segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O que passou

A pessoa fica três imensos meses sem postar no blog e resolve fazer isso agora, quando tá todo mundo viajando, comemorando, bebendo, enfim, fazendo coisas melhores que ler um blog semi-abandonado. Mas vamos lá.

2013 entra na reta final e já não era sem tempo. Foi um aninho um pouco besta. Não foi "nossa, que horror" mas também não foi "nossa, que maravilhoso". Não dá pra achar ruim um ano em que você finalmente conheceu Nova York. Mas acho que foi um período de transição: voltei ao meu país, estou com um trabalho que considero temporário, tenho que pensar nos passos a seguir. E é aqui que tá o problema, minha gente: não sei se eu caso ou se compro uma bicicleta. Quer dizer, casar - na verdade juntar os trapinhos informalmente - está nos planos. Não dá pra ficar um num país e outro, no outro. A bicicleta nem seria o problema também. A questão é o que eu quero, e eu quero um monte de coisa.

Não sei se estou me adaptando ao Brasil de novo. Uma das razões pra eu ter voltado foi estar cansada de ser estrangeira, mas - surpresa! - também não tô sentindo que encaixo aqui. O jeito de levar a vida, as prioridades, as coisas às quais estamos sujeitos vivendo no Brasil. O que tá me pegando de verdade é a violência, o trânsito paulistano, o preço que a gente paga por tudo pra levar a vida que dá pra levar - que não é exatamente a que eu gostaria de levar se eu pudesse escolher. E eu posso. Então sei lá.

Gente que morou fora e voltou tinha me alertado pra isso, e é verdade: os amigos continuaram a vida deles sem você, e a ficha de que você voltou parece que não cai. Todo mundo tem trabalho, filhos, mestrado, cansaço. Dez anos fora não são dez dias. Dez anos de "de vez em quando" não vão virar "toda semana". Fora que em São Paulo parece que ninguém se vê com frequência, a não ser que more perto, trabalhe junto, trabalhe perto. Poucas pessoas me escreveram pra saber como eu tô, me ligaram, me chamaram pra um aniversário ou pra um bar. Redes sociais demais e bares de menos. Culpa minha também, que me isolei um pouco num condomínio no interior. Sei lá, foi um período meio introvertido mesmo, e isso é estranho pra mim porque sempre fui extrovertida até demais. Fases da vida. Espero que passe logo.

Minha palavra pra 2014 é "rumo". Quero um rumo. Uma coisa que me empolgue, que me excite, que faça meus olhos brilharem - junto ao meu amor. Um trabalho, um projeto, uma outra mudança de país, quem sabe. O rumo certo.

Feliz Natal e um 2014 no rumo certo para vocês.




segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Timeline

Cachorrinho dormindo.

Prato de macarrão com funghi.

Barriga de grávida.

Gatinho brincando.

Corinthians.

Auto-ajuda.

Cheesburguer e cerveja, legenda: hoje saí da dieta KKKK

Só no Brasil mesmo, o Brasil é uma merda.

Foto do Rio de Janeiro.

Cachorrinho no parque.

Foto do colega da quinta série que você não vê há 21 anos em Paris.

Cachorrinho machucado, adote um cachorrinho.

Bebê tomando banho.

Copo de cerveja.

Quarentona abraçada com as amigas, legenda: AMO.

O Facebook vai ser cobrado, repasse aos amigos.

Foto de macarrão, o macarrão da mamãe é o melhor.

Vai ter bolsa-prostituta, compartilhe esta vergonha, vamos impedir isso.

Corinthians.

Gatinho deitado.

Foto da ex-namorada do primo da sua vizinha em um churrasco.

Aê, são-paulino é tudo viado.

Barriga de grávida.

Fulano qualquer curtiu uma foto que não te interessa no Instagram.

Palmeiras

Criança de 5 anos com a língua de fora e os óculos da mãe.

Amigo está no restaurante top da cidade. Foto do prato não-identificado.

Pessoa avisando desesperada que está sem celular.

Ex-colega de trabalho com a melhor avó do mundo.

Log out.







segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Tamos aê

Não tenho escrito por aqui. Pois é, vocês perceberam. (Vocês? Tem alguém aí? Alô!). 

Mas é que segócio é o neguinte: meu atual trabalho envolve apenas eu e o meu computador. Em casa. Eu não tenho reuniões, não tenho colegas de trabalho perto, não vou fofocar na mesa de ninguém, nem ninguém vem me encher o saco na minha. Não tenho eventos de trabalho. Não encontro ninguém no banheiro e nem no bebedor. Somos apenas e meus dedinhos fazendo tec tec tec tec incessantemente e meus olhinhos ardendo de tanta tela de computador. Além disso, se eu trabalho, eu ganho, se não, não. E quanto mais eu trabalho, mais eu ganho. E eu estou precisando ganhar. 

Então, quando eu termino o trabalho, que grazadeus tem sido bastante, a ÚLTIMA coisa que eu quero é ficar no computador. Escrevendo, então, menos ainda. Coitados dos meus dedinhos e dos meus olhinhos. 

Isso significa que por enquanto vai ser assim, infelizmente. Um postinho de vez em quando, embora tenha dois na fila já - um deles, daquele evento que eu fui há tempos e que foi super interessante e eu queria escrever sobre, mas ainda não consegui, que vergonha.  

E eu fico me cobrando, porque queria dar um gás no blog, porque queria isso isso e aquilo. Mas, no momento, es lo que hay, como dizem os argentinos. Preciso fazer o que me dá dinheiro, e isso, infelizmente, o blog não me dá. Ele me dá alegria, mas alegria não paga as conta, né? 

Tenho publicado mais no twitter do blog, o @seviraquase30, onde sempre escrevo ou coloco links que acho interessantes para a nossa faixa otária etária. E tem a página do FB também. Mas não me deixem só, porque mesmo que seja de vez em quando, ainda vou aparecer muito por aqui :-)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

No armário e na vida

Ontem minha irmã, 30, estava me dizendo que está cansada do armário dela, das roupas, dos sapatos, que não aguenta mais nada a não ser as roupinhas da loja dela e olhe lá.

Eu disse que é porque nossos gostos vão mudando, a gente vai mudando, a moda vai mudando, e às vezes o que ontem parecia lindo, hoje parece um horror. Acontece.

Ela disse que é mesmo, e que se pudesse queimaria tudo que ela tem no armário para começar tudo de novo. Que estava muito enjoada, que não se identificava mais com o que tinha, que ia aproveitar a mudança de casa que está por vir para se desfazer de um montão de coisas mas que não sabia nem por onde começar.

Eu a abracei e disse "é... bem-vinda aos 30!" É assim mesmo. E que bom se essa sensação de desconforto se restringe só ao seu armário. Muitas vezes, isso acontece mesmo é com a vida.


domingo, 11 de agosto de 2013

Quando eu crescer

Outro dia, no avião, ajudei a senhorinha ao meu lado a se comunicar com o comissário de bordo. Uma argentina e um turco tentando se comunicar em inglês, estava meio difícil.

Depois da ajuda, eu e a senhorinha começamos a conversar. Ela estava indo com o marido para a Turquia, depois para a Rússia, Ucrânia, Bulgária e algum outro país que eu não lembro mas que adoraria conhecer. Uma viagem incrível. Eu ia ficar em São Paulo mesmo, primeira escala do voo que saía de Buenos Aires.

A senhora me encheu de perguntas, perguntou até em que bar conheci meu namorado e onde ficava este bar - informações que eu realmente não sei que relevância teriam para ela. Mas respondi sorridente, e agradeci quando ela disse que meu namorado devia ser bonito porque eu era bonita também. Eu comentei que a viagem deles ia ser maravilhosa, ela fez um muxoxo. Não gostava tanto de viajar, fazer as malas era um estresse terrível, quem gostava dessas coisas era o marido. Mas ela acompanhava.

