segunda-feira, 30 de maio de 2011

O que será dessa menina aos 30?

Acabo de ver uns vídeos no You Tube, dica da minha irmã. Este é um deles, vejam só que coisa meiga:




Tem mais vídeos da mocinha mostrando seu talento, inclusive ela foi no Faustão por isso. No You Tube ela aparece como Burp Girl, Garganta de Princesa e Menina Arroto. Fino.

Não vou julgar e nem falar se é nojento, se uma mulher deve fazer isso, blá blá blá. Mesmo porque venhamos e convenhamos que todo mundo arrota, só disfarça melhor ou não. Eu mesma já participei de inúmeros concursos de arroto com primos e amigos na infância e na adolescência, o que inclusive levou um amigo da época a comentar que eu era "a mina mais gente fina do mundo". Só porque eu arrotei. Foram anos de terapia mais tarde para eu entender que, se não era bem assim que eu queria ser vista pelos homens, era melhor mudar de atitude. Mas enfim, problema meu. Só sei que realmente a moça tem uma certa habilidade e está apenas usando isso. Os vídeos tem milhares e milhares de visualizações.

Não sei se achei divertido. Vi com meu namorado e ele chorou de rir (homens...), então eu ri mais dele que dos vídeos em si.

Calculo que a menina tenha uns 16, 17 anos. Bonitinha até. Aí fiquei pensando: o que vai ser desta menina a partir de agora? O pai dela está orgulhoso, tipo "minha filha foi arrotar no Faustão?" Ela vai posar pelada daqui um tempo, "ela vai mexer até com as suas tripas - menina arroto nua"? Vai lançar um disco cantando (e arrotando) o funk do arroto?  Vai pro BBB?

E quando ela tiver 30 anos, será que ela vai lembrar disso e A) Rir B) Morrer de Vergonha ou C) Agradecer a Deus por ter esse talento que a levou a fama e a riqueza, já que aos 30 ela será uma famosa cantora ou apresentadora ou sei lá? Ela vai botar no currículo dela algo como "em 2011, fiquei conhecida como menina arroto depois de publicar vídeos no You Tube mostrando meu extraordinário talento para arrotar ". Vai contar pros filhos? Vai ensinar a filha a arrotar como ela?

Quem sabe até lá a gente não fica sabendo o que foi da vida dela no Vídeo Show ou algo assim...

sábado, 28 de maio de 2011

Semana da ficção - Post 3 - Vou de táxi

Entrou no táxi cansada depois de um longo e cansativo dia de trabalho. Tinha ido trabalhar com um subordinado porque o carro dela teve um "recall". Como foi a última a ir embora, não arranjou carona pra voltar. Ela praticamente se jogou no banco de trás e deu um longo suspiro antes de passar seu endereço ao motorista. Era um cansaço maior que o chefe enchendo o saco, que as 13 horas no escritório, que as três reuniões; estava cansada era da vida dela.

De trabalhar tanto, de não ter disposição pra sair de casa nos fins de semana, de quase nunca ver os amigos, de estar sozinha há tanto tempo. Se pelo menos tivesse alguém esperando por ela em casa. De preferência com uma comidinha gostosa e quentinha. De preferência pelado. Mas não.

Ela estava pensando nisso quando foi interrompida por um grito meio abafado de "GOOOOOL DO CORINTHIANS!!" Meu Deus, de onde saiu o Galvão Bueno a essa hora?? Ah, era o toque do celular do taxista. Ela achou que, além de cansada, estava ficando louca e tendo alucinações com o Galvão Bueno. E por um momentinho se irritou porque nem na alucinação aparecia homem bom pra ela. Podia ter sido o Cassio Reis, mas não, era o Galvão. Galvão, filma eu. Menos mal que não era coisa da cabeça dela. Haaaja coração.

Ignorando as leis de trânsito, o taxista atendeu o celular. Com uma voz meio de locutor de rádio do interior se fazendo de galã. Oooi, princesa.

Poxa, fazia tempo que ninguém chamava ela de princesa. Aliás, ninguém nunca tinha chamado ela de princesa. Coisa brega, né? Se bem que é bonitinho até. Que mulher não gosta de se sentir como uma princesa? Tanto é que Kate Middleton deve ser uma das mulheres mais invejadas no mundo agora, embora ainda nem seja princesa. É duquesa, né? Sei lá. Será. que o Príncipe William chama ela de duquesa em vez de princesa? "Ooooi, duquesa".

"Tudo bem, e você, gatinha? Daqui a pouco tô aí, vou só deixar uma passageira"

Uma passageira. Era isso o que ela era. Quase todos os caras que passaram pela vida dela a trataram assim mesmo, como uma passageira. Pra quem você mal olha, com quem mal conversa e que você deixa em algum lugar depois de conseguir o que quer. Que raiva. Ela era muito mais que uma passageira, isso sim. Eles que não viam isso. E o taxista também não, pelo jeito.

"Aaah o que você tá. aprontando, sua maluquinha?"

Ah peraí, agora já era um pouco demais. Ela podia ser uma passageira mas não era surda, estava ali escutando a conversa. Ele não se tocava? Daqui a pouco ia começar a falar baixaria e e ela lá, escutando tudo. Era só o que faltava.

Ele deu uma risada sacana.

