sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Adeeeeus, aaaano veeeelho

Não vou ficar aqui fazendo retrospectiva do meu 2012 porque né? Cês cagaram pro meu 2012. Cês tão na praia, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê esperando 2013 já. E mais preocupados com o 2012 de vocês que com o meu. Tá certo!

Mas olha, foi bacana. Tomei decisões que acho que vão me ajudar a direcionar a minha vida pra onde eu quero que ela vá. Aprendi, conheci gente nova, fiz novos trabalhos. Fiz belas viagens, belíssimas e inesquecíveis na verdade. Revi amigos que não via fazia tempo, o que não fez arrefecer o amor que sinto por eles. A família vai bem, obrigada. O namoro também. Só não foi nada bacana ter mandado um e-mail pra dona do meu apê e receber como resposta que ela tinha falecido. Também nada bom o meu cachorro ter ido pro céu canino. A balança continua tendo uma relação conturbada comigo. Mas así es la vida.

O que espero para 2013 serve não só para mim mas para todos vocês (todos nós!): que a vida vá para onde a gente quer. E se já estiver, que fique aí. Que todos nós e os que nos cercam tenham saúde, que em tudo que fizermos e vivermos haja harmonia e amor (o que apenas complementa o que eu disse agora há pouco pra minha mãe: "acho que tô virando hippie!").

Feliz Ano Novo!

(peguei a imagem daqui, inclusive tem umas previsões lá mas nem vi)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Tá uma bosta, mas não é por isso que vai acabar

Gente, o mundo sempre foi uma merda. Que mensagem otimista de fim de mundo de ano, não é mesmo? Eu na verdade sou uma pessoa até otimista, mas venhamos e convenhamos: o mundo é muito grande e bacana e bonito e tals, só que também é cruel e horrível e é assim, sempre foi e sempre será. Pode estar uma merda agora, mas não, não vai acabar - pelo menos não agora e acho muito pouco provável que termine enquanto nós e nossos netinhos estiverem vivos.

Pensei nisso porque uma amiga postou no Facebook um texto escrito por um amigo dela (ou imagino que seja amigo dela) que diz o seguinte:

"Tem gente que fica esperando um super meteoro, uma onda gigante, um dilúvio de chuva ácida. Mas o fim do mundo já esta aí nas nossas caras faz tempo. Na filha que assassina os pais, no pai que joga a filha da janela, no deliquente que mata por amor. O fim do mundo tá na velhice abandonada em corredores de hospitais, na merenda que apodrece nos galpões, na falta de saneamento básico. O fim do mundo tá ali onde não chega a eletricidade, onde a água é salubre, onde o voto é trocado por sapatos. O fim do mundo tá no gatilho do bandido, tá em cada muro que a gente ergue e em cada cadeado que a gente tranca. Quisera eu que o fim do mundo fosse instantâneo como a colisão do meteoro, ou viesse de vez na crista da onda gigante. Melhor morrer de vez do que morrer aos poucos."

Tudo o que ele diz realmente é péssimo. Mas olha, eu acho que o mundo já foi pior. Ou tão ruim quanto está agora. Vejamos.

O que já teve de guerras, invasões que arrasaram cidades inteiras, catástrofes naturais, epidemias que mataram populações quase inteiras, roubalheiras, filho que mata pai e vice-versa (inclusive em guerra pelo poder), etc etc etc, desde que o mundo é mundo, e no mundo inteiro?  Já prestaram atenção na História? Sabem como se vivia antes?

Em algumas viagens que fiz tive a oportunidade de conhecer ruínas e lugares históricos. Tudo o que vi e aprendi neles me fez chegar à seguinte conclusão: a humanidade mudou muito pouco. Sempre teve rolo com religião, com poder, com paixões, com a busca pela beleza, pelo dinheiro, preconceitos, com tudo que vivemos agora. sempre teve violência de uma forma ou de outra. Claro, algumas questões são mais atuais, mas essencialmente são muito parecidas com as de sempre.

Além disso, antes as condições de vida pra todo mundo eram bem piores. Exemplinho pequeno: fui num cemitério na Escócia (tava lá, parecia de filme de terror, entramos) e fiquei impressionada de ver, em muitos túmulos, algo tipo assim: túmulo do século 18 ou 19. O pai, a mãe, ambos mortos relativamente jovens, e uma penca de filhos mortos bebês ou novinhos. Eram MUITOS. Negada morria que nem mosca!! Não existia saneamento básico, nem muito remédio nem nada. O povo pegava qualquer coisa e pá, morria. Nossa, lembrei também das pilhas e pilhas de ossos numa catedral de Viena, pertencentes às vítimas da epidemia de peste que houve lá, acho que no século 16, não tenho certeza. E indo pra antes, em Roma, que nego tava lá aí chegava um monte de bárbaro e acabava com tudo? E os nego se matando entre eles mesmos lá?