O papo esfriou, peguei meu fone pra ver as séries na telinha, ela ficou vendo uma revista que eu emprestei. Veio o jantar. Ela e o marido brindaram à viagem com taças de vinho e braços entrelaçados. Achei bonito. Depois que os comissários retiraram as bandejas, ela se acomodou, me desejou boa viagem e boa noite e pum, dormiu. O marido também. Desconfio que tomaram mais do que o vinhozinho no jantar, porque não acordaram nem na aterrissagem meio abrutalhada em São Paulo.

Tirando o provável remedinho pra dormir, eu quero ser como eles quando tiver mais de 60. Bem, sem papas na língua, brindando no avião e viajando por aí.


terça-feira, 23 de julho de 2013

Mulheres e seus corpos

Na semana passada estive em um evento muito interessante da Mentor, divisão da Johnson & Johnson que fabrica próteses de silicone - sim, essas mesmas que a mulherada bota nas peitcholas.

O evento, chamado "Tamanho É Documento", discutia os resultados de uma pesquisa feita com mulheres de várias capitais brasileiras sobre a relação delas com seus corpos e as motivações para pensar em colocar ou efetivamente colocar silicone nos seios. Quem fez a apresentação foi a psicóloga e sexóloga Ana Canosa e o cirurgião plástico Dr. Pedro Vital.

O tema central eu já disse, mas dele emergeram vários outros temas, como por exemplo o fato de o maior índice de insatisfação com o corpo é entre mulheres de 30 a 34 anos (nós!). Vou falar de todos eles durante os próximos dias aqui no blog.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Djicas do SVQ30 - sapatos diferentosos - e em promoção!

Já repararam como os sapatos que a gente vê nas vitrines por aí estão todos meio iguais? Tachinhas, caveirinhas, laços, metalizados, as mesmas cores, os mesmos saltos... ZZZZZ Fazia tempo que eu estava procurando uns pisantes diferentes mas só conseguia achar todos muito iguais, provavelmente cópias de modelos de marcas internacionais, muito seguindo a modinha. Cha-tos!

Aí um dia minha amiga Candy, do-en-te por sapatos - a figura chegou a ter mais de 200 pares - me mandou um link pro site da Louloux . Começou aí uma paixão platônica pela marca gaúcha, já que eu sou meio reticente em comprar coisas pela internet sem nunca nem ter visto, conhecido, nada. Só entrava no site para namorar os modelitos.

O forte deles realmente é a venda por internet, mas eles também fazem lojas temporárias uma vez por mês em várias cidades brasileiras - São Paulo, Rio, Porto Alegre, Curitiba, entre outras. Um dia que eles estavam em Sampa combinei de ir com a Candy e foi uma das experiências de compra mais legais que eu já tive.

O espaço deles em São Paulo é simples, sem fru-frus. Os sapatos, mais lindos ao vivo que no site, ficam expostos em cima de suas respectivas caixas com os diferentes tamanhos. Os vendedores, todos simpáticos e prestativos, estão lá para ajudar mas você também pode pegar o que bem entender, sentar e provar. Cada uma de nós experimentou uns 10 pares no mínimo, ajudadas por um dos vendedores divertidíssimos. Tivemos que nos controlar para não comprar mais do que compramos - eu, dois pares de sapatos e uma bolsa, ela dois sapatos. Minhas belezinhas são o Red Hill, o Bailarina dos Botões - hit da marca - e a bolsa Mustard.  

A Bailarina foi dançar em outra cidade mas já volta.
Os preços são médios, bem razoáveis para sapatos originais, artesanais e diferentes. Mas a djica mesmo é que agora está rolando uma promoção bem boa, com descontos de 30%. Confira no site, na página do Facebook e no Twitter, em que eles sempre avisam onde vão estar e quando. Como eles mesmos dizem com sotaque gaúcho, "te joga, bonita!" 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A vida no momento

Muitos leitores do blog (tipo duas pessoas, mas pra mim é muito) me pediram para escrever sobre minha decisão de voltar ao Brasil e sobre como anda minha vida no momento.

Pra quem não sabe, eu morei em Buenos Aires por 10 anos. Foi uma etapa muito importante na minha vida, foi o lugar onde "virei adulta" em quase todos os sentidos, onde fiz muitos amigos e conhecidos dos quais vou lembrar para sempre, onde ampliei minha cabeça e minha cultura, onde encontrei o meu amor.

Por tudo isso, acho que Buenos Aires para mim deu o que tinha que dar. Sentia que não queria mais estar lá, que não estava me fazendo bem. Estava de saco cheio de ser estrangeira, de não encaixar - sim, eu morei 10 anos lá e nunca me senti completamente "encaixada"- e da situação política e econômica de lá. Não que aqui esteja uma maravilha, como bem sabemos, mas lá eu achei que já extrapolava o meu limite.

Por exemplo: eu amo viajar, o que se torna muito difícil ganhando em pesos argentinos, com as taxas absurdas que passaram a ser cobradas pelo governo em tudo que envolve uma viagem ao exterior e com as enormes dificuldades para trocar dinheiro. Como disse uma amiga que voltou há alguns anos, bagunça por bagunça, eu fico com a minha. Não era minha bagunça.

Continuo adorando Buenos Aires porque realmente a cidade é linda, é interessante, é única - apesar de estar bem derrubadinha e suja. Buenos Aires é um pedaço de mim, eu vivi um terço da minha vida lá!

A decisão de voltar não foi fácil e nem de uma hora pra outra. Começou com uma crise no trabalho, que se juntou à crise dos 30. Tinha a sensação de não estar fazendo o que eu queria fazer e nem onde eu queria fazer. Tive de abrir mão dos meus confortos, do conhecido, de estar perto do meu namorado. Entre querer ir embora e ir, foi pelo menos um ano e meio.

Estou há 3 meses no Brasil numa fase meio de transição. Logo arrumei uns trabalhos freelance e estou me dividindo entre a casa da minha mãe e a do meu pai. Já voltei a Buenos Aires por uns dias, afinal quem não dá assistência, abre pra concorrência, se é que vocês me entendem. Estou fazendo um curso e tomando umas atitudes que eu espero que me levem aonde eu quero ir. E se não levarem, com certeza o caminho terá valido a pena. Já está valendo.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Não faz isso que a moça vai brigar

Aí outro dia eu tava feliz e contente comendo minha coxinha da Real quando chegam uma mãe e seu filhinho de uns três anos. Chato que só ele, o moleque. Sabe aquelas crianças que só falam choramingando? Aí eu fiquei só olhando, porque meu novo esporte é observar as mães com os seus filhos, e fiquei estarrecida com o que vi.

Primeiro o moleque queria que a mãe fizesse um carrinho no papel da comanda, ou pelo menos foi o que entendi da vozinha choramingada dele. Ela disse "não, não pode se não vão prender a gente, vão prender nós dois". Oi?

Logo depois não sei que outra chatice o moleque fez, e ela disse que "aquele moço lá" ia levar ele embora. Nem sei que moço era, vai ver era o segurança que nada tinha a ver com a história. Aliás, não é horrível quando você tá perto de uma mãe que faz isso, mas com você? Tipo "não chora, olha a moça olhando pra você, ela vai brigar!" Oi, olha, por mim ele pode chorar, eu já tava saindo mesmo. Odeio!

Ela ainda fez mais uma ameaça dessas nos 10 ou 15 minutos que durou a nossa "convivência" na padoca.

Agora eu me pergunto: PRECISA? Não dá pra falar pro menino parar porque ele tem que se comportar e pronto? Não dava pra ter autoridade própria em vez de ficar delegando, em vez de fazer essas ameaças imbecis e sem o menor fundamento? Pior que ela nem tentava outro método, já ia pro "vão te pegar" direto.

