você é uma diva. Que a sua vida é maravilhosa, que você é linda, talentosa, conservada, inteligente, querida e, principalmente, que está ótima apesar dos pesares. E não basta só mostrar: tem que destacar, gritar pra todo mundo ouvir, divulgar por todos os meios possíveis. Por mais que a vida te encha de porrada, você não se dá ao direito de sofrer, de digerir, de ficar na merda por um tempo como é natural nestes casos. Afinal você é superior a tudo, a absolutamente tudo, sempre.


Sem contar que você é jovem. O tempo passou pra todo mundo, menos pra você. Você sustenta a microssaia, o decote, de vez em quando até paga um peitinho mas nem se importa, afinal você é jovem. Você tá na farra, pegando neguinho que matematicamente poderia ser seu filho ou até seu neto, você tá é na crista da onda! Não, na crista da onda não porque a expressão é muito velha.

Se você for assim, cuidado! Você pode estar sofrendo da síndrome de Susana Vieira. "Tô beeeem, tô óóótima!! Casei pela milésima vez com um qualquer, ele me roubou, me corneou, saiu falando merda por aí, quis se aproveitar da minha fama, morreu de overdose quando estava com outra, mas nada me afeta! Tô aparecendo de biquíni na Caras aos quase 70 porque eu posso, tô beeeem, tô óótima! Tô pegando um rapazote porque eu sou jovem, eu posso, eu tô bem, tô otima!

Uma coisa é você tentar atravessar uma situação difícil da melhor maneira possível, com uma visão otimista da vida. Outra coisa é você fazer um teatro ridículo que não convence ninguém e que só faz as pessoas verem que você andou perdendo uns parafusos. Uma coisa é você se ajudar, outra coisa é você tentar se convencer de algo que, no fundo, sabe que não é real. Uma coisa é você se sentir jovem sem importar a idade, outra coisa é você sempre agir como se tivesse metade da sua idade - e estivesse bêbada.

Viram porque disse que a vizinha do meu amigo pode ser uma vítima da síndrome? Separou há pouco tempo, tá na gandaia, botando os atributos na vitrine pra ver se alguém compra...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mais um sobre solteiras

Falando com um velho amigo pelo MSN sobre uma amiga em comum - e o quanto ela embarangou, hihihi - ele disse "pelo menos ela não é daquelas solteiras chatas". Pedi pra ele me explicar o conceito, e o que ele disse foi:

"Eu achava chato falar de gente mal-amada, mas cada vez mais vejo que existe mesmo. É aquela mulher de 30 e poucos anos que não tem namorado e nem consegue arrumar um porque ela tá esperando (apesar de não admitir) o príncipe encantado.

Neste caso, o príncipe encantado é alguém com emprego bom, bonito, saudável, interessante, inteligente, não-casado e sem filhos, etc etc. Fato: ninguém é perfeito assim.

Aí ela vai pra balada como se ainda estivesse na faculdade, vai numas baladas de pegação e ainda reclama que não acha ninguém. Expliquei?"

Eu disse que sim, e completei: "É verdade. Nega sai com roupa de vagabunda e reclama que ninguém a leva a sério."

E ele contou um curioso caso: "Minha vizinha é assim. Separou do marido e faz baladinha dessas direto. Tô chegando em casa da aula, onze e tanto da noite, e ela tá saindo, com roupa de piriguete e pintada pra guerra, citando seu sábio pai. Ela fica com uma cara de vergonha quando me vê... tem vergonha, mas não tem juízo, como diria minha vó".