Gostosa a risada dele. Ela adorava risada de homem. Se bem que as últimas que andava ouvindo eram aquelas forçadas do chefe dela rindo das piadinhas idiotas do presidente da empresa depois das intermináveis reuniões. Coisa irritante. Fazia tempo que ela não ouvia uma risada de homem assim sincera, gostosa, cheia de desejo. Que brega falar "desejo".

"Ah, não me fala essas coisas por telefone não, princesa... se não complica pro meu lado..." Outra risada.

Ela reparou no pescoço dele. Sem pêlos onde não tinha que ter pêlos. Moreno, cabelo ondulado e curto, com gel. O colarinho da camisa branca já meio sujo, meio gasto. Ombros largos, braços não tão fortes, não muito peludos. As mãos no volante, sem aliança. Era tudo muito decente nele. Viril. Pena que ela não podia ver bem o rosto, só os olhos e o nariz refletidos no retrovisor. Olhos brilhantes, olhos de quem é amado. O nariz era meio vulgar, meio grosso e redondo demais, mas não deixava de ter o seu charme.

"Não sei não se vou deixar você fazer isso comigo hoje".

Isso o quê? Isso o quê? Agora ela queria saber. Já que estava ali escutando, pelo menos que soubesse do que se trata, né? Quem sabe ela poderia dar um palpite. Ou poderia aprender algo novo pra usar quando aparecesse alguém. Ou pra usar com o próprio taxista em alguma oportunidade. Ai, que loucura! Imagina, o taxista. Que ainda por cima tinha namorada. Ou noiva. Ou era só um caso? Só uma de várias? Ou eles tinham 3 filhos?

"Ta bom, princesa, vou ter que me preparar bem então".

Princesa de novo. Carinhoso ele, né? Que bonitinho. Tá faltando homem assim. Tá faltando homem, ponto. E mais assim, carinhoso sem ser meloso e meio safado. Talvez esse fosse o ideal. Bem que ela queria um desses! E havia um ali, a centímetros de distância. Com cheiro de Glade Sport para carros. Imagina, o taxista! Ela era uma executiva viajada, estudada, importante. Bonitona até. E sozinha. Não seria tão louco assim ter um caso com o taxista. Qual o problema? Ele era carinhoso sem ser meloso e meio safado e ainda poderia levar ela pra cima e pra baixo quando ela bem quisesse, e ela nem precisaria ficar rodando pra procurar estacionamento. Ninguém ia saber. Meu Deus, ela tinha trocado meia dúzia de palavras com ele e já estava pensando em "ter um caso"? Louca.

"Então tá, daqui meia horinha mais ou menos eu tô aí. Tenho que desligar agora. Beeeeijo". Estavam a poucas quadras da casa dela. Que inveja da moça que ligou pra ele. Devia estar se preparando para receber o seu homem, o que aconteceria dali a poucos minutos. E ela se preparando para comer um miojo e ir dormir sozinha. Que merda. O coração dela se acelerou: "acho que vou fazer uma loucura. Não tenho nada a perder."

Chegaram.

Ela olhou o taxímetro e deu ao motorista o dinheiro com uma boa gorjeta incluída. "Pode ficar com o troco", ela disse. Pegou rapidamente uma caneta, arrancou uma folha do moleskine e anotou: "Ana Claudia, 4455-5519". Entregou o papel pra ele com um sorriso decidido e, com uma voz bem mais baixa e doce que o habitual, disse "e pode ficar com isso aqui também".

Ele pegou o papel, olhou e demorou alguns segundos para entender a situação. Olhou pra ela de cima a baixo e, quando os olhos deles se encontraram, ele deu um sorriso meio sem-graça mas contente.

"Tchauzinho", ela disse, fazendo um gestinho com a mão. Ele foi embora. Desde quando ela se despedia assim de alguém, falando "tchauzinho"?? Louca. Ridícula. Ela começou a rir, se sentindo uma menina que fez uma travessura. Era um sentimento gostosinho, livre. Louca. Será que ele ia ligar?

Puts, e se ele ligasse??

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Semana da ficção - Post 2 - Feliz por elas

Tudo o que ela precisava naquele dia era sair com as amigas. Ela já se sentia um pouco melhor, era hora de voltar a fazer outra coisa além de casa-trabalho. Já havia passado mais de um mês desde que o noivo, ou melhor, o ex-noivo, tinha terminado tudo porque tinha "conhecido uma pessoa". Ainda doía, ela ainda tentava entender, mas sentia que precisava se distrair, conversar, ver gente, dar risada.

Encontrou as três em um bar depois do trabalho. Tinha até se maquiado um pouco, afinal ela estava de volta ao mercado e não podia sair em público com cara de quem chorou em todos os últimos 47 dias.

Gritinhos, abraços, queridas, como você tá? Depois de dizer que estava melhorando, que foi feio mas que ela ia sobreviver e que agora ela ia pra guerra e ninguém ia segurá-la, perguntou "e vocês, o que contam?"

A primeira contou que tinha comprado um apartamento com o namorado. Novinho, fofo, bem localizado - adjetivos que serviam tanto para o apartamento quanto para o namorado.

Gritinhos, abraços.

A segunda, que sempre sofria na mão de homens que não queriam nada com ela, fez um mistériozinho antes de gritar, com um sorriso: "tô namorando!"

Mais gritinhos, mais abraços.

E a terceira, que estava mais gordinha: "é, acho que vocês repararam que eu engordei... mas não ando abusando do brigadeiro, não. É que eu tô grávida!!".