Sei que isso não é inédito. Quem não se lembra de bicho-papão, homem do saco? Ok, mas é um negócio tão antiquado, tão ultrapassado, não?

Até perguntei pra uma amiga psícóloga se isso não fazia mal pra criança (valeu, @joanasinger!). A resposta era o que eu previa: claro que sim! Desautoriza a mãe e pode confundir a criança. Acho que pode até traumatizar, né? E por bobagem.

Pior que o moleque nem ligava e continuava lá choramingando e fazendo chatice. Mas com uma mãe dessas, também...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sobre hoje

Estou viajando e hoje tem protesto em São Paulo. Eu concordo com protestar pacificamente por uma cidade melhor, um país melhor, mas tenho que admitir que eu provavelmente não iria. A razão é uma só: eu sou MUITO cagona. Sou, admito, é um dos meus defeitos. Eu não vou nem em show, evito multidões, dou um boi pra não entrar numa briga e uma boiada se não for suficiente. Se vejo a coisa esquentando perto de mim, seja no trânsito, seja numa balada, eu tento dar um jeito de fugir. Tenho medo que saia tiro, que voem cadeiras, garrafas, que eu morra sem ter nada a ver com a confusão. Não vou nem em montanha-russa, tenho pavor. C-A-G-O-N-A. Desculpem.

Eu não sei qual será a efetividade dos protestos. Ninguém sabe. Eu brinco que se protesto adiantasse, a Argentina seria Primeiro Mundo, porque aqui (estou em Buenos Aires no momento) tem tipos TODO DIA. Mas é outra coisa, é outro contexto, é outra história.

Mesmo não indo, fico muito feliz de ver que não, não estamos satisfeitos, e sim, queremos que tudo mude. Não é possível que um país rico como o nosso tenha tanta desigualdade e um déficit tão grande em coisas tão básicas quanto educação, saneamento, condições minimamente decentes de vida. Isso é a base dos problemas que enfrentamos, principalmente da violência.

O que eu mais espero mesmo é que este momento sirva também para cada um de nós pôr a mão na consciência e ver o que podemos fazer para mudar a mentalidade da sociedade em que vivemos - porque "os políticos" que a gente costuma culpar por todos os males vêm da mesma sociedade que a gente, são um reflexo dela. O que podemos fazer para mudar a nossa própria mentalidade, a de quem nos cerca?

Não adianta pedir o fim da corrupção mas molhar a mão do guarda quando for pego dirigindo sem carteira. Não adianta pedir respeito mas estacionar na vaga de cadeirante no shopping lotado. Não adianta pedir uma cidade melhor mas sonegar impostos. Não adianta querer uma cidade com menos trânsito mas usar o carro para ir de casa à padaria às 6 da tarde. Não adianta ficar chocado com o alemãozinho tomando tiro de traficante mas não deixar de comprar sua droguinha pro fim de semana.

Protestemos, sim, e façamos também a nossa parte todos os dias, o máximo que pudermos. Só assim tudo vai mudar pra melhor para todos nós. Vamos repensar o Brasil - e tenhamos em mente que o Brasil não é os políticos, não é os outros, nem os evangélicos, nem a Rede Globo, nem PT, nem PSDB. Brasil é você, somos nós.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Dia dos Namorados

É dia dos Namorados mas nem tenho muito para escrever. Faz anos que não comemoro a data porque morava em outro país. Lá, como em boa parte do mundo, o dia é comemorado 14 de fevereiro, o "San Valentín" ou "Valentine´s Day". Como também é o aniversário do meu respectivo, a coisa acabava sendo mais pelo aniversário dele que pelo dia em si.

Uma vez eu li que no Brasil inventaram a data porque o comércio nesta época do ano era muito fraco. Pode ser, mas aí bem que o povo pegou na corda, né?

Seja lá o motivo, é sempre gostoso celebrar o amor, seja como for, seja qual for. Quem está perto do respectivo, aproveite. Se está bem com ele, se ambos estão felizes, comemorem mais ainda, porque isso é tão difícil, né?

E quem, como eu, está longe do par ou não tem um par, bom... é só um dia qualquer, vai!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?

Esses dias a lindinha da Amanda do Buenos Aires para Chicas compartilhou no Facebook a seguinte imagem, que eu compartilhei também:

Acho que dá pra entender, mas traduzo: "se você não é feliz solteira, também não vai ser feliz em uma relação. A felicidade vem do seu interior, não de um homem".

Eu interpreto isso de "ser feliz sozinho" como buscar a felicidade sem depender tanto de fatores externos e que muitas vezes fogem do nosso controle, como ter um namorado. O desejo de estar com alguém é absolutamente natural e legítimo, afinal quem não gosta de tudo de bom que um relacionamento pode trazer? Estar bem solteira não quer dizer que não se possa querer ter alguém.

Mas não podemos achar que SÓ se tivermos um namorado vamos ser felizes ou que arranjar alguém vai ser a solução mágica para os nossos problemas. Ou até podemos achar, mas aí quem fica mal é a só a gente mesmo, né? E por isso pode acabar se afundando na melancolia em vez de aproveitar um tempo da vida que poderia ser bem gostoso.

Além disso, depositar em alguém todas as suas expectativas de felicidade é jogar uma responsabilidade enorme em cima dessa pessoa, não? De ela TER que te fazer feliz, de depender tanto dela para estar bem. Provavelmente fazer isso é um prato cheio para a frustração, porque nada nem ninguém pode nos garantir uma felicidade completa e eterna.

Em vez de só choramingar pelos cantos por estar sem namorado, enxergar e valorizar o que temos de bom na vida já ajuda muito. Pegar leve, não levar as coisas tão a sério e nem tão a ferro e fogo também é uma boa. Não é?

sábado, 1 de junho de 2013

Todo dia primeiro

Todo dia primeiro do mês, ou no máximo no dia 2 ou 3, eu vou ver o que diz a Susan Miller sobre o que me espera no mês que está começando.

Pra quem não sabe, ela é uma astróloga americana famosa que escreve suas previsões para os signos no site Astrology Zone, no twitter, em livros, revistas e sei lá eu mais onde. 

Não é que eu acredite piamente em astrologia, sempre fui de dar uma olhada no horóscopo mas esquecer o que ele dizia cinco minutos depois. Só adquiri o hábito de ler a Susan (como eu a chamo carinhosamente) depois que ela mandou eu sair no dia 22 de janeiro de 2009 pra encontrar o "true love", eu saí (afinal, não custa nada tentar) e tô até hoje namorando o rapaz que conheci naquele dia (pra ver a história completa, clique aqui). Desde então, as coisas que Tia Susan diz sempre têm a ver com algum aspecto da minha vida no momento, então sempre vou lá dar uma olhadinha.

Aliás, já tá terminando o dia 1o e nem li tia Susan ainda! Vou lá, tchau!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Qualquer nota

Eu tenho um amigo que diz uma coisa que é bem verdade:

Tem pessoas que são nota 4. Em vez de elas tentarem melhorar para chegar a ser nota 7, elas vão lá e tentam rebaixar as pessoas nota 7 para parecer que são nota 4, e assim elas acham que vão parecer que são nota 7.

Sabe nego que tá o tempo todo criticando a mulher na frente de todo mundo, botando todo mundo pra baixo, pagando de esperto em cima dos outros? É bem isso aí.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Velha demais para quê?


Aos 30 e poucos, a gente começa a pensar se está velha demais para algumas coisas. Sei que já escrevi sobre isso, mas é algo em que estou pensando ultimamente porque quero tentar fazer algo novo na carreira mas me pego pensando se o tempo ideal para isso já passou - eu acho que não necessariamente, mas ao mesmo tempo... sei lá.