Uma vez li uma crônica, acho que do Machado de Assis. Ele falava do mundo dele, do mundo daquela época, INGUAL a gente fala agora. Mas igualzinho mesmo. E olha só, tamo aqui até agora. Alguns estão melhor que outros, infelizmente, mas tamo aqui.

Poderia escrever até páginas sobre as coisas que vi e aprendi nesses lugares e essas minhas impressões, mas vou ficar por aqui porque né? Não precisa.

Eu acho até que o mundo tá melhorando. A gente tá tomando consciência do que não fazer, tá aprendendo, e mesmo que seja muito aos pouquinhos, mesmo que nos ferremos por coisas que a humanidade sempre fez e não deveria ter feito, mesmo que ainda haja tudo o que o moço falou e muito mais, eu acho que a tendência, a looooongo prazo, é melhorar. Poxa, até que o post terminou otimista, hein?


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Estilo sem tamanho e eu

Há uns dias conheci o blog de uma quase-xará, a Nadia Aboulhosn. Vi num blog e depois vi que saiu uma reportagem sobre ela na revista Gloss.


Me identifiquei com ela porque, além do nome, eu também tenho esse tipo físico. Quer dizer, tenho cabelo quase claro e olho claro, mas sou parecida na, digamos, abundância de curvas. Talvez eu seja até um pouco mais magra, e eu tenho mais em cima e ela, embaixo.

Parece que ela é famosa, o blog dela faz sucesso e ela inclusive já estrelou uma campanha da American Apparel, entre outras.

O que achei dela e do sucesso dela? Não sei, não sei mesmo. Tô pensando até agora. Achei que ela é muito bonita, sem dúvida. Admirei a coragem de usar roupas que a maioria das "regras de muóda" diria que são erradas pro corpo dela. Admirei a coragem de se expôr assim. Não gostei de todas as roupas, aliás gostei até de poucas, e acho que a maioria  é impraticável pra quem mora no Brasil (pelo clima, por como chamaria a atenção, etc etc). Mas achei que nenhuma fica feia nela.

É legal ver esse movimento de auto-aceitação, de reconhecer belezas diferentes do padrão, de não se deixar abater pelo que dizem e pelo que a sociedade supostamente exige.

Mas eu.

Eu ainda quero emagrecer um pouco mais (e não consigo). Uns 8 kg, pra ficar normal, porque MAGRA eu nunca vou ser e tenho plena consciência disso. Já estive uns 10 ou 15 kg mais gorda e, quando vejo minhas fotos e vídeos, sinto que não quero ficar daquele jeito de novo porque eu não me sentia bem.

Eu acho que quando a pessoa está mais magra (não disse MAGRA) ela infelizmente fica mais bonita. Digo infelizmente porque é um saco, mas a cara da pessoa aparece mais, as curvas ficam mais harmoniosas, a roupa veste melhor. Não estou dizendo que se você pesa 50 kg você deveria pesar 45 pra ficar bonita (aliás, nada mais irritante que magra falando que tá gorda), mas se você pesa 80, é provável que fique um pouco melhor com 65. A não ser que fique doente pra chegar nesses 65, mas aí é outra história.

Mas também é questão de escolha. "Prefiro não ficar tãããao bonita e comer brigadeiro quando e o quanto eu quiser" - Ok, escolha sua. Cada um com suas prioridades na vida.

Por mais modelo plus-size e o cacete a quatro que haja por aí, ainda é bem forte a pressão por ser magra, ainda dizem "mas o seu rosto é tão bonito" como se o resto fosse uma merda (se bem que não me falaram mais isso, que eu me lembre), enfim, ainda não é fácil não ser magra.

Sei lá, é um tema complicado em geral e na minha cabeça. O que vocês acham?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Qué piernas

Hoje eu estava andando debaixo de um sol inclemente, suada pra caraio, com roupinha de ginástica, me sentindo tão sexy quanto uma carcaça de Kombi queimada. Um homem que estava subindo em uma moto me olha e diz "nossa, que pernas! Lindas mesmo!"

Quase que eu paro e falo pra ele "nossa, jura? Essas coisinhas curtinhas e branquelas? Certeza mesmo? Obrigada, moço!"