Ainda mais gritinhos, ainda mais abraços, até algumas lágrimas.

No carro, indo pra casa, ela olhava os próprios olhos no retrovisor. Nossa, que bom, né? Noite gostosa. Elas estão todas bem, tão felizes. Eu tô na merda e elas felizes. A vida é assim mesmo, né? Tô feliz por elas. Tô mesmo, de verdade. Elas merecem. Fico feliz quando elas estão felizes. Juro. Que ótimo.

O que ela não conseguia explicar pra si mesma era o aperto no coração. E o choro generoso depois que chegou em casa e se jogou na cama.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Semana da ficção - Post 1 - Ternura

*nota da redatora: resolvi que esta semana vai ser dedicada a posts de ficção, ou seja, pequenos continhos saídos diretamente da minha cabeça. Espero que gostem!"*

"Veja bem...". Ela odiava quando ele dizia "veja bem". Por acaso ela não via bem? Só ele via bem? Ela via muito bem, obrigada. Via até mais longe que ele. Ela tinha vontade de morrer quando ele dizia isso. Morrer não, matar. Matá-lo.

"Veja bem, Gi-ulia..." Que Gi-ulia, mané Gi-ulia. Ela odiava quando ele dava essa italianada inútil no nome dela. E ainda separava as sílabas, "Gi-ulia". Que vontade de arrancar a língua dele com a mão, só pra ele nunca mais poder falar "Gi-ulia" pra ela. Era Júlia, porra. Júlia.

"Você não entendeu bem o que eu quis dizer." Não, não entendeu. Ela nunca entendia. Além de cega era burra também. Não é ele que não sabe se expressar, ela é que é burra. Bem que ela poderia fazer uma lobotomia nele, mas sem anestesia e com instrumentos caseiros. Só pra ele deixar de achar que ela era burra. Ele também deixaria de achar qualquer outra coisa, o que seria um belo bônus.

"Quando eu disse que não queria que você saísse com as suas amigas naquele dia, eu..." Tá, tá bom. Ele nunca estava errado. Sempre tem uma explicação pra tudo. Ela que não entendia e estava sempre errada, afinal era cega e burra. E se ela empurrasse ele da varanda? "Foi suicídio, gente, estou muito abalada e não posso falar mais nada". E se ela desse uns tiros nele e dissesse que foi um assalto? "Foi horrível, eles foram muito cruéis". Mas onde ela ia arrumar uma arma?

Ele continuava falando mas ela nem escutava mais, perdida que estava em suas doces divagações. Por que ela ainda estava com ele? Anos e anos com aquele chato. Se pelo menos ele fosse bonito. Se pelo menos fosse bom de cama. Se pelo menos fosse rico. Mas não. Nada. Ele só era chato. Insuportável. E por que ela não o largava? Era medo de não encontrar outro? Era costume? Chato. Se ele sumisse, os problemas dela estariam resolvidos. Ou se ela o fizesse sumir, quem sabe. Não seria tão difícil. Quem desconfiaria daquela moça sempre arrumada, sempre impecável, séria, trabalhadora?

Se bem que... coitado. Ele era chato mas era bonzinho até. Era um moço direito, a mãe dela gostava tanto dele. Os avós. Ele era chato mas era dela, né? Hoje em dia tá complicado conseguir alguém. Ela penou pra consegui-lo. Os homens não prestam. E ele nem era tão feio assim. As orelhinhas de abano dele eram tão bonitinhas. Tão magrinho ele, parecia que ia quebrar. Até que ele era fofo. De vez em quando. Ela é que era má, pensando essas besteiras. Tadinho.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Random thoughts from 25 - 35 years old - versão brasileira Herbert Richers - número 2

*Este post é uma continuação deste aqui, que por sua vez foi inspirado neste aqui. *


Por que será que as crianças continuam dizendo profissões mais tradicionais quando perguntam a elas o que querem ser quando crescer? Médica, veterinária, modelo, atriz, jornalista, arquiteta. Nenhuma diz "quero ser gerente de marketing da divisão de máquinas pesadas da GE" ou "quero ser diretor de operações para o cone sul da HP"...


Sempre que vou a um museu de história ou algo do gênero, fico pensando: o que vão ver nos museus daqui uns 4000 anos? Vão rir dos Ipods, Ipads e afins? Vão rir porque a gente coloca silicone no peito, como rimos hoje de quem usava ferro de passar pra alisar o cabelo? O que vai ter no lugar de tudo o que a gente tem agora?


Passando os olhos pelas notícias em algum portal da internet. Você vê la: "Bolsas de Tóquio caem x% após terremoto", "Atentado mata 80 no Paquistão" e "Daniele Winitz janta com Jonatas Faro no Leblon". Admita: qual você lê primeiro?


Aí a nega bota foto do filhinho recém-nascido no Facebook e neguinha comenta: "seu filho já nasceu?" NÃO, PEGUEI OUTRO BEBÊ EMPRESTADO POR ENQUANTO. E neguinho manda mensagem direcionada ao bebê, tipo "Fulaninho, bem-vindo ao mundo.." ELE NÃO LÊ AINDA, ACABOU DE NASCER. Sou eu que ando tolerância zero ou as pessoas que andam muito babacas?


Como eu reagiria se descobrisse que um namorado fez fila na porta de uma loja da Apple pra comprar um IPad no dia do lançamento?