Ok, não somos velhas, temos a vida quase toda pela frente, mas temos que admitir que a essa altura da vida já sabemos, por exemplo, que é muito pouco provável que nos tornemos astronautas ou top models internacionais - a não ser que já sejamos. Já estamos arcando com os custos e as vantagens de determinadas escolhas que fizemos no passado - e justamente o que me assusta um pouco é que estamos vivendo "o futuro". Aquele que a gente imaginava quando era mais novinha, e que pra maioria acabou sendo bem diferente do imaginado.

Sei que a vida muda o tempo todo e que quase sempre depende de nós fazer de tudo para corrigir nosso rumo se vemos que não estamos indo para onde queremos. Vivi isso na pele. Sei também que hoje em dia isso de idade é bem diferente da época dos nossos pais e é bem relativo. Mas dá uma insegurança, né?

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Djicas do SVQ30 - Acessorizando baratinho

Outro dia eu estava andando a saltitar pela rua quando vi duas palavras que muito me interessam, e mais ainda se estão juntas: "Accessorize" e "Outlet". Uepa!

Eu amo acessórios. Nunca saio de casa sem pelo menos um brinquinho e uma pulseirinha - só não uso anel! Amo colares e lenços também.

Então eu dificilmente resisto a entrar em uma loja da Accessorize pra dar uma olhada. Eu nunca compro nada porque acho caro, acho que só comprei coisas da marca no exterior - um brinco que eu paguei umas 8 libras (cerca de 24 reais), aqui no Brasil está sendo vendido por 60 reáuzios. Impostos, blá blá blá.

Meio caro, né? Então qual não foi a minha alegria ao ver que existe uma ponta de estoque da Accessorize? Opa!

Eu achei que vale a pena se você gostar/precisar dessas coisas. Na verdade o que mais tem, pelo menos dessa vez que eu fui, é coisa da linha infantil: chapéus, coisas para o cabelo, etc. Se você tem filhinhas, priminhas, amiguinhas ou qualquer menininha pra qual tem que dar um presente, esse é o lugar. Mas tem cachecóis, lenços, brincos, colares, anéis, fivelas e etc etc para nós adultas (ui, adultas). Eu não estava precisando de nada, mas não resisti aos descontos de 70% e saí de lá com quatro novas aquisições:


Gastei uns 50 reais, o que não é uma mixaria mas, em se tratando de Accessorize, tá bom. Só o colarzinho de leque era 36 reais antes! Afe!

Vai lá: Rua João Cachoeira, 1385, esquina com a Miguel Calfat - Vila Nova Conceição, São Paulo - SP.




domingo, 12 de maio de 2013

Para melhor atendê-las

Gente, estou aqui bolando (falar "bolando" é bem 30+, né?) novidades para este humilde e balzaquiano blog, já tenho várias ideias na minha cabecinha. 

Já pedi sugestões na página do blog no Facebook e já me deram uma ótima (obrigada, Judy!). Mas se vocês quiserem sugerir, criticar (sem xingar), meter a boca no trombone, dar um toque, etc etc, a caixa de comentários é serventia da casa! 

Obrigada :-)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Jejuar para quê?

Uma das várias polêmicas da semana na Internet foi sobre a matéria da Vogue sobre jejum.  O povo todo comentando, dizendo que era um absurdo, apologia à anorexia, etc.

Eu achei que o principal problema da matéria é a forma, não tanto o conteúdo. Digo, também acho um absurdo jejuar para emagrecer/desintoxicar/seja lá o que for, também sou contra essa imposição da magreza absoluta, mas acho que eles podem escrever sobre esse método, assim como se pode escrever sobre qualquer assunto desse mundão de Deus.

Mas.

Não me bota lá no título "Comer para quê? Fazer jejum está na moda". Como se fosse, sei lá, "Roupa preta para quê? O azul está na moda". Estão dizendo, logo de cara, que não é preciso comer. Que a moda é não comer, e como sabemos a moda deve ser seguida por todas nós se não ficamos para trás, não somos cool, somos antiquadas, olha só que horror.

Aí a primeira frase da matéria repete o "fazer jejum está na moda", reforçando o que foi dito antes. Está na moda, está na Vogue, é o máximo, minha gente. Depois fala que a ideia é ficar sem comer alguns dias por mês, e logo em seguida já mencionam celebridades de Hollywood - magras, óbvio - que supostamente aderiram à "moda". Diz pra mim se não é iNgualzinho àqueles anúncios bregas de dietas mirabolantes que a gente vê por aí?

O parágrafo termina com Glória Maria, uma famosa (embora não seja exatamente um sex symbol) dizendo que "amou" um "kit que ajuda no processo" e que, quando faz o regime, se sente "magra, muito magra". E como sabemos, minha gente, nada melhor neste mundo que se sentir magra, muito magra. E se uma celebridade está dizendo que com isso se sente magra, muito magra, vamolá jejuar e se sentir magra, muito magra também, que é só isso que a gente quer. E não sei em que mundo ou em que momento a Glória Maria poderia se sentir gorda, né?

Todas essas maravilhas foram só no primeiro parágrafo, então não vou fazer essa análise parágrafo por parágrafo se não não vou escrever um post, vou escrever uma matéria daquelas de 4 páginas. Prometo que essas são as últimas coisas que vou dizer com base aos parágrafos: o segundo começa com "a validação do jejum representa uma mudança drástica de paradigma (...)". Ou seja, o jejum foi validado, foi considerado algo certo a se fazer para emagrecer e, de quebra, melhorar ou manter a saúde. E o último diz: "é fato, o segredo da longevidade é comer pouco". Ah, não é só pra emagrecer então, queremos viver 150 anos. Neguinho procurando a fonte de juventude, estudando genes e tal, mas tá aí, é só jejuar. Eu não sei se quero viver 100 anos e não poder comer uns brigadero de vez em quando, mas quem sou eu.

No finalzinho eles até mencionaram que "é preciso ter certos cuidados" ao adotar o jejum, mas assim bem en passant.

Se eles tivessem dito que sim, esse regime existe, tem adeptos, tem defensores mas tivessem mostrado o outro lado, dizendo que os médicos não aconselham, que faz mal ficar muito tempo sem comer, etc. a matéria não seria tão ridícula, embora o tal do regime pudesse ser julgado ridículo por quem a lesse. Ficaria a nosso critério. Assim, do jeito que foi escrita, a matéria destaca o jejum como uma moda e que, como uma nova moda em uma revista de moda, deve ser seguida. A matéria praticamente vende o regime para os leitores. Uma matéria séria não deve fazer isso.

Deixo aqui dois posts que me inspiraram para este: um da médica Mariana Perroni na TPM  e outro da Nina Lemos no novo blog dela: http://www.ninalemos.com.br/2013/05/07/comer-para-que-pergunta-revista-futilidade-sem-nocao-mata/

terça-feira, 7 de maio de 2013

Como eu me sinto quando - versão 30 e poucos - II



Essa é pra continuar a maravilhosa (arrã!) série de posts "Como eu me sinto quando - versão 30 e poucos", baseada no tumblr "Como Eu Me Sinto Quando".

... encontro o primo que vi nascer e que agora até já terminou a faculdade.


... digo um sonoro NÃO para o babaca que chega agarrando na balada.


... saio com o meu vestido novo e lindo.




... estou com TPM.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Nonagenária

- Ano que vem eu faço 90 anos! Nonagenária! Que nome, né?
- Nossa, parabéns!
- É bom porque na minha idade pode tudo, viu? Comer o que quiser, fazer o que quiser...
- Ah, mas a senhora ainda tem muito pela frente!
- Ah, não faço questão não, viu? O mundo tá tão feio, e eu já fiz o que eu tinha que fazer, ajudei muita gente, criei meus filhos... a hora que Ele me chamar, pra mim tá bom! Eu vou!