As solteiras têm todo o direito de curtir a pegação, se isso as faz felizes. Mas se o objetivo é encontrar alguém decente pra chamar de seu, melhor mudar o rumo. Dar tempo ao tempo, se cuidar, diversificar as atividades, curtir a vida, mudar o foco, se dar ao respeito. Sem bem que, no caso da vizinha do meu amigo, acho que pode ser o que eu chamo de "Síndrome de Susana Vieira". Vou explicar o que é no próximo post!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Chorando se foi

Esses dias vi uma cena curiosa: uma moça ruiva dos seus quase 30 caminhava por uma rua tranquila gritando e chorando no celular. "Eu estava lá quando a sua avó morreu, quando você precisou de mim, e você..." Sei lá eu com quem ela estava brigando, mas parecia que ela estava realmente possuída pela raiva. Coitada.

Outro dia vi uma mocinha no degrau da porta de uma loja fechada, chorando sentadinha. Passei por ela e me deu uma dorzinha no coração. Voltei e perguntei se ela estava bem, ela sorriu entre as lágrimas e disse que sim, fez um gestinho como dizendo "nada demais", eu disse "bom, ok, boa sorte..." Sei lá, foi o que eu pensei em falar pra alguém desconhecido que estava chorando.

Me identifiquei com as duas, afinal quantas vezes a gente não perde o controle e abre o berreiro sem importar onde, quem tá em volta, nada? Na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê? Abre as comportas, roda a baiana, desce do salto, perde as estribeiras sem nem saber direito o que significa "estribeiras" e fica toda banhada de lágrimas por aí? Com uma cascata melequenta caindo do nariz vermelho, os olhos inchados, a voz que sai toda emaranhada...

Às vezes é bom deixar os demônios saírem pelos olhos. Alivia. O ideal não é passar vergonha assim ao deus-dará, na frente de todo mundo, mas de vez em quando não tem outro jeito. A dor, a raiva, a alegria ou a emoção não cabem mais na gente e pronto, saem correndo em disparada e não há muito que a gente possa fazer.

Sempre me dá uma coisinha no coração quando vejo alguém chorando, mesmo quando é de felicidade. A coisinha é maior quando o chorão é um homem. Mulher chora por qualquer coisa, mas homem, quando se dá ao direito de chorar, é porque a coisa tá feia mesmo - ou linda demais...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fica aí a dica

Como mulher gosta de dica. Incrível. Já repararam que as revistas femininas são cheias de “dicas” pra tudo, desde ter um bumbum perfeito até “segurar” o seu homem ou ter uma carreira de sucesso? Vejo também que os blogs que fazem mais sucesso entre as mulheres são os que tem dicas de moda e beleza (porque o que elas querem é ficar mais bonitas e estilosas) ou de sexo (porque o que elas querem é ser boas de cama). Sem falar nos cada vez mais vendidos livros de auto-ajuda, sobre os quais já falei nesse post.

A mulherada, como qualquer ser humano, tem um monte de dúvidas, angústias, questionamentos. Mas ás vezes, em vez de procurar as razões para isso e soluções verdadeiras, preferem apostas nessas dicas, conselhos, simpatias, algum qualquer que tenha as respostas mágicas para elas. Parece mais fácil, tira o peso das nossas costas. Angústia sobre o futuro? Consulte uma vidente e acabou a angústia.

Eu acho que a grande razão pra isso é a nossa ansiedade. A gente não quer esperar o futuro acontecer, quer saber hoje o que vai acontecer. Quer resolver tudo o mais rápido possível e achamos que as dicas vão fazer isso. Ou conselhos, ou psicólogos, qualquer coisa ou qualquer um que não seja nós mesmas. Um pouco é a nossa maldita insegurança também. Nunca sabemos bem se tomamos a decisão certa, se somos legais ou ridículas, se somos normais ou loucas. Será que eu ficaria bem com essa blusa? Vamos ver o que diz o blog de moda.

Engraçado que não tem tanta dica assim pra homem, né? Será que isso confirma que realmente somos mais complicadas que eles? Mais chatas? Sei lá... alguém me dá uma dica?

Frase do dia

Ame teu vizinho, mas não derrube tua cerca. (Benjamin Franklin, ex-presidente americano)