Sera que se eu comer só um pouquitititinho desse hidratante de chocolate vou passar mal? Tem um cheirinho tão bom...


E se eu transformasse todo o meu apartamento em um closet? Lançaria uma nova moda ou seria apenas loucura?


"Alô? Oi, bissinho! Zuzo bao? Ti foi? AAah tá bom, chulé. Besinho, tiao". Como era mesmo aquela história de que eu jamais falaria que nem idiota com o meu namorado quando tivesse um?


As mulheres andam enfiando qualquer calça dentro de qualquer bota. Olha, só algumas calças ficam bem por dentro de certas botas. Não todas. Alguém avisa o povo? Utilidade pública!



terça-feira, 17 de maio de 2011

FIU FIU

Ontem eu fui trabalhar com o cabelo preso, calça jeans, tênis e jaqueta. Nos trajetos a pé de casa ao trabalho e vice-versa, nenhum homem mexeu comigo. Nada de "buen día", assobios e afins. Passei incólume por três obras em construção, caminhões, motoristas de ônibus, taxistas e passantes. Ótimo!

Hoje eu estava de saia estampada um pouco acima dos joelhos, meia-calça, botinha, jaqueta e cabelo solto. Nos mesmos trajetos, o maior sucesso. Vários "buen día" galantes, assobios faceiros, buzinadinhas de aprovação. Ouvi diversos elogios dos pedreiros, piscadinhas de farol dos motoristas de ônibus, elogios de passantes. Haja paciência!

Vocês já repararam como a gente chama muito mais a atenção dos representantes do sexo masculino quando está vestida de maneira mais "feminina"? Eu já tinha percebido isso quando eu ia mais pra balada: de calça, digamos que meu sucesso era X (no caso, X ≥ 0, mas só um pouco maior, haha). De saia, o sucesso era 3X, 4X. De saia e decote, 5X, 6X e crescendo conforme a noite ia terminando e o grau de álcool no sangue dos rapazes, aumentando.

Por que será que isso acontece? Podem ate dizer que a saia é mais "reveladora" que a calça, mas hoje por exemplo a minha não estava revelando nada porque minhas pernas estavam bem cobertinhas pela meia-calça. Então sei la, né? Só acho curioso.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Desafio "Um ano sem comprar roupa" - mais da metade

No dia 12 de maio eu completei 7 meses sem comprar roupa. Mais da metade do desafio já!

Engraçado, não estou com saudade nenhuma. Posso ir em shopping sem sofrer síndrome de abstinência, posso ver sites de moda ou de lojas tranquilinha, posso andar por lojas e lojas sem chorar. Já é como algo natural, não fico pensando que não posso comprar nada, é assim e pronto. Incrível como a gente se acostuma com tudo, né?

O que está acontecendo é que estou cada vez mais empolgada com as roupas que já tenho e com as infinitas combinações que posso fazer com elas. Fico feliz quando vejo que fiquei gatinha combinando peças que eu nunca tinha usado juntas antes. Também estou curtindo resgatar roupitchas esquecidas e fazê-las voltar à vida e às ruas, desde que elas estejam em boas condições de uso e que eu fique bem com elas. Se alguma não cumprir esses requisitos, RUA!

Pois é, mesmo estando sem comprar eu continuo mandando roupas embora sem dó nem piedade. No espírito do censo de sapatos, também tenho tirado do armário todas as peças que não uso mais pra distribuir por aí. Esses dias mesmo umas amigas fizeram a festa com roupas que eu não usava mais, mas que eram bonitinhas e estavam bem conservadas.

Mas na verdade não estou sem roupas novas: ganhei presentinhos da mamãe há pouco tempo (valeu, mãe!). Acho que ela se comoveu com o meu esforço. Uma blusa preta meio "noite", um casaquinho azul fofinho e duas camisetchenhas básicas, uma marrom e uma azul celeste. Fora os sapatos lindos, os acessórios, as maquiagens e as meia-calças, mas estamos só falando de roupas aqui. Mãe é mãe, né?

Além disso achei no fundo do armário um casaquinho tipo canguru de mangas curtas que eu comprei numa viagem, faz mais de um ano, e nunca usei. Isso é roupa nova então, né? Também tinha um vestido que comprei em outubro - mês em que parei de comprar roupas - e que só usei há uma semana em um casamento. Alguém que tem roupas que comprou há muito tempo e nem usou ainda não precisa comprar roupas novas, né, minha gente?

Então eu continuo firme e forte. Faltam só cinco meses para terminar o desafio. E, se eu continuar como estou agora, sei que com certeza vou cumpri-lo sem problemas.

Bem que eu podia fazer algo assim do tipo "um ano sem chocolate" ou "um ano indo na academia todos os dias". Ai, ai...

domingo, 15 de maio de 2011

Leitoras de (quase) 30 - Nadja responde 2

*Post reescrito porque o Blogger fez o favor de sumir com o original*


Esses dias mais uma leitora, desta vez anônima, me escreveu pedindo conselho. De novo: quem sou eu pra sair dando conselho, minha gente? Fora que se conselho fosse bom a gente não dava, roubava, mas mesmo assim vou me atrever mais uma vez e meter o bedelho onde eu fui chamada. 


"Nadja, vc não tem uns conselhinhos pruma garota que acabou de levar um pé depois de anos de namoro? Dá um post bem interessante e útil."