****

Ouvi esse diálogo hoje. A velhinha puxou papo com a moça que estava ao meu lado. Ela ria, falava com lucidez, andava bem. Quero chegar assim aos 90, boa e dizendo "fiz o que eu tinha que fazer".

terça-feira, 30 de abril de 2013

A uva e a superação

Acabei de comer uma uva. "Nossa, Nadja, parabéns, isso é de suma relevância para nossas vidas". É, mas para mim "comer uma uva" é muito mais do que apenas comer uma uva. Eu não como frutas. Bom, só tomate, que dizem que é fruta mas sei lá. Amo tomate, aliás.

A vida inteira eu me conformei com o fato de simplesmente não gostar de frutas. Nenhuma. Nem meia.  Nem maçã, nem laranja. Banana então, eu tenho ojeriza. Mas aí fui vendo que não é simplesmente "não gostar". É praticamente uma fobia. Não gosto nem de sentir o cheiro.

Não, a culpa não é dos meus pais, ambos comedores ativos de muitas frutas. Eles sempre me incentivaram, me ofereceram, brigaram comigo por isso. Aliás, todo mundo na família adora fruta, menos eu. O que talvez explique essa minha característica meio bizarra é ter passado mal e vomitado depois de comer uma salada de frutas na escolinha quando eu tinha uns 4 anos. Acho que fiquei traumatizada, sei lá. Lembro vagamente.

Mas os 30+ são uma boa fase para superar esse tipo de coisa. Nossos medos, nossas fobias, as coisas dentro de nós com as quais sempre lutamos. Eu preciso superar isso, porque conscientemente eu sei que fruta faz bem, que é nutritivo, que é parte de uma alimentação saudável, que se um dia eu engravidar vai ser importante contar com esses nutrientes. Mas em algum lugar na minha cabeça não é natural para mim comer fruta.

Então estou indo aos poucos, beeeeeeem aos poucos. Há muitos meses foi um pouquinho de maçã, com o namorado. Há menos meses, um pouquinho de morango com a mamãe - e achei surpreendente que morando tem gosto de morango, gosto esse que eu conhecia de iogurtes e balinhas. Hoje foi a uva, com o papai.

Mas não pensem que eu peguei a uva e comi e pronto. Enquanto meu pai comia, eu peguei uma. Fiquei meia hora com a uvinha na mão, querendo pôr na boca mas simplesmente não conseguia. E pensava que era ridículo, era só uma uva, não era jiló, não era cocô de cachorro, não era uma barata. Era uma uva. Pessoas comem uvas. Meu Deus, é só uma uva. Mas eu não conseguia. Ridículo.

Papai fez um drama, disse que se sentia culpado, que cacete, que absurdo, que comer não é um suplício, que nossa senhora. 

Aí decidi enfiar na boca e pronto. Não rolou. E de novo. Não rolou. Até que enfiei na boca e mastiguei.

Morri? Não, como podem perceber. Tive um reflexo de quase vomitar, o que foi muito louco porque não estava achando o gosto ruim. Engoli, cuspi o caroço e fiz cara feia. Mas comi uma uva.

Então vamos lá, no caminho para superar essa espécie de fobia. Se alguém tiver alguma dica, pode compartilhar. Só não me peçam para comer banana, essa não rola!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Coisas que não se pode fazer em paz depois dos 30

Esses dias eu passei meio mal. Comi demais, me empolguei e meu estômago não gostou muito da história. Mas foi só eu comentar que não estava me sentindo bem que começaram as especulações. Então pensei que há coisas que não podemos mais fazer em paz depois dos 30 que ou já tem alguém pra encher o saco ou a gente fica com grilo na cabeça - ainda se diz "grilo" ou falar isso denuncia a minha idade? Mas vamos a algumas dessas coisas:

- Passar mal: foi o que aconteceu comigo. Foi eu falar "ai, tô passando meio mal" que já começaram a dizer "iiihhhh, tá grávida?" Há milhares de razões para passar mal, mas nos 30+ neguinho já acha que é gravidez. Pior que, se não é sua intenção engravidar, você fica preocupada, recapitulando suas últimas bimbadas relações, pensando onde pode ter havido um deslize, uma falha dos métodos anticoncepcionais, e aí fica pensando como ia fazer pra contar pro povo, pro pai (pro seu e pro da criança), pra botar nome, pra educar, pra pagar a faculdade da criatura. E se não houve bimbada relações nos últimos tempos, você solta o clássico "só se for de Jesus Cristo!". Por isso, meninas, se não querem ninguém especulando sobre uma possível gravidez, aguentem firme ou vomitem bem discretamente, sem ninguém saber.

- Não ter namorado: quando você tem 20 e tantos, as tia ainda fala "nossa, não tem? Ai, mas você é nova, tem mais é que aproveitar". E você aproveita mesmo, como por exemplo ficando no Facebook num sábado à noite vendo os perfis dos pretendentes - das suas amigas, porque você não tem nenhum. É realmente uma festa a sua vida de solteira, mas tudo bem. Você tem tempo. Mas aos 30 e poucos, as tia já mudam o discurso: "tá solteira, ainda? Nossa, o que acontece? Tão bonita..." . Tem que ter alguma coisa errada com você, aos olhos do povo. Você não pode ser solteira por opção, ou solteira por opção dos homens mesmo mas ainda assim estar bem e feliz. Haja paciência!

- Tomar sol: é nos 30 que todo aquele sol que você tomou por dias inteiros toda melada de Cenoura & Bronze começa a mostrar seus efeitos malignos. Aí que você começa a pensar mais, ter mais medo de manchas e rugas e a ter mais cuidado, se é que não teve antes - eu, por exemplo, sempre me cuidei muito do sol porque minha branquelice eslava não permite que eu folgue no calor dos trópicos. Com a consciência de que estamos envelhecendo amadurecendo, vem um cuidado maior com a pele. Em alguns casos, quase beirando a paranoia - haja Natura Chronos!

E vocês, o que acham que não podem mais fazer em paz depois dos 30?

sábado, 20 de abril de 2013

Tô aqui

Na verdade juntou o começo de vida nova com um certo desânimo com o blog. Mas aí li agora um comentário tão bonitinho (obrigada, Ana Emilia) no qual uma leitora diz que eu causo exatamente o que quero causar nos leitores com o blog, então eu resolvi voltar e quem sabe dar umas melhoradas no blog, investir mais tempo nele, sei lá. A questão é ter esse tempo.

Ainda não estou tooootalmente instalada, tem um monte de coisa na mala e isso faz eu me sentir meio que não "morando" ainda. Além disso, voltei a morar com a minha mãe e estou maravilhosamente confortável mas sei lá, ainda não tô muito acostumada. Fico de roupa pra lá e pra cá, parece novela que nego fica de roupa de sair em casa. Não saio sozinha de carro ainda já que a cidade é nova, só saio pra ir pra São Paulo. Questão de tempo tudo isso, claro.

Já arrumei um trabalhinho bacana e que eu posso fazer de casa (ou de onde for), só que ele toma bastante tempo - e mais ainda se contarmos que neste caso tempo é dinheiro, já que quanto mais eu fizer em menos tempo, mas reais eu ganho no fim do mês. E tô precisando de reais.

Mas vamos ver se finalmente consigo levar o blog aonde eu gostaria que ele fosse. Me acompanham?

 :-)

quarta-feira, 27 de março de 2013

Pateando el tablero?*

Fiquei pensando se meu último post deu a impressão de que eu sou super a favor de nego jogar tudo para o alto e viver sem lenço e sem documento, na maior irresponsabilidade. Fiquei pensando se pareceu que foi isso que fiz.

