domingo, 28 de outubro de 2012

As viagens de Nadja V - A odisseia de Nadja

Foi uma viagem longa, ou pelo menos a mais longa da minha vida: 40 dias.

Foram sete países, nem sei mais quantas cidades. Teve até três cidades em um dia, e cinco dias em uma cidade.

Nove voos, muitos trens, alguns ônibus, poucos carros e táxis e incontáveis viagens de metrô. Mas o meio de transporte que mais usei mesmo foram meus pezinhos, principalmente vestidos com minhas botinhas cinza que nunca mais serão as mesmas, coitadas.

Vi e vivi tanta coisa que nem cabe tudo em um post, mas vou tentar.

Conheci lugares novos e voltei a conhecidos. Reencontrei velhos amigos e fiz novos também. Curti com meu pai e meu primo, depois com o namorado, depois sozinha.

Tirei mais de 2000 fotos e fiz alguns poucos vídeos. Algumas em pontos turísticos, algumas no meio do nada.

Me emocionei, me diverti, me surpreendi, me senti mal, me encantei, me decepcionei (pouco), me cansei, me repus.

Comi para cacete e agora estou sentindo o peso das consequências.

Vi o diário da Anne Frank e as joias da coroa britânica. A beleza de Lisboa me impactou assim que cheguei, e a feiurinha de Dublin, também. Do Coliseu ao Lago Ness, dos moinhos holandeses ao Camp Nou, o estádio do Barça.

Aprendi sobre os costumes da Catalunha e sobre a taxa impositiva na Holanda.

Naveguei pelo Tâmisa e pelos canais de Amsterdã. Fui na fábrica da Ferrari e da Guinness.

Passei calor de vestidinho em Roma, passei frio com duas calças, três blusas e uma jaqueta em Edimburgo.

Minhas unhas estavam em petição de miséria e meu dedinho do pé direito já viveu momentos melhores.

 Me reuni com parte da família no sul da Itália, onde fui ao batismo do meu priminho. Fui ao casamento de uma amiga em Portugal. Quando eu vi estava batendo papo com deputados no parlamento britânico (é uma longa história).

Comprei um óculos lindo e caro em Modena com o maior descontão. Perdi o óculos dez dias depois em Barcelona e chorei.

Conversei sobre a vida no Qatar, sobre a falta de infraestrutura em Angola e sobre a crise na Europa. Aprendi a falar "obrigado" em urdu (uma das línguas do Paquistão) e a xingar em holandês. Pratiquei meu inglês e meu enferrujado italiano.

Três países novos na lista dos visitados e a consciência de que são tão poucos perto do que o mundo tem, e que talvez a vida não dê pra conhecer todos que quero. Bom, ainda tenho tempo.

Voltei como acho que se deve voltar de uma viagem dessas: com o corpo cansado, a mente renovada e a alma lavada. Voltei quase em estado de graça.

Mas aí chegou a fatura do cartão de crédito.