Olha, amiga anônima, meu primeiro conselho é: tenha paciência com as pessoas que vão ficar repetindo clichês como "bola pra frente" ou "calma que a fila vai andar". Elas só querem te ajudar  e não sabem bem como. Diga "é, valeu", dê um sorrisinho e pronto. 


Outra coisa: evite a síndrome de Susana Vieira. Não se obrigue a estar feliz e ótima e saltitante se você não tem vontade. Você acaba de perder algo que era importante pra você e imagino que isso tenha abalado suas estruturas; portanto, você não deve estar no seu melhor momento. É natural, cazzo! Viva a tristeza, o luto. Não estou dizendo pra você passar meses trancada no quarto de camisola velha e comendo Sonho de Valsa enquanto imagina diferentes formas de suicídio. Longe disso. O que estou dizendo é que a tristeza passa mais rápido se você a viver, passar por ela, do que se você ficar varrendo-a pra baixo do tapete da alegria falsa só pra não ter de conviver com ela.


Algo importante também é não deixar que o que aconteceu afete a sua auto-estima. Pode ser que as coisas não tenham funcionado como o esperado com o rapaz, mas isso não necessariamente significa que haja algo errado com você ou que você seja isso isso e aquilo. Vai ver você não encaixava com ele, mas pode perfeitamente encaixar com outro, ué. Não fique se achando o cocô do cavalo do bandido e nem fique achando que você esta condenada a uma vida de passar vergonha tentando pegar o buquê em casamentos ou cuidando de 32 gatos sozinha num sobrado velho. Aproveite a oportunidade para pensar - "pensar", não "remoer"- aprender, evoluir, e não pra ficar procurando o que há de errado com você.


Mas o bom é que essa dor passa. Ninguém morre por terminar um namoro, não! Ou você já viu algum obituário escrito "causa da morte: pé na bunda"? Um dia dói, no outro dói menos, e quando você for ver vai ter vivido um monte de coisas novas e essa tristeza vai estar velha, desbotada, jogada no fundo de uma gaveta que você quase nem lembra que existe. Quando você se der conta, a bola já vai ter ido pra frente há muito tempo!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Diálogo imaginário entre o cara da academia e eu (baseado em fatos reais)

- Oi, tudo bem? Eu vi que vocês me deixaram uma mensagem na secretária eletrônica falando de algum problema mas não entendi bem o que era.

- Ok, um minutinho, deixa eu ver aqui... ah sim, não conseguimos efetuar o débito automático das duas últimas mensalidades na sua conta.

- Nossa, por que será? Bom, mas de qualquer maneira eu nem vim à academia nesses dois meses...

- Percebe-se, né, gorducha? Talvez se você tivesse vindo essa banhinha não estaria pulando pra fora da sua calça.

- É, eu sei, nem me fale... mas é que eu viajei, fiquei doente, fiquei menstruada, aí viajei de novo, fiquei doente de novo, fiquei menstruada de novo, saí tarde do trabalho vários dias, choveu, começou a fazer frio...

- Desculpas, desculpas. Sempre há desculpas pra não vir à academia. Mas pra nós não importa se você veio ou não. Se você está matriculada, tem que pagar.

- É, eu sei... quanto é?

- Deixa eu ver aqui... muitos dinheiros.

- Cacete! Muitos dinheiros gastos à toa...

- Não posso fazer nada. Você que é uma gordinha preguiçosa, problema seu. Se você tivesse vindo poderia estar mais magra, se sentindo melhor, ter aumentado a massa muscular, entre outros benefícios. Não seria dinheiro gasto à toa. Bom, pra nós não é à toa: quanto mais gente paga e não vem, melhor, assim gastamos menos com manutenção de equipamento, limpeza, etc. Então, se você quiser continuar não vindo, ótimo, desde que continue matriculada e pagando...

- Não, eu pretendo vir sim, sei que preciso, que faz bem, libera endorfinas e...

- Isso, isso. Inclusive estamos com um plano ótimo, você se matricula por um ano e paga apenas muitos e muitos dinheiros de uma só vez, economizando assim cerca de...

- Mas moço, eu nem sei onde vou estar daqui um ano, nem venho direito e você quer que eu pague um ano adiantado?

- Bom, fofinha, já te disse que pra nós não interessa que você venha, mas sim que você pague, né? Aliás, obrigado por esses dois meses, vai quebrar um galhão pra gente!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Frase do dia

Quando uma garota se casa, esta trocando a atenção de muitos homens pela desatenção de um só. (Helen Rowland, jornalista americana)

sábado, 7 de maio de 2011

Da série "a gente sabe que está ficando velha quando..."

Esses dias, no trabalho, eu estava lendo o roteiro de um programa infantil que será gravado em breve.

Em dado momento o apresentador estava falando de máquinas fotográficas. Mostrava uma de rolo e dizia mais ou menos assim: "há pouco a gente tirava fotos com uma câmera que tinha esse rolo dentro, e pra ver como ficaram as fotos tinha que ir num lugar que transformava este rolo em fotos".

Não trabalham nem com o conceito de "revelar". Nem com o de "álbum", porque depois explicavam que naquela época se guardavam as fotos em livrinhos.

Lembrei de minha vida quase inteira documentada no que eu chamo de "albinhos". Nas fotos da galera da faculdade. Do povo pedindo os negativos pra copiá-las. Nos rolos de filme perdidos na minha viagem de 15 anos. Na emoção de ir buscar as fotos reveladas. Nos reais gastos nas revelações.