O que eu fiz não foi porralouquice. Se tivesse sido, problema meu, mas não foi bem assim. Eu saí do trabalho com outro engatadinho, bom salarinho e bem legal, mas temporário. E, durante o tempo que fiquei neste trabalho, fui me adiantando e vendo as possibilidades de viver um tempo como freelance depois, fazendo traduções. Assinei contratos, já fui fazendo alguns trabalhos e depois passei a viver disso, sabendo que seria uma situação temporária já que em breve eu voltaria pro Brasil. Além disso, tenho uma formação e conhecimentos que podem me ajudar a conseguir vários tipos diferentes de trabalho, o que me dá alternativas. Mas tem que correr atrás, ninguém vai bater na minha porta.

Eu na verdade sou a favor de nego fazer o que quiser da vida, desde que não prejudique ninguém. Viva sem lenço e sem documento, seja nômade, seja o que quiser, mas com um mínimo de responsabilidade consigo mesmo e com os outros. Sou a favor de ter a coragem de mudar coisas que não nos fazem felizes e que só nós mesmos podemos mudar, isso sim.

*"Patear el tablero" literalmente quer dizer "chutando o tabuleiro", mas seria o nosso equivalente a "chutando o pau da barraca".

segunda-feira, 18 de março de 2013

No ar antes de mergulhar

Como vai estar a sua vida daqui a três meses? A minha, eu não sei. Ninguém sabe, na verdade, a gente não sabe nem se vai estar vivo daqui a um segundo. Mas em geral, quando a vida tá na calmaria da rotina, você tem um certo grau de certeza de que, se nada de extraordinário acontecer, vai estar morando onde mora, trabalhando onde trabalha, de repente já tá até planejando uma viagenzinha ou uma festa pra julho.

Pois nem isso eu posso fazer no momento.

Daqui uns dias estou indo embora do país onde morei nos últimos dez anos. Ou seja, onde vivi praticamente 1/3 da minha vida, onde virei adultinha com contas pra pagar, onde desenvolvi quase toda a minha vida profissional, onde conheci meu amor. Vou voltar pro Brasil e, pelo menos até o fechamento desta edição, não sei exatamente onde vou trabalhar e o que vou fazer. É tudo um grande sei lá.

E sabem o que estou achando de toda essa incerteza? FANTÁSTICO. Isso era algo que antes me angustiava; no tempo que levei para decidir largar um emprego de anos que eu não suportava mais, eu morria de medo de não arrumar outra coisa, de não conseguir me sustentar, de deixar a estabilidade de uma grande multinacional para não saber bem quanto ia ganhar no fim do mês, mesmo que essa estabilidade estivesse custando a minha felicidade. 

Aí eu larguei o cazzo do emprego e fui feliz. Fiz trabalhos muito legais, tive que rejeitar outros trabalhos legais, consegui me sustentar. E vi que não é necessariamente uma coisa terrível você não saber que daqui a três meses você vai estar sentando na mesma escrivaninha, reclamando do mesmo chefe, mandando e-mails pras mesmas pessoas. Muito pelo contrário. É fascinante.

É fascinante pensar em quantas possibilidades eu tenho à frente. Dá um friozinho na barriga gostoso tentar adivinhar qual será a próxima cartada do destino, qual a entrevista que vai mudar a minha vida, qual casa vai caber no orçamento e conquistar meu coração, em que cidade vou estar. Seria legal conseguir um emprego que me permita trabalhar de qualquer lugar, aí eu daria umas viajadas e tals, mas também seria legal arrumar um empreguinho bacana na cidade que eu quero e que pague direitinho.

Claro que a ansiedade dá as caras. Aí eu fico ai meu deus, ai meu deus, aí eu como o que não deveria e o jeans fica apertado, aí penso em tudo que tenho que fazer antes de ir e digo ai meu deus. Normal e esperado nessas situações, acho.

Mas o mais importante, minha gente, é que em meio a tantas mudanças, incertezas e afins, estou feliz. E tenho quase certeza de que, daqui a três meses, vou estar ainda mais.




sexta-feira, 8 de março de 2013

Apenas mais uma homenagem infeliz às mulheres

Eu sigo uma rede de lojas de sapatos no Instagram. Aliás, nem sei por quê, já que os sapatos deles estão cada vez mais caros e pavorosos, cheios de tachas e caveiras e coisas excessivamente douradas. Aí puseram como "homenagem" hoje uma foto da Audrey Hepburn e a seguinte frase "ser mulher é: aguentar toda correria e fazer isso linda, de salto alto."

Verdade, né, gente? Ser mulher é isso aí, a frase resume muito bem. A gente só precisa "aguentar a correria" de trabalhar que nem uma louca, buscar as criança na escola, fazer o jantar, etc etc etc, linda e de salto alto. A gente não sua, a gente não fica descabelada, não tem vontade de tacar a porra do salto alto que está acabando com o nosso pé na cara do primeiro imbecil que aparecer na nossa frente. O nosso grande trunfo é estar sempre linda - e de salto alto - apesar dos pesares. Inclusive Audrey Hepburn estava sempre na correria nos filmes e nem por isso descia do salto.

Sugestões para melhorar a frase, se eles quisessem que ela tivesse algo a ver com sapato:

"Ser mulher é: aguentar toda correria sem tacar o sapato na cara de ninguém"

"Ser mulher é: se sujeitar a usar algo que machuca os pés porque dizem que assim é mais bonito"

"Ser mulher é: ter que ler imbecilidades no dia das mulheres falando de sapatos, beleza feminina e outras superficialidades"

Este post vai meio na direção do que eu escrevi uma vez aqui. Rola uma mania de identificar as mulheres apenas com sua beleza física, como se não houvesse nada mais, como se não tivéssemos nenhum outro valor. Ok, eu gosto de estar gatinha, de me sentir bonita, quem não gosta? Mas sou mais que isso, e vocês todas também. Também não tenho nada contra salto, inclusive eu uso - e sim, caio na armadilha de usar um sapato di-vi-no e altíssimo em um casamento e ficar sonhando com uma havaianas em vez de aproveitar direito a festa. Mas, repito, sou mais que isso. E no fim da festa, ou da "correria", não tô mais linda e já joguei o salto pra baixo da mesa e tô dançando descalça mesmo. Sou menos mulher por causa disso?

Preguiça de Dia das Mulheres nesse nível, viu.

segunda-feira, 4 de março de 2013

As viagens de Nadja VII - Perdida no Bosque

Por questões profissionais, minha mãe morou uns anos na Suíça. Aí eu tinha que passar pelo sofrimento de ir visitá-la todos os anos. País feio, tudo quebrado, mal-cuidado, ferrado, paisagens horríveis, perigoso, um horror.




Em uma dessas visitas eu tive a brilhante ideia de ir dar "só uma voltinha" no bosque que ficava atrás da casa dela para tirar umas fotos da paisagem invernal. Era só por uns poucos minutos porque logo depois íamos sair. Aí eu fui sozinha, sem celular, sem lenço e sem documento, só com a máquina fotográfica e enfurnada em umas 17 camadas de roupa. "Eu vou rapidinho e já volto".

Fui andando toda maravilhada, tirando mil fotos e gravando vídeos, brincando com a neve - porque brasileiro quando vê neve é aquela coisa mágica e jacu, a gente fica meio abobado mesmo, não adianta. Tava me sentindo em Nárnia:

Isso é a Nárnia do filme

Isso é o bosque. Não é iNgual?






Quando achei que já era hora de voltar, virei e fui andando na direção de onde vim. Legal. Até que apareceu uma bifurcação. E agora, José?

Escolhi uma direção e fui. E era tudo branquinho e congelado e neve e só. E eu não chegava. Aí vi umas escadinhas e resolvi subir para ver tudo de cima e me localizar. Não deu certo. Algumas casinhas, mas nenhum sinal de vida nelas.