Não fiz isso, mas tô até agora olhando as minhas pernas pra tentar entender o que pode ter despertado o gracejo gratuito do homem.

Aí fiquei pensando, o que aconteceria se a gente respondesse para esses caras? Porque a gente, claro, ignora, finge que não ouviu, ou até xinga se o cara disser baixaria. Tem um episódio do Sex and the City em que a Miranda, cansada das gracinhas ditas por um pedreiro, um belo dia pára e diz para ele "ah é, você gosta? Então vamulá!". Ele, obviamente, dá pra trás.

Mas o que eu digo não é nem responder do jeito da Miranda. É mais dialogar mesmo, tipo o que eu tive vontade de fazer hoje. Tipo:

- Nossa, gatinha, hein!
- Ai, eu? Jura? Moço, sabe que acabei de sair do cabeleireiro, gastei os tubos com tingimento e escova e nem tinha gostado! Mas você gostou então?
- É... ficou bom, sim...
- Que bom, moço, obrigada, viu!
- ...


- Nooossa, eu com essa daí fazia ¨*&*¨$#@!& !
- Oi, desculpa, mas o senhor já tem idade. O senhor tem filha?
- O quê?
- O senhor tem filha?
- É... tenho...
- E tem mulher?
- É... tenho, sim.
- Então o que o senhor faria com um homem que dissesse essa baixaria para a sua filha? Ou para a sua esposa?
- Eu...
- Pois fique o senhor sabendo que eu sou filha de um homem como o senhor. Ponha-se no lugar do meu pai. E dê-se ao respeito!


- Olhão bonito, hein, moça!
- Obrigada, viu! Olha,  você não está tão mal também, viu?
- Oi?
- É... acho só que esse cabelinho seu não tá bom. Homem de rabinho não dá. E essa camisa também não tá favorecendo.
- Que isso, moça?
- Ué, você falou de mim, por que não posso falar de você?


Alguém já fez algo parecido?? Eu até tentaria mas sou meio tímida pra essas coisas (fora o medo de falar com qualquer um assim sem mais, né?)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012

É de pequeno que se aprende a ser idiota

Estava eu tomando meu sorvetinho de fim de semana. Na mesa à minha frente, três homens, um mais velho e outros dois, aliás bem bonitos, na faixa dos 30. Com eles, cinco menininhos, lindos também, de idades entre uns 3 e 7 anos.

Os menininhos estavam fazendo coisas de menininhos como correr, cair, sujar suas camisetas de times de futebol, se bater, gritar. Até que um dos homens chama os cinco. E pergunta:

"Do que vocês gostam mais, tetas ou bunda?" 

Os dois mais velhos ficaram meio envergonhados, responderam com aquele sorriso tímido. Um, tetas, o outro, bunda. Ouvi um, não sei qual, perguntando o que significava aquilo. E um outro, um moreninho de uns cinco anos parecido com um dos homens, gritou muito animadamente: "Tetas! Tetas!" O de três, tadinho, olhava sem saber o que responder, enquanto o homem dizia "vai, tem que responder rápido, qual você gosta mais, tetas ou bunda?"

Quase vomitei o sorvete.

O pequenininho disse "tetas", mas assim meio sem saber o que estava dizendo. O animadinho de cinco começou a gritar dizendo "tetas bem grandes são demais! Bem bem grandes!" E o homem disse "não, mas e se são de uma gorda? Aí não!"

Os outros dois homens só riam.

Os meninos voltaram a fazer coisas de meninos. Brincaram mais um pouco, tiraram fotos e se levantaram para ir embora.

Passa um casal, cuja mulher era toda atlética. O empolgadinho de cinco anos lhe diz "te amo!" e sai rindo malandramente com os irmãozinhos? priminhos?. Não deve nem ter chegado a ver que a mulher, apesar da boa forma e da roupa justinha e curta, era uma senhora que tinha idade para ser avó dele. 

Eu queria muito ver como esses menininhos tratam as amiguinhas na escola. Queria ver as mães deles. Queria ver como vão tratar as moças na adolescência. Que tipo de homens vão ser.

Fiquei abismada. Com raiva dos homens. Pensando que é assim que educam os meninos. Que é por isso que depois a gente sofre com coisas que vão desde gracejos imbecis na rua até abusos. Que em pleno 2012 ensinam essas coisas pros meninos, afinal eles têm que ser machinhos que gostam de peitos e bundas (afinal, o que mais uma mulher tem a oferecer?). 

Coitados desses meninos. E das meninas e mulheres que vão conviver com eles.