Nem faz tanto tempo assim, mas câmera com filme já é praticamente peça de museu.

É... a gente sabe que tá ficando velha quando é preciso explicar pras crianças como funcionam coisas que a gente usava quando era mais nova.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Essa nossa mania de agradar - Parte 2

Continuação do post anterior:

Ele se afastou um pouco dela, sem soltá-la. Olhou-a com cara de problema e ia dizer algo, mas desistiu. Voltou a abraçá-la e a beijá-la mas os beijos se tornaram mais superficiais, mais pausados, sem vontade de existir. Até que ele parou, olhou-a de novo, tomou fôlego e, segurando nos braços dela, disse com o máximo de jeitinho que podia:

- Amor, você jura que não fica brava se eu te disser algo?

Ela se desanimou. Sabia que quando ele dizia isso é porque ela estava prestes a ficar brava com o que ele ia falar. Mas ela sempre respondia que não, não ia ficar brava, e desta vez não foi diferente.

- Tá tudo bacana, e tal... mas esse creme, perfume ou sei lá o que que você passou é muito... é meio... é um pouquinho enjoativo, sabe?

Ela começou a se cheirar. Os pulsos, os braços. Ela gostava do cheiro! Não conseguiu falar nada antes de ele continuar:

- Você não quer tomar um banhinho rápido e depois a gente continua?

Banhinho rápido??

Ela ficou brava, sim. Muito. Possessa. Na hora se afastou dele num gesto dramático e começou a gritar, vomitando as palavras:

- Banhinho rápido?? Eu me preparei toda só pra você, gastei 200 reais numa lingerie verde-água, mais depilação, unhas, passei horas me arrumando só pra te agradar e você vem com frescurite, me pedindo pra ir tomar banho como se eu fosse uma suja qualquer?

Ela tinha horror à sujeira.

- Nem pra falar que tô bonita, nem pra me agradecer, nem pra ser MACHO e me pegar de jeito, NADA! É isso que eu mereço??? Eu fiz tudo pra te agradar, eu faço sempre de tudo pra te agradar, e é isso que eu recebo em troca?"

Ela já estava chorando. Ele, tentando apaziguar a situação:

- Mas não precisava ter feito nada disso... eu não te pedi nada, né, amor?

Aí que a coisa degringolou.

- Pedir, Marco Antônio?? Pedir??? Que que é, eu tenho cara de garçom agora, pra você ter que ficar me pedindo coisa??? Tem coisa que a gente não pede porque não precisa pedir, sabe, Marco Antônio? A gente pode agradar o outro porque quer, porque é bom, e não porque o outro pediu, sabia??? Eu queria te agradar porque você é meu namorado, porra, não porque você pediu ou não pediu!!

Ele tentou falar, mas ela não deixou.

- Quer saber? É melhor você ir embora, Marco Antônio. Não tem mais clima, já era. Vai embora e depois a gente se fala. Mas olha, eu juro, nunca mais vou fazer nada pra só pra te agradar, NADA! Tá ouvindo? Não vai adiantar nem pedir!

Ele sabia que, nessas horas, era melhor não falar nada e obedecer antes que a emenda ficasse pior que o soneto. Foi embora, cabisbaixo.

Ela tirou a lingerie verde-água e jogou- a num canto do quarto, com raiva. Botou um camisolão da Hello Kitty todo desbotado e furado que ela tinha desde os 14 anos. Tirou o pouco de maquiagem que as lágrimas não tinham tirado, se jogou na cama e ficou fazendo zapping mesmo sem prestar a menor atenção no que passava na TV. Apesar da raiva, pegou no sono.

Só voltaram a se encontrar no sábado porque eles tinham que ir ao aniversário da Mari, namorada do melhor amigo do Marco Antônio, num barzinho. Nos dias anteriores ele ligou pra ela, todo florido, e ela seca. No começo ela agia assim por estar brava com ele, depois a raiva foi passando mas ela continuou seca só pra ele ver o que é bom pra tosse. Quando se viram ele veio todo sorridente, falando tudo como se estivesse pedindo desculpas, tratando-a melhor que de costume. E ela se fazendo de difícil.

No bar, os homens foram pra um lado da mesa e as mulheres, para o outro. Ela não tinha muita intimidade com as outras moças e nem fazia tanta questão de se misturar. Estava era tentando prestar atenção no que os rapazes conversavam, disfarçadamente. Ela adorava fazer isso.

Não conseguia acompanhar tudo, mesmo porque as moças não paravam de tagarelar. Só escutava umas frases soltas, palavras meio fora de contexto. Até que ouviu o Marco Antônio, já meio alegrinho depois do quinto chopp:

- E digo mais! Lingerie de mulher tem que ser preta ou branca, no máximo vermelha. O resto é pra estilista viado ver, não pra macho curtir!

Ela lembrou da lingerie verde-água. 200 reais pra ele nem gostar. Por isso a cara de "que surpresa agradável, mas nem tanto".  Não era só o cheiro, ele foi só a gota d`agua. Preta ou branca, no máximo vermelha.

"Puts", ela pensou, "pior que lingerie não dá nem pra trocar..."