Sim, eu estava perdida. Bem perdida. Aí eu andei, andei, andei, não sei nem por quanto tempo. Nada de placas, nada de chegar, só neve e casinhas sem sinal de vida ativa naquele momento.


Até que vi um senhorzinho entrando em uma casa. Fui lá e contei a ele, em um misto de inglês e alemão, que estava perdida. Até choraminguei um pouco pelo desesperinho da situação. Ele me fez entrar na casa, gritou algo para a mulher, pegou a chave do carro e disse "eu te levo" - pelo menos o endereço da minha mãe eu sabia de cor. Fui batendo o maior papo com o senhor, que tinha ido pro Brasil em mil-novecentos-e-aracy-de-almeida e me contou suas aventuras lá. Ele também me disse que realmente eu tinha andado demais e já estava até no município ao lado. Esse é o Hans, meu salvador:


Quando cheguei, minha mãe e o marido tinham saído para me procurar e não estavam. Encontrei um vizinho da minha mãe e contei a situação a ele, agora não lembro se para pedir o celular emprestado ou o quê. Mas logo eles chegaram e não se conformaram com como eu pude me perder por lá ("Achei que você tinha caído, quebrado uma perna e não conseguia voltar! Você é boba??")

Fique tão traumatizada com a história que tive que me consolar aqui:


(mentira, não fiquei traumatizada, mas fala pra mim se a loja da fábrica da Lindt não é um pedaço do paraíso na Terra??)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Oscar da depressão

A gente pode falar o que for dos vestidos das atrizes, quem tava brega, quem tava linda, quem tá velha, etc etc.

Pode fazer tumblr da Anne Hathaway parecendo um palmito (e tava mesmo!).

Pode desejar Bradley Cooper, mesmo achando meio estranho isso de ele levar a mãe, e pode rir da Jennifer Lawrence caindo. Pode falar do tamanho da Adele.

Mas:

Com todo o nosso conhecimento sobre moda, toda a nossa finesse e bom-gosto, tamo criticando gente que está usando sapatos que custam o nosso salário para ir a uma festa à qual jamais iremos, do sofá das nossas casinhas comuns.

Anne Hathaway e seu Oscar cagaram pro que você achou do vestido dela (eu achei pavoroso!).

Você pode inventar uma ótima piada sobre o vestido da Halle Berry, mas já se imaginou com ele? Ficaria como ficou nela?

O cabelo da Jennifer Aniston está sempre igual. Já o seu é a coisa mais original deste mundo, não?

A gente fica falando mal do vestido da Nicole Kidman, mas vai saber o que ela diria do vestido que você usou no casamento da Juliana, aquele pink com bordados que você comprou na Zépa* . E não importa o que você ache do vestido da Nicole Kidman, ela vai continuar sendo uma estrela milionária de Hollywood e você aí no escritório fingindo que trabalha enquanto está no FB.

Você nunca caiu em um momento importante, mas também nunca ganhou um Oscar - menos ainda aos 22 anos.

Bradley Cooper pode levar quem ele quiser na noite mais fotografada e assistida do mundo. Você não consegue nem entrar em balada de graça.

Então, né? Só nos resta falar mal (ou bem, por que não?) dessa coisa toda, o que mais podemos fazer? Aliás, para o que mais serve o Oscar pro grande público?

E pro post não ficar amargo, vou botar aqui os dois vestidos que achei mais lindos:



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Mentirinhas

Ontem no blog 7x7 da Época vi um post falando sobre um tumblr muito bonitinho, o Daily Dishonesty, que mostra "lovely little lies from a hungry graphic designer" segundo a autora. Me identifiquei com vários desenhos, como estes, e acho que meus milhares de leitores também vão se identificar:





segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quem não gosta de Nutella, bom sujeito não é

Pra quem não sabe, o Nutella é um creme desenvolvido pelo capeta em pessoa para nos fazer cair em tentação e engordar (o que, como sabemos, é mil vezes pior que cair em tentação). Com seu sabor que mistura chocolate, avelãs e algum ingrediente que deve ser secreto, delicioso e viciante, o Nutella pode ser saboreado em crepes, pães, sorvetes e coisas extremamente calóricas e engordativas doces e deliciosas em geral, mas o melhor mesmo é entuchar a colher no pote e levá-la diretamente à boca com um carregamento generoso. E depois a gente culpa a genética, não é mesmo, minha gente?

Mas tudo isso apenas para dizer que:


(imagem tirada da página do Facebook Não Confio)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Birra do Instagram

Diz que foi carnaval, né? Nem vi. No máximo vi as bizarrices carnavalescas do Ego e olhe lá. Além disso, tive um feriado bem chatinho por causa de alguns perrengues, então meu espírito carnavalesco está abaixo de zero.

Mas nisso eu vi que a Blogueira Shame publicou em sua página do Facebook a seguinte figura, parece que da Folha de São Paulo:



Aí lembrei que fazia tempo que eu queria falar das minhas birras do Instagram, que como todas as outras redes sociais, tem coisas muito bacaninhas mas também tem coisas  irritantes, desagradáveis, nojentas e outros adjetivos que denotam algo negativo. Como coisa ruim rende mais assunto que coisa boa, vamos falar dos tipos de fotos que eu odeio ver no Instagram (e imagino que muita gente também):

- comida - esse é um clássico. Foi num restaurante diferentoso e o prato era superbonito? Ok. A mãe fez uns cupcakes muito graciosos? Legal. Mas botar sempre foto do bife à parmegiana, do macarrão, do miojo, da azeitona, do pastel mordido, etc etc etc... sinceramente, ninguém tá interessado no que você almoçou.

- machucados - pode ser implicância minha, mas acho de mal gosto ficar botando foto de raladas ensanguentadas, roxos, galos e afins em close, com riqueza de detalhes. Uma vez tive a honra de ver um pé masculino peludo e ferrado. Para quê, gente?

- look do dia no elevador - eu não sei como pessoas que publicam isso todo dia não se sentem idiotas. Mas vai ver que a idiota sou eu, porque muitas das que fazem isso ganham um dinheirão com esse tipo de coisa, né...

- cachorro e gato todo dia - eu gosto dos dois bichos e de vez em quando ponho fotos de bichos alheios, já que no momento não tenho nenhum. Mas toda hora pôr foto do mascote de lado, de frente, deitado pra receber carinho, comendo, brincando, sendo um bicho apenas (que é o que eles fazem na maior parte do tempo)... dá um tempo, né?

- janela de avião - essa eu não tenho tanta birra, mas vi em uns twits da Helô Righetto sobre o tema e acho que essa birra pode ser compartilhada por outras pessoas. Eu acho meio bobo só, embora goste de uma ou outra foto assim, mas vai ver que é porque viajo de avião com frequência e não me empolgo tanto a ponto de tirar fotos (a não ser quando vejo minha casa do avião quando estou chegando no país onde moro, aí acho o máximo!)

- detalhe demais - uma amiga minha muito querida uma vez pisou na merda. E botou uma foto de uma planta em primeiro plano mas com o restinho da merda do lado. Detalhes demais, não? Até falei pra ela, embora me achando meio chatonilda, mas pôxa! Daqui a pouco nego vai tirar foto das obras de arte que deixa no banheiro depois daquela feijoada.

Não sei se repararam, mas na maior parte dos itens eu escrevi "todo dia", "sempre", "toda hora". É que eu acho que geralmente o que enche mesmo o saco de quem te segue no Instagram é que você exagere em alguns tipos de fotos que não acrescentam muito ou não são especialmente bonitas ou interessantes.    E tem as que desafiam os limites do bom-gosto também, que são de lascar!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Como eu me sinto quando... versão 30 e poucos

Desde que vi o ótimo tumblr Como Eu Me Sinto Quando (faz tempo!) fiquei com a ideia na cabeça, então tá aqui: "Como Eu Me Sinto Quando - Versão 30 e Poucos!" - um post que, quem sabe, pode se tornar uma série no blog?