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Essa nossa mania de agradar - Parte 1

Nota da redatora: resolvi escrever umas croniquinhas, uns posts de ficção, pra dar uma exercitada na criatividade. Histórias que tenham a ver com o tema do blog, claro. Vamos ver o que sai.

Estava tudo bem com o namorado mas ela tinha encasquetado que precisava "apimentar a relação". Tinha visto esta expressão em uma matéria da Nova que lera enquanto esperava pra fazer as unhas no salão do bairro. Maldita Rosineide, sempre se atrasa. O texto dizia que para manter um namoro ou casamento é preciso apimentar a relação, se não cai na rotina e a paixão morre. "Eu, hein! Quero mais é segurar o bofe!"


Para uma noite hot mesmo depois de um dia duro no trabalho, ouse na lingerie. Coloque um lindo conjunto de uma cor diferente do habitual: verde, azul, vinho, amarelo... Pode ousar também no modelo: se você costuma usar calcinhas maiores, pode variar e surpreendê-lo com uma tanga fio-dental. Seu homem vai enlouquecer e nem vai lembrar que esta cansado!  


"Poxa, eu poderia tentar", ela pensou. "Nunca usei nada pra ele... só uso minhas calcinhas basiquinhas, sutiãs basiquinhos, nem sempre os dois combinando. Não custa nada, né?" Na verdade custava, como ela viu no shopping depois da manicure, porque as lingeries estavam o olho da cara. Mas ela tinha encasquetado, não tinha jeito. Apimentar a relação.

Comprou um conjuntinho de calcinha e sutiã rendado, bem delicado, verde-água. "É lindo, ele vai adorar, ele tem aquela camiseta verde-água que ele ama...". Saiu do shopping toda sorridente e confiante, imaginando a noite deliciosa que eles iam ter no dia seguinte (que era uma quarta e ele ia à casa dela de quarta, porque de segunda e quinta ele tinha pós, terça tinha futebol e sexta jantava com os pais). Antes de ir pra casa passou na casa da Ju, a amiga dela que de vez em quando trazia umas muambas de Miami, pra pegar o creme Victoria`s Secret supercheiroso que ela tinha encomendado. E a Ju: "ai, amiga, esse creme é TU-DOOO! 50 reais só, vi na loja por 100! Pe-chin-chaaa!"

No dia seguinte ela deu um jeito de sair um pouco mais cedo do trabalho pra ter mais tempo de se arrumar. Tomou um banho longo, se acariciando bem devagar com a esponja. Lavou bem os cabelos, usou o condicionador mais caro que tinha. Saiu do chuveiro, enrolou-se na toalha, se secou com cuidado. Pegou o creme comprado no dia anterior e passou em quase todas as reêntrancias do corpo. Pensou até em passar no "monte de vênus" como dizia a revista mas achou melhor não, vai que o cheiro fica meio estranho. Tentou copiar a maquiagem da Carolina Dieckmann na capa da revista mas borrou o delineador, tentou de novo, borrou de novo, tentou de novo e conseguiu mas mais ou menos. Teve que se contentar assim mesmo. Colocou a lingerie nova, se olhou no espelho e se incomodou com a banhinha pulando por cima da calcinha. "Deixa pra lá, ele sabe que eu não sou uma Panicat." O mais importante é que ela estava se sentindo bem. E cheirosa. Muito cheirosa!

Ele chegou. Ela abriu a porta se escondendo e só se revelou ao fechar a porta, ele já dentro do apartamento. Os dois riram. Ele a olhou de cima a baixo e fez uma cara, ela não soube exatamente do quê. Interpretou como cara de "que surpresa agradável, mas nem tanto" sem muita certeza, mas sentiu algo um pouco estranho no ar.

Continua no próximo post!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Censo de Sapatos

Você já parou pra pensar em quantos pares de sapato possui e quantos você realmente usa? Qual o estado dos seus sapatos, de todos eles? Tem alguns que estão lá ocupando espaço à toa, já que você nem lembra que eles existem? Algum deles já teria que ser destinado à caridade ou ao lixo?

Pois foi por essas perguntas que eu, munida de muito saco muita paciência, resolvi fazer o que chamei de "censo de sapatos".  Precisava analisar estas questões e principalmente abrir espaço para os que comprei e ganhei na minha última viagem ao Brasil (obrigada, mamãe!)

Tirei toooodos os meus sapatinhos dos armários, caixas, sapateiras, saquinhos e afins e os enfileirei na diminuta sala do meu apertamento. Resultado:


Não reparem na bagunça no sofá.

Se você tem a sorte de ter um closet desses cheios de prateleiras iluminadas e arejadas para que todos os seus sapatinhos fiquem la lindos, sempre à vista e à mão, não tem que passar por esse perrengue. Que inveja! Mas não é o meu caso, meus pobres sapatinhos ficam em caixas e sacos no meu limitado armário e em uma sapateira que eu não tive onde enfiar a não ser no banheiro. Por isso tive que fazer essa zona para poder ver todos de uma vez e pra avaliar quais eu deveria usar mais, quais tinha que consertar e quais tinha que dar.

Contei quantos tinha no total, e quantos de cada tipo: botas, sapatilhas, tênis, Melissa (sim, considerei as Melissa um caso à parte, afinal eram 13), etc. Depois anotei os modelos um por um, numerei e os classifiquei seguindo 4 critérios: estado de conservação, frequência de uso, valor sentimental e "vai ou fica". 

Vejam alguns exemplos:

2 - Botas cano alto Capodarte pretas
Estado: ruim (mais de 10 anos de idade e baladas, bico fora de moda, raladas, salto gasto)
Frequência de uso: foi alta, agora é nula
Valor sentimental: alto (companheira de baladas invernais desde a faculdade)
Vai ou fica: não aprendi a dizer adeus, mas tenho que aceitar, amores vêm e vão... VAI

12 - Botas cano baixo salto alto marrom
Estado: ótimo, tem anos mas quase não usei
Frequência de uso: nula
Valor sentimental: zero
Vai ou fica: vai, assassina de pés filha da puta

16 - Melissa Patchuli nude e vermelha
Estado: ótimo 
Frequência de uso: baixa porque ela é uma assassina de pés
Valor sentimental: é tão bonita a fia da puta
Vai ou fica: fica

19 - Melissa Campana salto alto branca
Estado: regular
Frequência de uso: nula ultimamente
Valor sentimental: alto, era da Laura e ela me deu anos atrás
Vai ou fica: sorry, Laura, mas vai

34 - Sandália Arezzo azul, roxa e verde salto médio
Estado: regular
Frequência de uso: bem baixa
Valor sentimental: mais ou menos
Vai ou fica: fica, coitada, mais uma chance pro próximo verão

35  -Sandália rasteirinha bege
Estado: regular
Frequência: muito alta no verão
Valor sentimental: alto, ela é diferentosa e comprei numa cidade maravilhosa na Grécia
Vai ou fica: fica mas vai já pro sapateiro.

38 - Anabela aberto verde e bege
Estado: bom
Frequência: nula, sai do meu pé e não consigo usar
Valor sentimental: presente da mamãe, mas...
Vai ou fica: vai, né...

39 - Anabela bico redondo 
Estado: ruim
Frequência de uso: alta
Valor sentimental: adoro ela
Vai ou fica: fica VAI, até meu namorado chegado numa cueca velha falou que o sapato tá horrível

41 - Salto médio Camper cinza
Estado: 0km
Frequência de uso: vai ser alta desde que não me aperte por ser um número menor
Valor sentimental: alto, presente da mamãe
Vai ou fica: fica

49 - Meia-pata preto altíssimo com tachas Jorge Alex
Estado: ótimo
Frequência de uso: baixa porque ele é o chefe dos assassinos de pés do meu armário
Valor sentimental: mas ele é tão lindo
Vai ou fica: fica, pra quando eu quiser estar poderosa por fora e torturada por dentro

51 - Salto alto cetim prata peep toe
Estado: bom/regular
Frequência de uso: em casamentos
Valor sentimental: médio
Vai ou fica: fica, aguenta mais uns 3 ou 4 casamentos

54 - Sapatilha Nike prata
Estado: regular
Frequência de uso: alta
Valor sentimental: adoro, embora chulezenta
Vai ou fica: fica

64 - Sapatilha Geox preta
Estado: regular
Frequência de uso: altíssima
Valor sentimental: uso quase todo dia, comprei numa promoção em Berlim mas é made in Brazil
Vai ou fica: fica, pelo menos até eu comprar uma substituta

Fiz isso um por um. Haja paciência, não? 

Os resultados do censo me mostraram que:
- o tipo de sapato que mais tenho são os de salto médio ou alto
- 10 dos 71 sapatos que eu tinha em casa tinham que ir embora por diferentes razões
- talvez eu tenha Melissas demais. 
- pelo menos cinco precisavam ir pro sapateiro urgente

Fiquei pensando: se o tipo de sapato que eu mais uso é sapatilha, porque eu tenho mais sapatos de salto que sapatilhas? Se eu não uso tanto Melissa, porque eu tinha 12 (agora são 9)? Isso mostra que eu compro sapatos muito mais por impulso e por achar um sapato bonito do que por necessidade. Com as Melissa é pior: adoro sapatos que eu chamo de "designosos", ou seja, com um design bonito e limpo, e boa parte dos sapatos da marca são assim. Além disso, eles são tão coloridinhos e cheirosinhos... eu acho difícil resistir.

Outra coisa é que os meus critérios para decidir se compro ou não e se conservo ou não um par de sapatos nem sempre são muito lógicos: se o meia-pata preto machuca tanto o meu pé que mal consigo usá-lo, por que mantê-lo? Porque é lindo, ué. O mais lógico seria vendê-lo ou dá-lo, mas... Bom, imagino que não sou a única a pensar assim, afinal boa parte da mulherada é bem chegada em sapato e não tão chegada em lógica, né?

Por mais que tenha mantido alguns sapatos que não se dão bem com meus pés, acabei separando alguns para dar. Esses são os meus amiguinhos que estão dando tchau:


Ainda bem que a empregada calça 36 como eu, ela vai ganhar bons sapatos que pra mim já não tinham uso. A bota eu acho que ela vai jogar fora. Faltou o sapato que até meu namorado disse que estava horrível (resolvi dá-lo depois de tirar a foto), esse também é sério candidato ao céu dos sapatos.

Demorei um bom tempo para concluir este importante censo, mas agora tenho mais noção do que eu tenho ou não, quais eu poderia usar mais ou menos, qual a melhor maneira de organizá-los, se tenho que comprar algum de determinado tipo (e acreditem, mesmo com 61 pares eu teria que comprar alguns). Acho que valeu a pena!