... alguém diz que pareço ter uns 25 anos


... a tia velha diz "nossa, não casou ainda?"



... fico sabendo que minha melhor amiga está grávida



... como e bebo como fazia sem problemas aos 20 e poucos


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

As Viagens de Nadja VI - Sempre leia o contrato

Voltei há poucos dias de uma longa temporada no Brasil. Comprei a passagem de ida e volta pela Gol, com milhas e dinheiro. Mas por razões que não vêm ao caso quis postergar (adoro essa palavra) a minha volta e foi então que tudo começou.

Tentei mudar a passagem uma vez pela internet. Não consegui. Outro dia, não consegui. Outro dia, nada. Um dia antes da suposta viagem, finalmente consegui cancelar - só cancelar, não mudar - depois de todo um processo que durou praticamente o dia inteiro. Tentei pela internet, liguei 500 vezes para uns 3 telefones diferentes, fui a uma loja da Gol, falei por um chat do site, falei por outro chat, cancelou. Quis confirmar se estava cancelado por telefone, disseram que sim mas que isso não poderia ter sido feito, que eles iam alertar a funcionária que cancelou mas não iam devolver as milhas. Ah, que bom, iam alertar a funcionária e eu ia me ferrar por um suposto erro dela! Ótimo!

Abriram uma reclamação e não disseram mais nada, eu que liguei lá uma semana depois pronta para a briga mas, antes mesmo de falar com alguém, vi que tinham devolvido as milhas. Ok.

Mas neste meio-tempo comprei outra passagem, São Paulo - Buenos Aires - São Paulo, pela Turkish Airlines, pra não ficar à mercê da Gol. Precinho camarada, serviço de primeira, tudo lindo.

Chego pra fazer o check-in. "Então, você comprou passagem pela internet, você está com o cartão com o qual fez a compra? Precisa mostrá-lo agora."

Nunca vi isso na vida. "Tá no contrato, a senhora não leu?" Não, turco é um idioma que não domino, só sei falar "obrigada", "sorvete" e "queijo". O cartão era do meu pai, que áquela altura devia estar chegando em casa depois de me deixar no aeroporto.

"Ah, mas ele pode escanear o cartão e mandar, ou tirar uma foto de celular e mandar por e-mail". Verdade, super prático, mas papai é um senhor que não se dá muito bem com a tecnologia atual dos celulares.

"Mas tá no contrato". Ok, mas a) quem lê o contrato? b) Não é algo habitual. Já voei com um monte de companhias aéreas e nunca vi isso, nunca ouvi falar disso. Sendo assim, por que não estava mais claro? Escrito em letras garrafais junto com a confirmação do pagamento?

Papai, coitado, teve que voltar ao aeroporto, se não eu não embarcava. Sorte que ele podia voltar, se não, sei lá.

Ô, volta difícil!

Mas o que aprendi é: não importa o quão viajante você seja, o quão escolado com viagem que você seja, SEMPRE LEIA O CONTRATO. Mesmo em línguas exóticas, bota no Google Translator. Evita problemas, dores de cabeça e economiza gasolina. Vai por mim!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O mundo está grávido

A cada semana você fica sabendo de pelo menos um caso. Nas redes sociais, pululam fotos de barrigas redondas, imagens de ultrassom, carinhas gorduchas e pequeninas no colo de caras sorridentes mas com olheiras. Os papos com as amigas mudaram, antes era "mas ele ligou?  Ele é legal?"; agora é: "você pretende ter parto normal ou cesárea? Já pensou no nome?". Você já perdeu a conta de quantas vezes entrou em lojas de roupas para bebês nos últimos tempos e de quanto gastou em presentinhos tamanho PP.

O mundo está grávido.

Ou acabou de ter filho. Ou está pensando em ter em breve. Ou convive de perto com quem está em uma das três fases.

Na minha família, metade das mulheres jovens está grávida. Outras estão planejando. Só eu e uma prima estamos sossegadas, obrigada. Amigas e conhecidas que estão grávidas ou tiveram filho há pouco tempo, nossa, um monte.

Que louco, né?

Acho que é a nossa faixa etária, só pode ser. Aos 45 vai ser um monte de divórcio, aos 60 o povo sendo avô, aos 80 o povo indo dessa pra melhor. Ai, credo!

Ou vai ver que é a era de aquário, sei lá (???????). Só sei que acho lindo, adoro bebês e crianças - principalmente quando posso devolvê-los para as respectivas mães assim que começam a ficar chatinhos ou a chorar hihihihihi



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Filhos terceirizados

Um monte de gente hoje compartilhou no Facebook um post sobre levar a babá em viagens do blog Viajando com Filhos. O povo meteu a boca no texto pelo teor "casa grande e senzala" dele, e concordo com as críticas. Mas não é nesse mérito que eu quero entrar.

Neste fim de semana, enquanto jantava em um shopping paulistano, observei uma cena que me fez pensar muito: uma mulher muito elegante, com sua bolsa Chanel a tiracolo, jantava com os filhos gêmeos de menos de dois anos de idade e a babá. A mulher olhava para um lado, com cara de tédio, e comia enquanto a babá olhava para o outro lado, dava comida pros meninos e comia também. Ninguém se falava, ninguém ria. Em vez de ser um jantar gostoso com os filhos, era um jantar incômodo com a babá.

Não quero julgar ninguém porque cada um cuida dos filhos como bem entender, mas a minha reflexão com esses dois casos é a seguinte: será que não estão "terceirizando" demais o cuidado e a educação dos filhos, não?

Vai ver que para mim é fácil falar, já que ainda não tenho uma nadjinha ou um nadjinho, então não sei como é na prática ter que cuidar de um filho. Mas se você está presente, seu filho também, na mesma relação tempo X espaço, por que cazzo você não pode cuidar dele?? Se não quer correr atrás de bebê, limpar bunda suja, ter paciência pra ler historinha de noite, por que tem filho então? Porque não há nada que se possa fazer na vida a não ser casar e ter filho, então é se reproduzir é um dever? Porque as fotos do bebê na piscina ficam lindas no Facebook?

Uma babá que cuide do rebento enquanto você trabalha ou vai a um jantarzinho a sós com o marido, que maravilha, desde que seja paga direitinho e respeitada e etc etc. Só que tem que levar a babá pra uma viagem em família, pra um almoço de domingo, pra um passeio no shopping? Não dá pra correr atrás você mesma, prestar atenção você mesma, educar você mesma?

Sei lá, pensamentos de quem não tem mas um dia, quem sabe, quando e se tiver filho não pensa em levar a babá pra tudo quanto é canto.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Primeiro post do ano, só pra começar

E aí, gente, como anda o 2013? Ainda esperançoso ou já desencanaram?

O meu anda sei lá! Não tô exatamente de férias mas também não estou em casa, estou trabalhando à distância. Ando pensando nos passos a seguir mas ainda sem nenhuma providência. Calma, né, gente?

Meu 2013 começou tão animado que duas da manhã do dia primeiro eu tava num cantinho da festa lendo revista de decoração. Juro! Antes, estava consolando um menino de 7 anos que estava bravo porque o tio bêbado chutou a bola nova dele pro meio do mato. Nem era culpa da festa, eu que não tava lá muito enturmada.

Espero que esse bode não continue no resto do ano. Mas acho que um ano que inclui voltar a morar no país de origem depois de dez anos, cidade nova, trabalho novo e muitas outras novidades promete ser tudo, menos tão emocionante quanto ler revista de decoração na festa de reveillon, né?